Doping é o uso de substâncias que favorecem a prática esportiva, o canabidiol não está incluído nesta lista
O Dia Nacional de Combate ao Doping (ou Dia do Jogo Limpo) é celebrado anualmente em 15 de janeiro. Seu objetivo é conscientizar a população, sobretudo a comunidade esportiva, sobre tornar as disputas desportivas mais justas e promover a segurança dos atletas.
Mas você sabe como a cannabis pode se relacionar com a política do antidoping?
Em primeiro lugar, é importante entender que doping (ou dopagem química) é o uso de substâncias ilícitas, drogas ou métodos que possam influenciar no desempenho físico e mental dos atletas.
A prática altera a resposta do organismo a estímulos internos ou externos potencializando seu rendimento, até mesmo no ganho ou perda de peso. Sendo assim, é uma ação que pode favorecer atletas e mudar o resultado de competições, por exemplo.
Para evitar que isso aconteça, o COI (Comitê Olímpico Internacional) criou a WADA (Agência Mundial Antidoping), em 1999. Anualmente, a entidade lista uma série de substâncias proibidas que podem trazer punições caso sejam encontradas no organismo dos esportistas.
Dentre elas está a cannabis. Segundo a lista de antidopagem válida para 2024, apenas o (CBD) canabidiol é permitido em competições profissionais e amadoras.
Isso significa que produtos com THC (tetrahidrocanabinol) naturais ou sintéticos continuam sendo proibidos. Consequentemente, o uso adulto da maconha também é vetado pela Agência.
Em setembro de 2021, uma reunião do comitê executivo da WADA revisou o status da planta para concluir sobre a continuidade da proibição.
De acordo com as análises, existem evidências de que a cannabis tem “potencial para aumentar ou melhorar o desempenho esportivo e trazer risco real ou potencial à saúde do atleta”.
Tal conclusão de que o abuso de THC pode acarretar numa violação do espírito esportivo é mantida até hoje.
Uma associação esportiva que é independente da WADA é o UFC (Ultimate Fighting Championship). No final de 2023, a entidade retirou a cannabis da lista de substâncias proibidas.
A medida do UFC foi tomada logo após a liga não renovar com a USADA (Agência Antidoping dos Estados Unidos, em tradução livre). Agora, os testes antidoping serão realizados de forma independente e os lutadores não serão mais punidos se testarem positivo.
Também no ano passado, os dirigentes da NBA (liga de basquete dos Estados Unidos) e a Associação de Jogadores assinaram um acordo que retirou a maconha da lista de substâncias proibidas.
Segundo o trato, as equipes poderão encaminhar jogadores com suspeita de dependência da planta, mas não serão mais feitos testes de drogas que possam prejudicá-los.
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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Andrei Semensato
Jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Produz conteúdos sobre Política, Saúde e Ciência. Também possui textos publicados nos blogs da Cannect e Dr. Cannabis.
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