Existem evidências em que TEPT e Cannabis andam lado a lado, mas enquanto muitos estudos apontam para a evidência do uso abusivo de maconha entre os pacientes de TEPT, uma minoria de pesquisas está levantando uma questão reversa em que a maconha poderia ser eficiente no tratamento.
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é uma condição de ansiedade causada por episódios perturbadores, tais como combates militares ou agressão sexual. Três classes de sintomas caracterizam o distúrbio, re-experiências, isolação e excitação excessiva. A persistência de TEPT é ao longo do tempo, atribuída a mudanças químicas no cérebro que ocorrem no momento do trauma, quando a adrenalina ou estresses hormonais são os responsáveis.
Existem casos reais de pacientes que usam a Cannabis Medicinal para auxilia no tratamento, como Ben Nichols que desde os 9 anos de idade tem experiências debilitadas com sintomas de TEPT e com isso vem surgindo outros problemas como insônia e déficit de atenção. Ben consome Adderall (medicamento usado no tratamento de déficit de atenção e hiperatividade) para ajudar com a dificuldade de concentração causada pela doença, mas recorre a maconha para tratar a ansiedade.
” Tem me ajudado com tarefas diárias como escola, trabalho e relacionamentos ” declara Ben.
” Quando minha mente acelera a maconha ajuda a me acalmar. Percebi que está me ajudando muito, pois, minhas noites de sono tem sido normais e não tenho tido mais ataques de ansiedade.”
Ben tem sorte por viver em um país em que a Cannabis Medicinal é legal, mas infelizmente nem todo portador de TEPT tem acesso a isso.
Estatísticas mostram que cerca de 1 em cada 5 militares principalmente no Iraque e Afeganistão sofrem disso. Após a federação proibir a Cannabis, os veteranos são obrigados a recorrer a antidepressivos e antipsicóticos, medicamentos de baixo sucesso no tratamento.
” As drogas que eram dadas a eles, os impediam de acordar pela manhã ” disse o primeiro Sargento do Exército Gregory Westbrook. “Muitos dos rapazes não tinham esses problemas antes de ser soldados do Iraque ou ainda no Iraque, mas eles os trazem de volta e os põem nessas drogas, eles estão adormecendo nas cadeiras. Era impossível eles serem produtivos, principalmente no ambiente Civil, mas talvez a maconha seja uma alternativa.”
Atualmente não existe nenhuma especialidade de medicação efetiva disponível para portadores de TEPT, mas com novas descobertas nos sistemas terapêuticos dos nossos corpos as pesquisas têm descoberto outras formas para entender e tratar o TEPT.
Um investigador de TEPT e Cannabis da Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos (MAPS) chamado Martin Lee, afiliado e diretor do projeto CDB, estudou TEPT e Cannabis profundamente.
“Os Pesquisadores descobriram que pessoas com TEPT tinham níveis inferiores de Anandamida, um composto de canabinoide, comparados com aqueles que não são portadores de TEPT” escreveu Lee. “Inato em todos os mamíferos a Anandamida (podemos chamar de nossa cannabis interna) desencadeia os mesmos receptores que são ativados por THC e outros componentes da planta Cannabis.”
Em outras palavras, um pilar de TEPT é uma deficiência de endocanabinoide: o corpo para de produzir endocanabinóides para o preenchimento suficiente dos principais receptores, é onde os endocanabinóides encontrados na maconha contribui terapeuticamente. Ao restabelecer essa falta de endocanabinóides com os encontrados na maconha, os pesquisadores acreditam que os produtos farmacêuticos da maconha podem oferecer alívios aos portadores de TEPT e em suas memórias.
”Os Cientistas concluem que a atividade comum do receptor CB1 desativa memórias traumáticas e dota o esquecimento” declara Lee, ”mas sinalizando o problema do CB1 devida a déficit de endocanabinóides resultam em comprometimento, extinção do medo, consolidação aversiva da memória e ansiedade crônica, causadas por TEPT.”
Os pacientes com TEPT devem consultar primeiro um profissional médico antes de tratar os sintomas com o auxílio de Cannabis.
Os danos causados por TEPT não podem ser totalmente desvendados por qualquer medicamento, mas, para alguns a maconha proporciona alivio quando nada mais pode. Apesar de uma forte necessidade de desenvolvimento de medicamentos mais eficazes e sem efeitos colaterais, as possibilidades farmacêuticas de cannabis continuam sendo descartadas pelas organizações de pesquisas apoiadas pelo governo. No entanto, a medida que a educação sobre o uso medicinal da cannabis se espalha, o impulso para a sua inclusão aumenta.
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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