A cannabis é um remédio relativamente novo para a medicina ocidental. Ele se destacou nos últimos anos principalmente por causa da sua alta eficácia e poucos efeitos colaterais.
Contudo, é uma planta que serve para uma série de condições médicas. E com o aumento de adeptos à nova terapia, cresce também as dúvidas (o que é bem normal, relaxa)!
Talvez você já tenha ouvido falar sobre o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol). Ambos vêm da mesma planta, mas você sabe qual a diferença entre os dois?
Se você é novo por aqui, é importante ressaltar que a cannabis funciona através do Sistema Endocanabinoide, um sistema que funciona à nível molecular e ajuda a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do organismo.
Se uma pessoa está com dor, por exemplo, esse é um dos sistemas que envia os chamados canabinoides (produzidos pelo próprio corpo), até os nossos receptores para informar que um problema precisa ser corrigido.
Felizmente a cannabis também possui canabinoides, que podem funcionar de forma semelhante aos nossos. E é por isso que a planta é tão útil.
O Canabidiol e o Tetrahidrocanabinol são os principais canabinoides presentes na cannabis, embora a planta tenha mais de uma centena.
O CBD se conecta de forma indireta aos receptores do nosso sistema endocanabinoide, aumentando os níveis de Anandamida (um dos canabinoides que o nosso próprio corpo produz), para que esta consiga agir nos receptores.
Além disso, também atua modulando a ação do THC, reduzindo possíveis efeitos colaterais.
O CBD ainda é responsável por direcionar a libertação de vários neurotransmissores, como a serotonina, e tem um potente efeito anti-inflamatório e no controle de crises de epilepsia.
Diferente do THC, o canabidiol não possui efeitos psicoativos (o famoso barato) e ainda carrega potencial em reduzir o efeito do THC. Portanto, o CBD não vicia.
Sem estigmas, pessoal! Embora o THC seja o principal composto da maconha, também é remédio!
Aqui é importante ressaltar que o tetrahidrocanabinol se conecta tanto com o receptor CB1 quanto com o CB2, mas a sua ação no CB1 é mais potente.
O receptor CB1 está presente nas células imunes e nos tecidos periféricos, já o CB2 está relacionado com as ações anti-inflamatórias e imunossupressoras.
Estes receptores CB1 são encontrados nos neurônios pré-sinápticos do sistema nervoso central e periférico e são responsáveis por sensações de bem-estar, memória, concentração, percepção sensorial e temporal e pela coordenação de movimentos, regulação dos estímulos dolorosos e do sono.
E é por isso que o THC é tão usado para problemas como Alzheimer, Parkinson e dores do câncer, por exemplo. E o porquê a maconha também causa efeitos colaterais nestas áreas. (Como a larica).
Talvez as suas principais diferenças estejam nos seus efeitos. Por se conectarem com o organismo de formas diferentes, os canabinoides vão influenciar de formas únicas.
Para facilitar, é como se cada um desses canabinoides fossem direcionados para cada receptor. Pense nisso como um plugue elétrico conectado a uma tomada na parede.
Existem outros fatores que diferem esses canabinoides como:
É importante lembrar que, embora produzido por todas as plantas cannabis, há gêneros que são mais abundantes em CBD, mas com pouquíssimo THC e vice-versa.
Os remédios, por exemplo, são feitos principalmente pelo cânhamo, a derivação da cannabis com uma abundância de canabidiol e não mais que 0,3% de tetrahidrocanabinol.
Já a maconha é feita com cepas da planta que produzem mais THC. Geralmente, o nome da maconha é o nome da cepa que ela foi extraída.
Por outro lado, a cannabis é mais eficiente quando usamos os dois componentes juntos. Isso porque o CBD regula ativamente os efeitos do THC, diminuindo as reações negativas e prolongando os seus efeitos medicinais.
Sem contar que, separados, os dois canabinoides mostram uma proporção de 50% de seus efeitos máximos, mas juntos, são 10 vezes mais potentes, segundo um estudo feito em 2009.
O chamado efeito entourage ou efeito comitiva não está somente na interação dos canabinoides, mas outros compostos da planta, como os terpenos e flavonoides, e podem ser essenciais para a condição tratada também.
O efeito conjunto foi descoberto pelo pesquisador israelense Shimon Ben-Shabat e o pesquisador Raphael Mechoulam em 1998, não é exclusividade da maconha, mas também se encontra em outras plantas comuns, como o gengibre e o alcaçuz.
A sua ação conjunta mostrou ter muitos benefícios, como:
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico, que poderá te orientar de forma específica e inclusive, indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um médico prescritor até o processo de importação do produto. Clique aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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