Segundo uma pesquisa divulgada no começo do ano, mais de 70% das mulheres australianas utilizam a cannabis como primeira opção para o tratamento da endometriose.
Isso equivale a uma em cada nove mulheres no país. Elas ainda consideram a cannabis como primeira opção.
No Brasil, até a maconha, tem ganhado destaque no tratamento contra as cólicas. Por isso, será que a cannabis realmente pode ser útil?
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cerca de 10% das brasileiras sofrem com a condição. Principalmente mulheres de 25 a 35 anos.
Só em 2020, pelo menos 6.531 mulheres foram internadas por problemas relacionados à endometriose, segundo o Ministério da Saúde.
A condição provoca cólicas intensas durante o período menstrual, além de dores durante as relações sexuais. Conforme o avanço da doença, ela pode provocar sangramentos intestinais e dificuldades para engravidar.
Se não for tratada, pode resultar em infertilidade.
Embora possa ser evitado, há casos é necessário até cirurgias. Só em 2013, pelo menos sete mulheres foram operadas todos os dias no estado de São Paulo, de acordo com a secretaria de saúde.
Por isso, foi criado o Março Amarelo. Ele serve para conscientizar a realização de exames preventivos, que ajudam a identificar a condição ainda no estágio inicial, o que evita o desenvolvimento da doença em forma grave.
O tratamento da doença pode ser feito de diversas formas, que inclusive, são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como:
A cannabis tem se mostrado um tratamento efetivo e cada vez mais prescrito por ginecologistas.
As pacientes relatam uma melhora nas dores, depressão, ansiedade e até a redução do uso de medicamentos convencionais, o que inclui opioides e contraceptivos orais, que geram uma série de efeitos colaterais.
Isso porque a cannabis age diretamente no Sistema Endocanabinoide, que está presente também no endométrio.
Trata-se de um sistema que funciona a nível molecular. Ele ajuda a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do organismo.
Através dos chamados canabinoides, substâncias feitas pelo próprio organismo, ele ajuda a sinalizar quando algo está errado.
Os nossos receptores canabinoides também aceitam substâncias que vêm de fora, como os canabinoides das plantas.
Fora os relatos, há também pesquisas que mostram a eficiência da cannabis como tratamento para a endometriose, comoum estudo feito na Espanha.
O artigo publicado pelo Laboratório de Neurofarmacologia da Universidade Pompeu Fabra, relata que o tetraidrocanabinol (THC) foi capaz de aliviar as dores e até limitar o desenvolvimento dos cistos causados pela doença.
A substância que causa o famoso “barato” na maconha foi testada em camundongos e a resposta foi um efeito bastante positivo.
Outras pesquisas mostram que pacientes com endometriose apresentavam uma queda nos receptores do Sistema Endocanabinoide, sistema que ajuda a regular as funções do organismo.
A revista científica Journal of Molecular Endocrinology mostrou que o Canabidiol (CBD) tem um papel importante nos órgãos reprodutores femininos.
Segundo a publicação, estas substâncias podem regular algumas funções tais como a migração e a proliferação de células do endométrio.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento. Clique aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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