A sertralina é um dos antidepressivos mais usados no país, principalmente para tratar ansiedade. Atualmente, mais de 2 milhões de pessoas utilizam o remédio, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Tanto que o medicamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De modo geral, ele ajuda a aumentar a ação da serotonina, mais conhecida como “hormônio da felicidade”.
Mas quem toma sertralina pode fumar maconha?
Antes de tudo, é importante entender um pouco mais sobre o remédio.
A sertralina é um medicamento feito para tratar depressão com ou não sintomas de ansiedade. No entanto, ele também pode ser usado para tratar síndrome do pânico, transtorno de estresse pós-traumático,Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), TPM e a própria ansiedade.
Diferente de outros antidepressivos, a sertralina não causa dependência química. Sem contar que o remédio pode ser usado por grávidas e lactantes, pois a quantidade da substância que é passada para o bebê é muito baixa.
A sertralina é uma forma mais “evoluída” de antidepressivo, com efeitos colaterais bem menores que outros medicamentos para tratar as mesmas condições.
Contudo, isso não quer dizer que não possua reações adversas. Decorrências que podem ser raras ou comuns, tudo vai depender de cada paciente. Há pessoas que não sentem nada.
Pode ocorrer:
Assim como a sertralina, a maconha também pode influenciar a serotonina. Isso porque ela tamém fornece os chamados canabinoides, substâncias produzidas pelo próprio organismo.
Os canabinoides funcionam a nível celular no que chamamos de Sistema Endocanabinoide. Ele possui receptores por todo o corpo, que sinalizam que algo não está bem.
Dessa forma, o sistema endocanabinoide pode trabalhar como um neuromodulador para o Sistema Nervoso Central, capaz de regular aspectos emocionais, cognitivos, nervosos e processos motivacionais das pessoas.
Na depressão, há uma baixa de canabinoides no cérebro, como a serotonina ou a dopamina, por exemplo. Apesar de serem neurotransmissores, eles também são considerados canabinoides.
Por isso, remédios que fazem a reposição de canabinoides podem elevar os níveis das substâncias químicas, e a cannabis é uma delas.
Tanto que há óleos produzidos para tratar as mesmas condições tratadas pela sertralina.
Tanto a maconha como o óleo de CBD (canabidiol),usados juntos à sertralina, podem potencializar os efeitos antidepressivos. O que parece bom, não é mesmo?
No entanto, segundo o diretor médico da Cannect, Rafael Pessoa, este excesso pode ser perigoso. O médico explica que a maioria dos remédios são metabolizados pelo fígado, assim como a cannabis, o que trazer alguns problemas.
Com duas substâncias competindo pela metabolização, o medicamento pode continuar na corrente sanguínea, o que consequentemente, afeta a decomposição dos compostos, causando ainda mais efeitos colaterais.
Ou seja, quando o fígado não faz o trabalho direito, o remédio pode ficar mais tempo no corpo, alterando o seu funcionamento. Essa mudança aumenta o nível de sertralina absorvido pelo organismo.
E com o medicamento no organismo por muito tempo, os efeitos colaterais aumentam. Por isso, a maconha pode interferir em antidepressivos e anticonvulsivantes.
A mesma lógica acontece quando falamos de produtos de cannabis para o uso medicinal.
O médico Rafael Pessoa ainda complementa que este excesso acontece por causa do uso contínuo da maconha por consumidores.
Apesar do remédio possuir uma quantidade certa em cada comprimido, o paciente geralmente não sabe o quanto de maconha está absorvendo.
Na dúvida, opte por doses menores de maconha quando estiver tomando medicamentos e consulte o seu médico para saber mais sobre a sua condição.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento. Clique aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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