Ficou de fora: presidenciáveis não citam cannabis em seus planos de governo

Ficou de fora: presidenciáveis não citam cannabis em seus planos de governo

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Única candidata a citar a planta, tem menos de 1% de intenção de voto e trata o caso como segurança pública e não saúde!

Como sabemos, a cannabis medicinal é uma poderosa aliada para o tratamento de diversas doenças. Mesmo assim, este assunto não parece ser prioridade de campanha para os principais candidatos na corrida presidencial. Nem prioridade e nem nada!

Em entrevista ao jornal O Globo na última sexta-feira (23), a senadora Mara Gabrilli (PSDB), vice da presidenciável Simone Tebet (MDB), defendeu o uso controlado do canabidiol para doenças raras, autismo, epilepsia e outras indicações médicas, bem como a distribuição gratuita do medicamento através do SUS (Sistema Único de Saúde).

“Nosso esforço, da Simone e meu, é tornar a legislação sobre a produção de remédios com cannabis a mais segura possível, controlada, sem desvio de finalidade”, disse a candidata na entrevista.

Mas algo mudou desde a declaração da senadora aspirante à vice.

A pauta ficou de fora do plano de governo oficial e Tebet declinou de levar o assunto para frente.

No documento, as ideias para a área da saúde priorizam apenas as políticas de assistência social e investimentos em ciência e tecnologia voltadas para a desburocratização do atendimento em hospitais.

Leia também: Cannabis Medicinal: Como essa planta pode ajudar no tratamento de doenças?

A maconha medicinal parece ser um tabu para todos os principais presidenciáveis, pois não é citada em nenhum plano de governo oficial.

  • Para Bolsonaro (PL), a saúde pública é um caso a ser tratado no âmbito da cidadania, mantendo programas de suporte já existentes e fomentando o esporte.
  • No caso de Lula (PT), menciona-se a liberdade de pesquisa e o fortalecimento do SUS.
  • Já Ciro Gomes (PDT) defende a produção nacional de insumos e novos medicamentos, além de auxílio, tratamento e acompanhamento da saúde mental, devido aos impactos da pandemia.
  • Soraya (União Brasil) também defende o acompanhamento psicológico, mas demonstra uma postura conservadora ao defender o “combate às drogas”.

Na contramão dos candidatos mais populares, Sofia Manzano (PCB) é a única presidenciável que cita em seu plano de governo a legalização da cannabis, não como um tema de saúde, mas sim de segurança pública e sem entrar em detalhes sobre o como viabilizaria sua proposta. A candidata comunista tem menos de 1% das intenções de voto, segundo a última pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica).

Candidatos ao legislativo se mostra mais aberto para discutir a cannabis

Candidatos à eleição e reeleição de partidos diferentes se juntaram para criar uma bancada específica sobre o tema e lançar um manifesto que visa instigar a discussão da cannabis no congresso.

Proposto pela candidata a deputada federal Maisa Diniz (Rede), a chamada Bancada da Cannabis é formada por integrantes de sete partidos diferentes em vários estados.

O grupo defende a necessidade de ampliação do debate acerca da legalização da cannabis no Congresso Nacional como tema central para o mandato 2023-2026.

Leia mais: Candidatos à eleição se unem e formam a Bancada da Cannabis

A cannabis na política atual

Até o momento, a principal proposta para uma regulamentação da cannabis no país é o PL 399/15, que visa o cultivo e o comércio da cannabis no Brasil, mas exclui o uso adulto.

A proposta foi aprovada em uma comissão especial e já poderia ir direto para o Senado, mas através de um recurso feito pelo deputado Diego Garcia (Podemos-PR), ela voltou para Câmara dos Deputados e aguarda que o presidente do Plenário, Arthur Lira (Progressistas) coloque em pauta.

Há estados e municípios em que a distribuição de cannabis de cannabis para pessoas sem o acesso já é uma realidade, como no Rio Grande do Norte e Goiânia, em Goiás.

 

Procure um médico

É importante ressaltar que qualquer uso de cannabis precisa ser prescrito por um médico, que poderá indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a prescrição até a importação do produto. Clique aqui.

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