O aumento no conhecimento médico e as mudanças das normas sociais, fez a atitude em relação à cannabis medicinal mudar na última década, principalmente entre as mulheres.
Depois de falar com médicos e pacientes, estudos concluíram que embora possa ter sido um tabu, a cannabis medicinal agora é considerada uma terapia médica legítima para uma ala da medicina.
Apesar de mais pessoas aceitarem, poucos estudos têm investigado como os pacientes usam a cannabis medicinal e se homens e mulheres veem isso de forma diferente.
Um novo estudo descobriu que um número significativo de mulheres usam cannabis para tratar condições crônicas.
A pesquisa, que foi publicada no Journal of Women ‘s Health, avaliou as atitudes de gênero que os pacientes têm em relação à cannabis medicinal.
Foi descoberto que as mulheres são mais prováveis a ter experiências com o uso de cannabis e também de reduzir ou interromper o uso de medicamentos prescritos e assistência médica.
O estudo foi apoiado por pesquisas que sugeriram que enquanto os homens são mais propensos a serem usuários experientes de cannabis em geral, as mulheres são mais propensas a trocar os medicamentos prescritos e analgésicos por cannabis medicinal.
Como já sabemos, os canabinoides são compostos encontrados na planta cannabis. A pesquisa sugere que eles podem ser um ótimo analgésico.
Doenças femininas como a síndrome pré-menstrual (PMS) que causa incômodos nas mulheres, endometriosis e alguns tipos de cânceres ginecológicos são algumas das condições que podem causar dor íntima e pélvica crônica.
O estudo revelou que muitas mulheres estariam dispostas a fazer uso de cannabis medicinal para tratar a dor, especialmente se a tivessem usado antes.
Não está totalmente claro porque as mulheres são mais propensas a trocar a medicação prescrita por cannabis medicinal.
Contudo, pesquisas anteriores descobriram que as mulheres se envolvem com a medicina complementar ou alternativa de maneira diferente dos homens.
As Mulheres estão mais propensas a acessar serviços preventivos, usar medicina alternativa para tratar a dor, problemas de saúde mental ou insônia e também para dores de cabeça e enxaqueca.
Como a cannabis medicinal tem sido cada vez mais vista como um tratamento seguro e legítimo e notícias da crise de opióides tem se espalhado, agora a planta pode entrar na categoria de medicina complementar ou alternativa.
Os pesquisadores escreveram que “a implicação de que as mulheres podem conceituar a cannabis medicinal como uma medicina complementar ou alternativa merece mais pesquisas, já que esta descoberta pode ser vista como uma consequência da experiência do paciente com cannabis, e não apenas da mudança de atitudes públicas em relação a ela.”
Nos últimos anos, artistas e ativistas têm trabalhado para que a cannabis medicinal fosse reconhecida como uma opção legítima de tratamento.
As estatísticas sugerem que em Julho de 2020, Oklahoma, Califórnia e Maine tinham as maiores porcentagens de pacientes que aderiram a cannabis medicinal.
A pesquisa mostrou que o número de pessoas que acreditam que a cannabis tem usos médicos válidos está crescendo.
Um estudo destacou que mulheres que sentem dor crônica por causa da TPM viram resultados positivos depois de terem usado a erva medicinalmente.
Da mesma forma, os testes tentam descobrir como a planta pode ajudar pessoas que sofrem de endometriose a controlar a dor.
No entanto, o debate em torno da cannabis medicinal permanece controverso. Existem muitas pessoas que apoiam, porém, existem outras que destacam os efeitos colaterais da cannabis.
Estudos investigam como isso pode prejudicar sua capacidade cognitiva e memória de curto prazo.
Se fumada também pode danificar o tecido pulmonar. Contudo, existe um consenso de que mais pesquisas precisam ser feitas sobre o uso da cannabis medicinal.
Referências
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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