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Precisamos falar sobre a fibromialgia



24/02/2024


Texto feito em parceria com o enfermeiro Daniel Fixa

Você sabia que milhões de brasileiros sofrem de fibromialgia? A condição causa dores intensas e difusas pelo corpo, e já se pode considerar o uso da cannabis medicinal como uma opção para aliviar esses sintomas.

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Precisamos falar sobre a fibromialgia
Foto: Freepik

Estima-se que mais de 6 milhões de brasileiros enfrentam a fibromialgia, uma condição debilitante caracterizada por dor crônica generalizada, associada a outros sintomas como:

  • Fadiga extrema;
  • Alterações do sono; 
  • Distúrbios intestinais;
  • Depressão;
  • Ansiedade. 

O convívio com a dor crônica e os sintomas associados, comprometem significativamente a qualidade de vida dos pacientes, afetando suas atividades diárias.

Segundo a SBED (Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor), cerca de 3% da população do país é afetada por essa síndrome, resultando em mais de 6 milhões de indivíduos lidando com dores intensas e incapacitantes.

As mulheres representam a maioria dos casos diagnosticados, com 90% das ocorrências, especialmente naquelas com idades entre 25 e 50 anos. Médicos ressaltam o impacto devastador da fibromialgia, limitando atividades laborais e sociais, levando ao eventual isolamento dos pacientes. 

Uso da cannabis como tratamento

A pesquisa sobre o uso da cannabis medicinal para tratar essa condição está em progresso constante. 

Novas descobertas e ensaios clínicos estão em andamento para entender melhor como essa terapia pode ser otimizada, oferecendo alívio eficaz e melhor qualidade de vida aos pacientes.

A origem da fibromialgia ainda não está totalmente esclarecida. Acredita-se que ocorrem alterações no processamento central da dor, como amplificação da transmissão e da interpretação da sensação dolorosa.

O SEC (Sistema Endocanabinoide) é composto pelos endocanabinoides, enzimas e receptores canabinoides CB1 e CB2. O receptor CB1 também é conhecido como receptor central, pois encontra-se predominantemente no SNC (Sistema Nervoso Central).

Quando ativado, ele inibe a liberação de neurotransmissores, influenciando a homeostase, processos motores e sensoriais e a cognição do indivíduo. Já os receptores CB2, por sua vez, são encontrados em maior quantidade no sistema imunológico e agem modulando a liberação de citocinas e diminuindo a inflamação.

Ação dos canabinoides no organismo

O Δ9-THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) é um dos principais fitocanabinoides estudados. Ele atua como agonista parcial dos receptores CB1 e CB2, possuindo uma ação psicotrópica euforizante e atuando no processamento de emoções, funções cognitivas, dor, inflamação, neurogênese e plasticidade neural.

Por tais ações, segundo alguns estudos, o Δ9-THC pode ser utilizado para fins terapêuticos, causando analgesia, efeitos anti-inflamatórios e melhora da qualidade do sono.

O CBD (canabidiol) não apresenta os efeitos psicotrópicos euforizantes produzidos pelo Δ9-THC. Ele é um modulador alostérico negativo dos receptores CB1 e CB2 e aumenta a concentração de endocanabinóides na fenda sináptica.

Além de tratar a fibromialgia, a cannabis medicinal também pode ser eficaz no tratamento de outras condições devido ao Sistema Endocanabinoide do corpo humano. 

Os canabinoides presentes na planta têm a capacidade de ativar esse sistema, auxiliando no alívio de dores crônicas, enxaquecas, distúrbios do sono, humor e outros problemas, promovendo a homeostase e mantendo o equilíbrio do organismo.

Então, o que acha de iniciar uma vida com mais qualidade? 

Se ainda tem dúvidas, separamos dois podcasts bem legais para você acompanhar

Sobre as nossas colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Cristina Suadicani

Enfermeira graduada pela Universidade de São Paulo-Ribeirão Preto . Especialista em Enfermagem Gerencial e Enfermagem do Trabalho pela Faculdade São Camilo, com MBA em Gestão Empresarial. Experiência ampla em coordenação de unidade hospitalar com foco em cuidados paliativos. Participou da elaboração do livro “Cuidados Paliativos: diretrizes para melhores práticas.” Head de Cuidado Coordenado na Cannect.