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‘A caixa de remédios continua fechada’, diz paciente com dores crônicas ‘A caixa de remédios continua fechada’, diz paciente com dores crônicas

Depois de começar o tratamento com a cannabis medicinal, Natália não toma mais analgésicos e nem ansiolíticos

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‘A caixa de remédios continua fechada’, diz paciente com dores crônicas

Natália Azeredo, de 40 anos,  precisou conviver durante muito tempo com dores por todo o corpo. Além do diagnóstico de fibromialgia, também teve problemas graves na coluna que resultaram em quatro cirurgias.   

Na tentativa de aliviar as dores, experimentou os mais variados tratamentos que se possa imaginar. Chás, pomadas, comprimidos, massagens, tudo o que pudesse de alguma forma ajudar a diminuir o desconforto, mas sem sucesso.

A cannabis foi indicada por uma amiga que também sofria com dores crônicas. Natália conta que não pensou duas vezes e resolveu tentar também. “A verdade é que a indústria farmacêutica é a medicina alternativa. A medicina primitiva já trazia soluções para problemas lá no passado”, ressalta.

De 12 remédios que utilizava, hoje só utiliza a cannabis medicinal. 

 Uma amiga para dormir

Ao passar com a médica indicada pela amiga, Natália Azeredo passou a utilizar a cannabis junto aos remédios que usava. O óleo é da associação AbraRio, fundada pela ativista Marilene Oliveira. Já contamos a história dela aqui.

De acordo com a mulher, só precisou de uma semana fazendo o novo tratamento para decidir que não usaria os medicamentos para dormir. 

“Já tinha meses que eu não sabia o que era dormir mais do que duas horas, três horas por noite, mesmo tomando remédios. Mas a dor não me deixava dormir.”, acrescenta. Mas na primeira semana com o canabidiol eu já estava dormindo”, relata.

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‘A caixa de remédios continua fechada’, diz paciente com dores crônicas

Conviver com dores é também conviver com outros problemas, como a ansiedade. 

Atualmente, 37% dos brasileiros convivem diariamente com algum tipo de dor. De acordo com um levantamento do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, a dor crônica também pode estar relacionada a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e até bipolaridade.

Pelo menos quatro em cada dez pessoas com algum tipo de dor crônica, têm a saúde mental abalada. Infelizmente, Natália não ficou fora da estatística. “Eu tomava dosagens do mais alto nível que você possa imaginar de ansiolítico”, acrescenta.

Apesar de não recomendado, Natália também parou de fazer o uso das medicações por conta própria. Já não sentia a necessidade de tomar remédios que a deixavam dopada e sem disposição.

Tratando a dor

Mas no caso de Natália, a falta de sono e os problemas de saúde mental, eram causados principalmente pelas dores, que diminuíram de forma rápida com o tratamento canábico. Mesmo após a última cirurgia na cervical, usou antiinflamatórios por pouquíssimo tempo. 

“Eu só tomei um antiinflamatório. Não senti necessidade nenhuma de tomar analgésico e não tomei. Eu não sei te dizer como, mas com um mês eu estava recuperada”, lembra.

Em uma revisão sistemática feita em Harvard com 28 estudos, os pesquisadores examinaram a eficácia da cannabis para tratar várias dores e problemas médicos, que concluíram que a planta ajudou a tratar tanto dores crônicas como neuropáticas.

Dos estudos revisados, 6 em 6 sobre dor crônica e 5 em 5 sobre dores neuropáticas estudadas, encontraram uma melhora significativa nos sintomas entre os pacientes.

Outra pesquisa realizada em Israel com 397 pacientes fibromiálgicos, testou o tratamento canábico por seis meses. Logo após o início, as melhoras já foram significativas, 50% relataram uma redução na dor.

Uma vida comum

Atualmente, Natália Arezedo está afastada do serviço por causa da sua condição, mas sonha em poder voltar ao mercado de trabalho. Ainda não pode correr, levantar e abaixar com frequência, mas garante que está preparada.

“A caixa de antidepressivo continua fechada. Os medicamentos para dor estão ali fechados, não tomo mais ansiolíticos. (…)  Eu não tomo mais analgésico, pois não sinto mais como antes. Os níveis de dores que eu sinto hoje, elas são repelidas pelo que realmente elas deveriam ser”, concluí.

Consulte um médico

É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento. Clique aqui.

https://cannalize.com.br/paciente-com-dores-cronicas-cannabis/ Descobrindo limites na fibromialgia Descobrindo limites na fibromialgia

Conhecer os seus contornos é fundamental

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Descobrindo limites na fibromialgia

Uma das coisas mais importantes que você vai aprender a fazer por si mesma e pela sua saúde – física e mental – é descobrir e respeitar seus limites.

Essa história de “limite” é muito frequente entre pessoas com condições crônicas, em especial as invisíveis como a fibromialgia, mas, na prática, ela é um bastante complexa.

O que são exatamente esses limites? Como descobri-los? Como preservá-los?

Vou compartilhar com vocês uma história que aconteceu comigo, na esperança de trazer um pouco mais de clareza para o nosso papo de hoje.

O dia em que sentei no chão e chorei

Era uma vez uma menina que foi chamada para conhecer um parque aquático. Apesar de não ser o meu passeio preferido, aceitei a proposta. Estava visitando uma amiga em Ribeirão Preto, São Paulo, e pegamos a estrada para Olímpia, uma cidade a quase 2 horas de distância onde existe um parque famoso na região.

Eu não sei se vocês já tiveram a oportunidade de ir em parques assim, mas diria que a minha experiência foi um tanto quanto traumática. Entrar e sair da água o dia inteiro, filas longas e brinquedos que deveriam ter sérios avisos sobre riscos.

Para além do tranco na coluna que sofri em um dos primeiros brinquedos (pode rir), depois de um dia inteiro andando pra lá e pra cá, ali estávamos nós diante da atração mais esperada por todos: a montanha-russa aquática.

A fila estava levando em média duas horas. Duas horas, de biquíni, molhada, em pé. Se você que está aqui me lendo também tem fibromialgia, imagino que deva estar passando na sua cabeça: “oi??????”

Mas, naquela época, minha consciência sobre minha condição física e, naturalmente, meus limites, não era das melhores. O fato é que naquela fila eu vivi intensas emoções. 

A começar pela visão tenebrosa das pessoas que disparavam em alta velocidade em seus botes, após serem atingidas por um forte jato de água que funcionava como “motor” do brinquedo. Eu só conseguia olhar e pensar: “e meu pescoço?”

Já estava há 1 hora na fila e fui ficando cada vez mais nervosa, morrendo de dor, percebendo a fadiga crescer a cada minuto. 

Obviamente deixei a situação chegar no ponto em que já não aguentava mais ficar em pé, e enfim avisei que ia sair. Minhas amigas, muito queridas, acabaram saindo da fila comigo, o que também não me agradou nem um pouco.

Eu não queria estragar o passeio de ninguém. Ninguém tinha que lidar com os meus desafios, só eu.

Parece bobo, mas o estresse foi tanto que eu explodi. Sentei no chão, desolada, aos prantos, sabendo que ainda tinha que arrumar as coisas, me trocar, caminhar até o estacionamento e pegar 2 horas de estrada para chegar em uma casa que não era nem minha.

Para conhecer nossos limites, é preciso extrapolá-los

Bom, sobrevivi.

Assim como sobrevivi a muitas outras situações parecidas. Não foi a primeira vez que levei meu corpo ao extremo, nem a primeira vez que cheguei ao nível de chorar. Aliás, isso aconteceu de forma quase sistemática por anos na minha vida.

A dura verdade é que, muitas vezes, para saber até onde podemos ir, acabamos tendo que ultrapassar nossos limites. Só descobrimos nossos contornos quando atravessamos para o outro lado. Nessas situações, é importante ter estratégias de controle de danos.

Para onde você corre quando extrapola seus limites?

Quais são as coisas que te nutrem, te acalmam e te equilibram?

Como você se recupera quando chega no fundo do poço?

Banho quente, chás, meditação, terapia, um ombro amigo, comida afetiva, oração… Ou mesmo o uso de substâncias. No caso da fibromialgia, a gente sabe que as opções medicamentosas são escassas, especialmente na hora da crise. Para mim, um dos recursos mais importantes nesses momentos é a cannabis.

Canabidiol e THC funcionam muito bem no meu organismo para acalmar, aliviar a dor física, o estresse mental, e até para combater a fadiga. 

Além do tratamento que faço diariamente com os óleos, a vaporização é como um kit SOS no meu dia-a-dia. Mas cada organismo reage de um jeito, e somente através da experiência você vai conseguir descobrir o seu.

O que podemos refletir com toda essa história? 

Seu corpo tem as respostas. Ele sabe do que precisa e provavelmente já vem tentando se comunicar com você. Se você é um adulto, com certeza já viveu experiências suficientes para ter repertório. 

Desenvolver a nossa “escuta” a esses sinais do corpo é um recurso importantíssimo para quem tem doença crônica. 

Quando eu entrei naquela fila, meu corpo já começou a dar sinais de que não ia dar conta. Mas eu não consegui ouvir – não por mal e nem por descaso, mas pelo simples fato de que é muito duro ter que abrir mão dos nossos planos ao constatar as nossas limitações.

Em outros casos, somos pegos de surpresa. A fibromialgia é uma síndrome complexa com oscilações que nem sempre fazem sentido ou avisam com antecedência. Ainda assim, seu corpo vai se expressar de alguma maneira.

Para limpar esse canal de comunicação, além de estar atento, é necessário trabalhar a frustração e a aceitação, aprendendo a se fazer confortável na presença dessas sensações desagradáveis. 

Quando desviamos nossa atenção ou quando tentamos desesperadamente resistir às coisas como elas são, a vida fica muito mais difícil.

Aceita que doi menos?

Apesar de achar essa frase horrível, o conceito aqui é um pouco nessa linha. Em sintonia com o que falei nos meus últimos textos, sobre os lutos e evitar abrir os braços para a vida como ela é agora, abrir os braços para a fibromialgia, com os sintomas como estão, é o começo de uma jornada mais leve com a doença.

E sim, talvez você precise de ajuda para passar por isso. Talvez você precise de muita terapia, muita coragem, muita força. Talvez precise aprender a aceitar o cuidado dos outros, como as minhas amigas saindo da fila para me fazer companhia. Pelo menos eu precisei.

Por fim, limites são dinâmicos. O que eu dou conta de fazer hoje não necessariamente vai ser o que dou conta de fazer amanhã. Em um dia posso escalar uma montanha, e no outro mal conseguir preparar o meu chá pela manhã. Um dia de cada vez.

Para os dias de luto e os dias de glória, o que nos norteia e nos mantém conectados às nossas necessidades é nada mais, nada menos, do que a presença. Estar presente vai ajudar você a entender, a cada minuto, o que você precisa e o que pode fazer, agora, para se cuidar com mais amorosidade e compaixão. Sempre.

Seguimos juntas.

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

https://cannalize.com.br/descobrindo-limites-na-fibromialgia/ Os lutos da fibromialgia Os lutos da fibromialgia

Sobre deixar o velho morrer e abrir espaço para o novo

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Os lutos da fibromialgia

Tenho saudades de quem eu era antes da fibromialgia.

Não saberia dizer quantas vezes ouvi essa frase, dita das mais variadas formas. O artigo de hoje é sobre um tipo diferente de morte: a morte de nós mesmos.

Recentemente tive uma perda muito significativa, que foi o falecimento da minha avó. Grande parte da minha infância – e da minha vida – se passou na casa da Dona Antônia. Entrar em contato com a dor e a profundidade desse luto me trouxe até o tema desta semana.

Do diagnóstico à primeira morte

Quando recebemos o diagnóstico de fibromialgia, muitas vezes não temos a dimensão do impacto desse acontecimento e o que ele, de fato, significa. Ainda não sabemos, mas uma jornada longa e árdua se inicia naquele momento.

Aquela personalidade que era mais viva em nós, o corpo com o qual estávamos acostumados, a percepção de nós mesmos, os limites, as prioridades, a disposição, os sonhos, o trabalho, as relações… tudo isso começa a mudar.

Uma parte de nós morre ali. Só que aceitar e deixar o velho ir é um processo lento e assustador.

Os 5 estágios do luto

Talvez você já tenha ouvido falar no modelo de Elisabeth Kübler-Ross sobre os 5 estágios do luto. São eles: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Apesar de serem descritos como estágios, o que eu acho mais curioso é que o processo do luto não é linear e migramos entre estes sentimentos de formas e intensidades variadas.

Tenho vivido esses estágios em relação à minha avó. E venho notando que, de certa forma, eles são muito parecidos com o que experienciamos diante de um diagnóstico marcante como a fibromialgia. 

Percebo esses estágios claramente nas diversas pessoas que acompanhei ao longo dos últimos 7 anos de projeto De Bem Com a Fibro. Percebo também esses estágios em pessoas próximas a mim, que tiveram um diagnóstico recente de dor crônica.

Como não querer fugir diante da constatação de sentir dor para o resto da vida? Como não sentir raiva por uma situação tão difícil que foi imposta a você? Como não tentar negociar, reverter, fazer promessas para que aquele sofrimento vá embora? Como não se deprimir ao, finalmente, entender que aquela é sua nova realidade?

Porém, esses estágios doloridos e complexos não acontecem em vão. São eles os passos que nos levam para a paz que chega com a aceitação.

Morrer para renascer

Quando chegamos perto da aceitação, mais uma parte de nós precisa morrer. Quem morre agora é a pessoa que recebeu o diagnóstico. Ela não é mais você. Você já é outro, já é outra agora.

Claro, todos nós mudamos o tempo todo. Mas, para quem tem doença crônica, a mudança é compulsória e urgente – já que a resistência e o apego perpetuam nosso sofrimento.

É somente com a morte dessa pessoa inocente, que não sabia nada sobre sua condição, que se desesperou, se revoltou, que podemos seguir em frente. Entrar no estágio de aceitação é o momento mais libertador que você vai vivenciar na sua relação com a doença.

Nessa nova fase a doença existe, sim, mas ela já não define quem você é ou o que você faz. Ela faz parte, uma vez que é crônica, mas não é mais a protagonista.

Você reassume o controle. E desse lugar, apenas, é que podemos renascer. Talvez você se surpreenda com a pessoa que vai se tornar ou que, sem perceber, já se tornou. Flores bonitas podem surgir no meio da lama. É essa a parte que está nas suas mãos.

O novo só chega quando nos permitimos abrir mão do velho. Pense nisso.

Espero você para a próxima reflexão, no artigo seguinte. Um abraço e o meu desejo de que você encontre caminhos para fazer as pazes com sua condição, seja ela qual for.

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https://cannalize.com.br/os-lutos-da-fibromialgia/ Chá de cannabis alivia a dor de pacientes fibromiálgicos Chá de cannabis alivia a dor de pacientes fibromiálgicos

Segundo o estudo, o uso do das flores de cannabis no chá ajudaram a diminuir pela metade as dores de pacientes com fibromialgia

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Chá de cannabis alivia a dor de pacientes fibromiálgicos
Foto: Envatoelements

O consumo diário de chá com infusão de cannabis está associado à diminuição da dor e à melhora da qualidade de vida em pacientes com fibromialgia, de acordo com dados de um ensaio clínico publicado no Journal of Clinical Medicine.

Os cientistas italianos avaliaram a eficácia da flor de cannabis  com 22% de THC (tetrahidrocanabinol) e 1% de CBD (canabidiol) no chá de 30 pacientes com fibromialgia refratária. Os pacientes consumiram a bebida infundida diariamente por seis meses.

As classificações medianas de dor dos pacientes caíram de 8 (em uma escala numérica de 1 a 10) para 4 durante o teste. Os participantes do estudo também relataram melhorias na saúde física e mental.

Nenhum dos pacientes que concluíram o teste relatou quaisquer efeitos colaterais adversos da cannabis.

Além das dores

Dessa forma, os autores do estudo concluíram  que  “os canabinoides podem representar uma alternativa eficaz à terapia farmacológica convencional para reduzir a dor e os distúrbios mentais em indivíduos com fibromialgia”, escreveram.

Por outro lado, mais investigações, como ensaios clínicos randomizados e controlados por placebo, são necessárias para confirmar essas descobertas.

Leia também: Chá de cannabis é medicinal?

Pacientes com fibromialgia frequentemente relatam  o uso de cannabis para controlar com sucesso os sintomas do transtorno.

Dados observacionais publicados no ano passado, relataram que pacientes com fibromialgia que consomem preparações de cannabis medicinal reduzem sua necessidade de opioides prescritos.

Texto adaptado do portal NORML

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https://cannalize.com.br/cha-de-cannabis-alivia-a-dor-de-pacientes-fibromialgicos/ A luz no fim do túnel das síndromes crônicas A luz no fim do túnel das síndromes crônicas

Como a cannabis transformou minha relação com a fibromialgia.

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A luz no fim do túnel das síndromes crônicas
Foto: Arquivo Pessoal

Acordo “meio esquisita”. O corpo parece mais dolorido do que o normal, mas penso que tem a ver com aquela caminhada de ontem.  A disposição não está das melhores, mas interpreto como um sintoma pós menstrual.

O humor também parece um tanto instável… mas pode ser por causa da dor e da falta de disposição.

Demoro a reconhecer, mas eventualmente percebo que tem uma pequena crise se instalando. Crise, na fibromialgia, é o nome que damos a períodos em que os sintomas crônicos se tornam mais intensos.

A crise de fibromialgia

A mais temida, a mais detestada. Se ter uma síndrome crônica já é ruim o suficiente em dias comuns, nem queira imaginar o que é passar dias inteiros em crise.

Essa piora repentina dos sintomas pode durar horas, dias, semanas e até meses. Não tem como saber quando vai acontecer, com qual intensidade vai acontecer, nem quanto tempo vai durar. Ah, e não existe remédio para ela.

Pelo menos eu achava que não, até entender mais profundamente o papel da cannabis no meu tratamento.

Dias de luta, dias de nem tanta glória

Existem centenas de síndromes crônicas, e a maioria delas tem algo em comum: o desafio em gerenciar sintomas.

Afinal, ter uma doença não é nem um pouco simples, mas ter uma doença que são várias em uma é praticamente uma pós-graduação em si mesmo.

Por aqui, acordar sentindo a crise chegando já era a certeza de uma fase muito conturbada pela frente, acompanhada da dúvida de “por quanto tempo vou ficar assim”.

Quais compromissos vou ter que remarcar? 

Vou conseguir trabalhar? Vou conseguir cuidar de quem precisa de mim?

Esse é o máximo que o desconforto vai chegar, ou ainda vai piorar?

Vou precisar ir para o hospital?

Ao longo dos anos, fui sendo obrigada a aceitar os meus limites, reconhecer minha impotência e abraçar o ritmo da vida alinhado com o ritmo imposto pela fibromialgia. Ainda faço isso, dia após dia.

Mas, recentemente, entendi que não preciso passar por isso sozinha. Não preciso ter “mais força de vontade” para aguentar as dificuldades do meu corpo. Eu posso ter ajuda.

Mas funciona para tudo?

Quando comecei meu tratamento com cannabis, tinha a visão superficial de que iria ter alívio da dor e minimamente conseguir mais qualidade de vida.

O que eu descobri foi que ela podia me proporcionar muito mais. Ela podia me devolver a saúde. Me trazer esperança. Conforto. Segurança. Companhia nos piores dias.

E essas coisas nenhum outro tratamento tinha feito por mim.

O potencial da cannabis de atuar em múltiplos sintomas e, assim, ser eficaz na fibromialgia e em outras síndromes crônicas, acontece graças à sua capacidade de atuar em múltiplos sistemas do nosso organismo.

E isso acontece porque todos nós temos algo chamado “sistema endocanabinoide”.

De forma resumida, receptores do sistema endocanabinoide estão espalhados por todo o nosso corpo e se ligam aos diversos compostos encontrados na planta, como o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol), causando efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, reguladores.

Esperança para os dias difíceis

Não foi simples encontrar minha dose ideal, entender qual canabinoide poderia me auxiliar para cada sintoma, e quais as vias de administração que mais funcionam para mim: oral, tópica, inalatória.

O processo exige paciência, e quer saber? Valeu a pena.

Hoje, posso dizer que tenho um ótimo tratamento, que não só ameniza sintomas, mas também restaura o funcionamento do meu organismo, que cuida não só do meu corpo, mas também da minha saúde mental.

Um tratamento que não me maltrata, que me dá autonomia e até me devolve algum senso de controle sobre minha saúde. Um tratamento que me possibilita agir quando entro em crise.

Só quem tem uma condição crônica sabe o quão precioso é encontrar algo assim.

Por isso estou aqui. Porque, no futuro, quero fazer parte do grupo que contribuiu para que a informação chegasse ao maior número de pessoas possível, que ajudou a quebrar os tabus e tornar o tratamento mais acessível a todos.

E você, embarca comigo nessa? Espero você no próximo artigo. Até lá!

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https://cannalize.com.br/a-luz-no-fim-do-tunel-das-sindromes-cronicas/ A descoberta de ser crônico A descoberta de ser crônico

O impacto de ter uma doença para o resto da vida

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A descoberta de ser crônico
Foto: Arquivo Pessoal

O ano é 2013 e lá estava eu, conquistando meu diagnóstico de fibromialgia.

Conquistando porque, para chegar até ele, foram gastos anos, energia, dinheiro, consultas com dezenas de especialistas e incontáveis exames – permeados por medos, dúvidas, angústias, culpa, dor.

Meu nome é Lívia, tenho fibromialgia, 34 anos e estarei com você nesta coluna pelos próximos meses. 

Por aqui, vamos falar sobre saúde, dor, cannabis e estilo de vida. Penso ser importante me apresentar para dar um pouco de contexto para as informações e reflexões que vou compartilhar daqui para frente.

Uma dor solitária

Sinto dor desde criança. Ela sempre esteve presente e, até receber meu diagnóstico, eu achava que sentir dor o tempo inteiro era normal.

Estudei e me formei farmacêutica-bioquímica na Universidade de São Paulo, mas apenas trabalhando na indústria tomei conhecimento sobre a fibromialgia. 

Na época, acompanhava reações adversas a medicamentos e os relatos de pacientes “fibromiálgicos” sempre ficavam para o fim da fila.

Isso porque tendiam a ser mais longos, com narrações detalhadas do sofrimento envolvido não só em lidar com os efeitos colaterais do tratamento, mas também com todos os sintomas característicos da doença. 

Só anos depois compreendi que esses relatos eram, provavelmente, frutos de anos de invisibilidade e solidão.

A tal da fibromialgia 

A fibromialgia, caso você não saiba, é uma síndrome dolorosa crônica com origem no sistema nervoso central, em um processo que torna o organismo mais sensível a estímulos, incluindo a dor. Além dela, existem sintomas como fadiga, distúrbios de sono e vários outros que vêm e vão.

Foi através dos detalhes daquelas narrativas que percebi que sim, o que eu sentia tinha nome e endereço, e era fibromialgia – mas os desafios da jornada até o diagnóstico ficam para outro momento.

Em resumo, eu era “nova demais, sorridente demais e ativa demais” para ter mais uma doença crônica, ainda mais fibromialgia. 

Alguns anos antes, tinha recebido o diagnóstico de uma doença autoimune da tireoide, porém muito comum em mulheres e de tratamento bastante simples.

Lembro de ficar impactada com a ideia de precisar “tomar remédio para sempre”, mas logo percebi que aquilo não traria grandes consequências para minha vida.

Mas com a fibromialgia não… com ela foi diferente.

Um filme passou pela minha cabeça com as inúmeras vezes em que me senti fraca. Em que achei que não era capaz, que era inferior às outras pessoas. Situações em que me senti culpada por não conseguir acompanhar uma festa, uma viagem, um passeio, um trabalho.

Quanto choro, quanta dor, física e emocional, eu teria me poupado se tivesse recebido esse diagnóstico antes?

Descobrir-se crônico leva você, conscientemente ou não, a mergulhar em um universo paralelo que só outros crônicos são capazes de compreender. 

As frustrações do dia-a-dia; a descoberta de um novo eu, com novos hábitos, novos ritmos, novas prioridades e novos sonhos; a redefinição de expectativas; as pessoas que se aproximam e as que vão embora.

Ser crônico significa atenção constante, respeito constante, presença constante, cuidado constante. 

E cuidado constante significa tratamento contínuo. Com o uso de substâncias ou não, o tratamento nunca termina. Ele se transforma necessariamente em um estilo de vida.

Cannabis como tratamento

E é aí que a cannabis se encaixa tão bem: uma abordagem completa, que considera o ser humano em sua totalidade e oferece a possibilidade de atuação em múltiplos sintomas ao mesmo tempo. 

E o melhor de tudo, com poucos efeitos colaterais.

No próximo artigo, vou falar com mais detalhes sobre o grande potencial terapêutico da cannabis em síndromes crônicas, como a fibromialgia, em especial pelo fato de ainda não existirem opções realmente satisfatórias no controle dos sintomas.

A gente se vê por lá.

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https://cannalize.com.br/a-descoberta-de-ser-cronico/ CBD X Pregabalina: Efeitos e comparativos Cannabis X Pregabalina: Efeitos e comparativos

Hoje em dia, muitas pessoas têm considerado o uso do CBD para o tratamento de dores neuropáticas por causa dos poucos efeitos adversos. Mas essa troca é vantajosa?

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CBD X Pregabalina: Efeitos e comparativos
Foto: Freepik

Já ouviu falar da pregabalina? O anticonvulsivante é bastante utilizado no Brasil e nos Estados Unidos, mas principalmente como um analgésico por causa da sua ação no sistema nervoso. Mas será que o CBD (canabidiol) pode substituí-lo?  

 Nas farmácias desde 2005, a pregabalina é um medicamento que ajuda a regular o Sistema Nervoso Central. Por isso, além da sua ação nas dores, o remédio pode ser usado também como um ansiolítico e anticonvulsivante. 

Utilizado principalmente para dores neuropáticas, como fibromialgia, o medicamento é classificado como gabapentinoide, devido a sua estrutura molecular ser semelhante a um neurotransmissor do corpo que funciona como um inibidor, chamado de GABA (ácido gama-aminobutírico).

Alguns estudos, mostraram também que a pregabalina pode ser utilizada para tratar ansiedade social, ondas de calor relacionadas à menopausa, insônia e até transtorno bipolar, embora não constam na bula. 

Como funciona a pregabalina? 

De acordo com o neurologista André Millet, o mecanismo de ação da pregabalina está relacionado à sua ligação a uma subunidade específica de canais de cálcio dependentes de voltagem, chamada de subunidade α2δ.

“Esses canais de cálcio estão envolvidos na liberação de neurotransmissores excitatórios no sistema nervoso, incluindo o glutamato e a substância P. Quando a pregabalina se liga a essa subunidade α2δ, ela reduz a liberação desses neurotransmissores, diminuindo a transmissão de sinais de dor.”, Explica. 

Millet também relata que a ligação da pregabalina à subunidade α2δ também parece modular a atividade de outros canais iônicos e mecanismos intracelulares, o que contribui para os efeitos analgésicos e anticonvulsivantes do medicamento.

Leia também: O CBD pode cortar o efeito de algum medicamento?

Em resumo, o principal mecanismo de ação da pregabalina no alívio da dor neuropática é a sua ligação e modulação da subunidade α2δ dos canais de cálcio dependentes de voltagem, levando à redução da liberação de neurotransmissores excitatórios e, consequentemente, diminuição da transmissão dos sinais de dor.

“Este mecanismo específico confere à pregabalina sua eficácia comprovada no tratamento de diversas condições de dor neuropática”, conclui.

Desvantagens e efeitos adversos

Claro que o remédio também tem o seu lado negativo. Como por exemplo, a possibilidade de dependência, quando há abuso na dosagem ou o uso crônico. Por isso, o recomendado é que o remédio seja utilizado apenas quando prescrito pelo médico e somente no tempo estimado.

A pregabalina também não é recomendada para:

  • Grávidas;
  • Lactantes;
  • Pessoas com histórico de abuso de substâncias;
  • Pacientes com doenças no pulmão, rins, fígado e insuficiência cardíaca;
  • Diabéticos;
  • Pessoas menores de 18 (no caso de dores neuropáticas).
  • Em idosos, é preciso ter bastante cautela.
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CBD X Pregabalina: Efeitos e comparativos
Foto: Freepik

Agora falando de efeitos colaterais, eles costumam ser moderados na maioria dos casos. Os mais comuns são:

  • Boca seca;
  • Inchaço;
  • Visão turva;
  • Tontura;
  • Sonolência;
  • Dor de cabeça;
  • Dificuldade de concentração;
  • Ganho de peso.

O medicamento também não pode ser misturado com  alguns remédios, pois pode acontecer interações medicamentosas, que incluem alguns antidepressivos, ansiolíticos, antipsicóticos, anti-histamínicos, remédios para o coração, para dormir e diabetes. 

Se utilizar algum desses remédios, é importante informar ao médico antes de começar a tomar a pregabalina. 

Ação do canabidiol no organismo

O uso do CBD tem crescido de forma rápida no Brasil. Não só para crises convulsivas, mas também para o tratamento de dores neuropáticas, como a fibromialgia. 

Embora os estudos científicos ainda não tenham uma opinião totalmente formada sobre o assunto, não são poucos os casos em que pacientes fibromiálgicos se beneficiaram do uso do canabidiol como tratamento.

Leia também: Cannabis ajuda paciente com fibromialgia ‘eu voltei a ser quem eu era’

Mas ao contrário da pregabalina, o CBD atua por um mecanismo diferente. Ela funciona através do chamado Sistema Endocanabinoide

Presente em boa parte do organismo, esse sistema também funciona a nível molecular, mas ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, na restauração do equilíbrio do corpo. 

Se uma pessoa está com dor, por exemplo, o sistema envia os chamados canabinoides que sinalizam que algo está errado e precisa ser corrigido. O canabidiol também possui estas substâncias, que atuam de forma parecida com as nossas. 

O CBD, por exemplo, é um canabinoide. E por ser bem aceito pelo corpo, os efeitos colaterais são consideravelmente menores que remédios convencionais. 

Por outro lado, o neurologista André Millet explica que o tratamento com o CBD é individual para cada um e é necessário um tempo até encontrar a dosagem ideal. 

“Profissionais diferentes podem sugerir concentrações e doses diferentes, de acordo com a experiência de cada um e a individualidade do paciente”, acrescenta. 

CBD X pregabalina 

De acordo com o médico, tanto o CBD quanto a pregabalina podem ser opções terapêuticas para dores neuropáticas. Contudo, a pregabalina possui um conjunto de evidências clínicas mais robustas e é considerada um tratamento “padrão-ouro” nessa indicação. 

Ou seja, o medicamento é uma referência quando se trata de dores neuropáticas. 

“Ainda assim, o CBD pode ser uma alternativa interessante, especialmente para pacientes que não respondem bem ou não toleram os efeitos da pregabalina. Ainda carecemos de evidências suficientes para justificar uma substituição, exceto por baixa adesão”, acrescenta.

Millet ainda acrescenta que o canabidiol também pode ser uma opção quando falamos do uso crônico, uma vez que a pregabalina não pode ser usada por muito tempo. 

Por outro lado, o uso precisa ser conversado com um médico, que poderá dizer se a troca é vantajosa ou não para o seu caso. 

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https://cannalize.com.br/cbd-x-pregabalina-efeitos-e-comparativos/ De bem com a fibro: uma história com a cannabis medicinal De bem com a fibro: Influencer compartilha tratamento com a cannabis

A influenciadora Lívia Teixeira fala sobre fibromialgia e como a cannabis  foi importante para o tratamento ‘Sinto que estou cumprindo com papel social’

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De bem com a fibro: Influencer compartilha tratamento com a cannabis

Atualmente, Lívia Teixeira é o que chamamos de influenciadora. Com mais de 50 mil seguidores, ela fala sobre o uso da cannabis e principalmente sobre a sua relação com a fibromialgia, doença que precisou enfrentar a vida inteira.

Se antes era vencida por causa das dores, hoje pode encarar a vida de uma forma totalmente diferente, sem muitas limitações, medos ou preocupações com os sintomas. 

Parte disso se deu por causa do uso da cannabis.  A sua experiência compartilhada nas redes ajudou não só os seus seguidores, mas até a sua família, que utiliza o óleo para  tratar condições como autismo e síndrome do pânico.

Sem diagnóstico

Desde que se entende como gente, Teixeira viveu com dores. Mas o problema era que ninguém conseguia lhe dar um diagnóstico preciso. Isso porque a condição não é totalmente compreendida, o que gera um preconceito que pode vir dos próprios profissionais de saúde. 

“Eu trabalhei na indústria farmacêutica com um paciente com fibromialgia. Vendo os relatos, ouvindo pessoas falando sobre os sintomas, eu fui percebendo o que eu tinha. E foi a partir desses relatos que eu fui atrás do diagnóstico. Foi muito difícil, demorou anos, mas eu já sabia o que eu tinha”, comenta.

Até hoje não se sabe ao certo o que causa a fibromialgia. Caracterizada principalmente por fortes dores em todo o corpo, pode estar relacionada a fatores do sistema nervoso.

No Brasil, a condição atinge cerca de 3% da população, principalmente mulheres. Infelizmente, Lívia foi uma delas. “Eu sempre tive que conviver com as dores. Mas quando estava na faculdade, em uma rotina um pouco mais intensa, isso começou a ficar muito debilitante”, acrescenta.

A farmacêutica ainda descobriu que tinha tireoidite, uma doença hormonal que também resultava em dores pelo corpo.

Nada parecia ser suficiente

A influencer mudou seus hábitos alimentares, diminuiu o açúcar, parou de comer glúten e comidas industrializadas. Passou a cuidar do sono e até a fazer atividade física moderada para não entrar em crise. Ainda assim, parecia não ser o suficiente.

A farmacêutica se sentia mal até quando estava com os amigos. Se por acaso se esforçava demais, as dores aumentavam e ela tinha receio de estragar os passeios. Quando não aguentava mais, se sentia culpada por fazer todos os seus amigos voltarem mais cedo. 

“Ficava confuso para as pessoas, porque eu não estava sangrando, estava com a mesma cara. Era difícil para entenderem o que eu estava passando”, acrescenta.

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De bem com a fibro: Influencer compartilha tratamento com a cannabis

Precisamos falar sobre fibromialgia

Foi por causa da dificuldade em ter um diagnóstico, que Lívia Teixeira resolveu que precisava falar sobre o assunto. 

Há 10 anos, a condição era relativamente nova, até mesmo para a classe médica. A farmacêutica precisava pesquisar artigos em inglês e explorar diversos tipos de terapias para tentar encontrar um alívio. 

A princípio, os seus vídeos eram meramente informativos. A influencer queria que as pessoas soubessem que a doença existia e quais eram os principais sinais. Mas com o passar do tempo, foi se abrindo e falando mais sobre a sua relação com a doença. 

Leia tambem: Cannabis ajuda paciente com fibromialgia ‘eu voltei a ser quem eu era’

“Foi ficando pessoal ao longo do tempo e hoje em dia eu falo um pouco mais sobre a relação com a dor, com as pessoas de forma mais subjetiva”, acrescenta. 

 Cannabis como tratamento

A maconha nunca foi um obstáculo para Lívia Teixeira, que já havia utilizado a erva em alguns momentos da sua vida. Mas nunca passou pela sua cabeça que a planta poderia servir de remédio também. 

Só foi depois que começou a compartilhar informações sobre a fibromialgia nas redes sociais, que soube sobre as propriedades medicinais da cannabis. “ Comecei a receber perguntas sobre o uso do CBD (canabidiol) até começar a receber produtos das marcas para testar”, comenta.

Foi aí que a farmacêutica foi estudar de fato sobre o assunto. Embora testasse produtos para as marcas e associações, o seu tratamento só começou de fato, à partir da Cannect, onde ela tinha um profissional que a acompanhava durante todo o processo. 

As dores e os demais sintomas finalmente estavam diminuindo, o que surpreendeu a influencer.  Agora, tinha mais controle sobre a dor e mais qualidade de vida.

Tratando um transtorno de ansiedade

Foi nesse processo que Lívia também percebeu que tinha um transtorno de ansiedade. “Na minha cabeça, eu sempre fui muito ansiosa, mas nos últimos anos, fui entendendo realmente como um transtorno”, comenta.

Embora o Brasil seja o país mais ansioso do mundo, a população ainda não tem consciência do seu estado. De acordo com um censo feito pelo DataFolha em 2022, três em cada 10 brasileiros se sentem ansiosos e têm problemas com sono. Ainda assim, apenas 7% da população avalia a sua saúde mental como ruim ou péssima.

No caso da farmacêutica, assim como na fibromialgia, a cannabis também foi essencial para tratar as crises ansiosas. “É muito bom para fibromialgia, mas é surreal de bom para ansiedade”, comenta.

A longo prazo, o sono e a fadiga também foram outras áreas marcantes que melhoraram na vida da Lívia.

Uma nova vida

Hoje, a influencer comenta que as melhorias trouxeram mais confiança para passar o dia fora e até viajar, pois pode controlar os sintomas da fibromialgia e da ansiedade sem precisar ir para o hospital.

“Quando eu tenho crise, eu converso com o médico e consigo ajustar a dose. Você não consegue fazer isso com um medicamento alopático. (…) com a cannabis, você consegue ter flexibilidade, gerenciar melhor o seu tratamento.” Diz.

A cannabis pode ajudar em várias condições, porque atua no chamado Sistema Endocanabinoide, um sistema presente em quase todo o organismo ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do corpo.

De forma bem simplificada, se uma pessoa está com dor, por exemplo, os chamados canabinoides, como o CBD e o THC (tetrahidrocanabinol) sinalizam que algo está errado e que precisa ser corrigido.

Leia também: Paciente com fibromialgia abandona remédios depois da cannabis ‘não precisava mais’

“Quando me dá alguma crise, como uma gummie ou tomo o óleo e fico bem, eu tenho um recurso para me ajudar. Então eu fico mais leve, mais segura, mais saudável. Me sinto mais livre para fazer as coisas. O que mais me conforta é saber que eu posso combater a ansiedade e a fibromialgia”. Completa.

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Influenciando família e o mundo

Hoje, Lívia também é uma influenciadora canábica. Começou a pesquisar, fazer cursos sobre o assunto, a entender as esferas políticas e culturais ao redor da planta e não demorou muito para que tivesse um impulso ativista.

 Embora tenha perdido alguns seguidores no começo, a farmacêutica não se arrepende de ter levantado a pauta. “Recebo mensagem de gente falando que eu ajudei a perder o preconceito sobre maconha para o filho delas”, acrescenta.

Lívia influenciou o uso da cannabis medicinal não só para os seus seguidores, mas também para sua família. Atualmente, o seu irmão também utiliza o tratamento para tratar o TEA (Transtorno de Espectro Autista).

O óleo feito da planta ajuda pacientes autistas a amenizar os sintomas, como agressividade, insônia e ansiedade. “ O meu irmão teve uma melhora social muito boa”, acrescenta. 

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https://cannalize.com.br/influencer-fibromialgia-historias-reais-cannabis/ Tratando fibro com cannabis, paciente diz “toco até bateria” Aposentada trata fibromialgia com cannabis ‘hoje toco até bateria’

Foram poucos meses para que Liliane pudesse ter uma vida normal novamente. Se antes era difícil levantar da cama, hoje a enfermeira faz até trilha

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Aposentada trata fibromialgia com cannabis ‘hoje toco até bateria’
Foto: Arquivo Pessoal

A enfermeira Liliane da Luz 54, de Joinville, em Santa Catarina, teve um trauma psicológico em 2014, depois de perder a mãe. O evento foi um gatilho para uma fibromialgia, condição que a aposentada precisa enfrentar até hoje. 

Mas o problema maior é que os remédios convencionais não pareciam ajudar muito. As dores continuavam e com elas, o desânimo e as dificuldades de mobilidade. Soube da cannabis na mesma época, mas a planta estava muito distante da sua realidade.

Foram necessários seis anos para Liliane conhecer alguém que pudesse ajudar a ter acesso ao tratamento canábico. E desde então, a sua vida mudou. 

“Há quatro anos que eu me trato com a cannabis e digo para as pessoas que é uma medicação que salvou a minha vida. Tive depressão e ansiedade, não queria mais sair da cama para trabalhar e eu, hoje faço tudo. Viajo, excursões, subo, desço e brinco com os meus dois netos lindos.” acrescenta.

Com dores da noite para o dia

Depois que a sua mãe faleceu, Liliane ficou quatro dias sem conseguir pregar os olhos. Quando finalmente conseguiu dormir, acordou pela manhã com dores no corpo todo, da cabeça aos pés.

Fez todos os exames necessários para descobrir a causa, mas nada apontava uma condição que pudesse explicar o incômodo. Foi então que tanto o neurologista quanto o psiquiatra apontaram para a fibromialgia.

Trata-se de uma doença crônica e sem cura, caracterizada principalmente por “dores inexplicáveis”. No Brasil, a condição atinge aproximadamente 3% da população, sendo a maioria mulheres com 35 anos ou mais.

Leia também: Cannabis ajuda paciente com fibromialgia ‘eu voltei a ser quem eu era’

Por muitas vezes, está relacionada a fatores emocionais, como ansiedade, depressão e estresse. Outras vezes, pode ser ocasionada por fatores do sistema nervoso, mas em ambos os casos, as dores podem ser incapacitantes.

“Eu não conseguia levantar da mesa, de um sofá ou entrar em um ônibus. Eu tinha uma cabeça de 50 anos e um corpo de 90.” relata. 

Sem acesso à cannabis

Por causa da sua profissão, Liliane já tinha ouvido falar sobre as propriedades medicinais da cannabis e tinha até vontade de utilizar o tratamento. Principalmente para tentar reduzir os remédios que usava que a derrubavam. 

Mas o problema era a falta de acesso. A até então enfermeira, perguntava para todos que conhecia sobre médicos que pudessem prescrever ou lugares para adquirir o produto. 

Foram seis anos de procura até que uma amiga lhe indicou um médico de uma associação chamada na época de AMCC (Associação Médica da Cura com Cannabis). O dr. Pedro, de Brasília, fez uma consulta por telefone mesmo. 15 dias depois, Liliane estava recebendo o produto em casa.

“Eu chorei muito, minha filha até gravou. Foi muito emocionante”, lembra.

Produtos de cannabis no Brasil

A legislação de produtos feitos com a planta no Brasil é relativamente nova. A importação, por exemplo, só passou a acontecer em 2015, após uma resolução aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Aqui, o paciente precisa buscar uma autorização excepcional para poder trazer o produto de fora. 

No final de 2019, a agência também aprovou a venda de cannabis nas farmácias. Neste caso, as empresas precisam de uma autorização prévia do órgão para poder colocar os seus produtos nas prateleiras.

Ainda assim, todos os produtos precisam ser receitados por um médico legalmente habilitado. Mas o problema é que menos de 1% dos médicos prescrevem no Brasil.

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Aposentada trata fibromialgia com cannabis ‘hoje toco até bateria’ Foto: Arquivo Pessoal

 Melhoras além do esperado

As melhoras vieram de forma rápida, Liliane conta que foi questão de meses para o tratamento fazer efeito. De repente viu as dores reduziram drasticamente e após alguns ajustes de dosagem, elas sumiram. 

A enfermeira se aposentou no ano passado por tempo de serviço e agora sente que pode fazer tudo o que quiser. “Toco bateria e faço academia, hidroginástica e tudo no mesmo dia”, acrescenta.

Também reduziu a quantidade de medicamentos utilizados para tratar fibromialgia. Hoje, a aposentada só usa a cannabis e mais um medicamento convencional. 

Em 2020, ela ainda teve um acidente de carro, ficou na UTI por 28 dias e fraturou sete costelas. Mas aparentemente, a cannabis ajudou a aliviar também as dores do pós-cirúrgico. Liliane conta que não sentia nada.

 “Quando eu voltei em uma consulta de retorno, o o cirurgião torácico falou: ‘Meu Deus, não é aquela mulher que caiu no Rio?, como vc tá bem!’”, lembra. 

Sem preconceitos

Liliane conta que, diferente de muitos casos, a sua família não foi contra a escolha da cannabis como tratamento. Pelo contrário, a incentivaram a começar o tratamento. 

Ainda que houvesse alguma resistência por parte de alguns, os resultados nela foram mais que suficientes para mudar a percepção sobre a cannabis. 

“Até mesmo porque a família não aguenta te ver daquele jeito, ela também adoece. A cannabis não tratou só a mim, mas a família inteira. (…)Meus filhos contam que foi inacreditável a diferença em quatro anos. Hoje eu falo pra eles que posso fazer tudo o que eu quero. Faço até trilha com as amigas”, acrescenta. 

Leia também: Paciente com fibromialgia abandona remédios depois da cannabis ‘não precisava mais

Com tempo livre e mais qualidade de vida, a aposentada passou a fazer academia e hidroginástica para emagrecer. Não contente com as atividades, resolveu também que queria tocar bateria. 

“Fez um ano que comecei em janeiro, foi apaixonante. Tenho a minha bateria em casa e faço aulas. (…) Hoje eu toco, eu ensaio e toco na banda nas meninas quando me convida”, comenta.

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Após experimentar a cannabis como tratamento, a paciente até esquece que tem fibromialgia. Isso a fez uma defensora da planta como remédio

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Cannabis ajuda paciente com fibromialgia ‘eu voltei a ser quem eu era’
Foto: Arquivo Pessoal

Flora Maria Pinheiro Britto, de 38 anos, tem um óleo de cannabis guardado na gaveta da cabeceira que nem se lembrava mais. Não que o produto não funcionasse, pelo contrário. Funcionou tão bem que hoje ela nem usa tanto.

A verdade é que o óleo foi fundamental para a mulher, que precisa conviver com as dores da  fibromialgia e administrar os remédios de forma meramente paliativa.

Hoje, quando escuta algum assunto sobre a condição, Flora aproveita todas as oportunidades para contar a sua história e mostrar o quanto a planta foi importante para mudar a sua qualidade de vida. 

Doença para a vida toda

A fibromialgia é uma condição crônica e sem cura, caracterizada principalmente por dores fortes por todo o corpo, além de outros sintomas. 

Por muitas vezes, está relacionada a fatores emocionais, como ansiedade, depressão e estresse. Outras vezes, pode ser ocasionada por fatores do sistema nervoso.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a condição atinge pelo menos 2,5% da população brasileira e pode atrapalhar tarefas simples do dia a dia. 

“Eu ainda conseguia trabalhar, eu fazia as minhas coisas. Mas era muito difícil, a cabeça doía, as pernas, os braços, tudo. E quando eu ficava no período menstrual, era muito pior. Eu não saía da cama, tinha dores horríveis”, acrescenta Flora. 

Cannabis como tratamento

A mulher descobriu a condição quando tinha 25 anos, mas só passou a utilizar o óleo de cannabis há pouco mais de dois anos. Flora soube que a cannabis poderia ajudar através de uma amiga que utilizava o óleo para ajudar no tratamento de seu filho autista.

Por usar de forma recreativa, ela não teve nenhum preconceito e resolveu experimentar. “Eu sei que não é aquele milagre de início, mas eu posso dizer que foi um efeito milagroso que eu senti. Quando eu percebi, eu já não estava com dor nenhuma mais. As vezes eu falava, ‘peraí, eu tomei hoje? não, não tomei’. Porque eu não estava sentindo nada.” acrescenta.

Leia também: ‘Nada é milagroso, mas parece que no caso do meu filho foi’

Para se ter uma ideia, hoje ela não usa mais nenhum medicamento para tratar a fibromialgia. Segundo Flora Maria, a cannabis é utilizada apenas quando bate a TPM (tensão pré-menstrual) e o corpo está mais sensível.

Bastaram dois meses para que a mulher sentisse o seu corpo diferente, principalmente no sono e na disposição para fazer as coisas dentro de casa. “Mudei da água para o vinho,  eu voltei a ser quem eu era. Às vezes eu nem lembro que tenho fibromialgia “, diz. 

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Cannabis ajuda paciente com fibromialgia ‘eu voltei a ser quem eu era’
Foto: Arquivo Pessoal

Indicando para todo mundo

A mulher embarcou na fundação de uma associação em São Paulo ao lado da amiga que falou sobre o óleo. Foram atrás de questões burocráticas, judiciais e até de habeas corpus para produzir o óleo de forma legal. 

Hoje, a instituição não existe mais. No lugar, há uma clínica de tratamento canábico. Mas o fim da associação não a impediu de continuar falando sobre os benefícios da cannabis. Hoje, sempre comenta sobre a sua experiência quando houve falar sobre fibromialgia. 

E não só para tratar a condição. Flora indicou a cannabis para a mãe, para amigos e até para o parceiro que sofria com dores e insônia. Ensina sobre as propriedades medicinais da cannabis e até onde comprar os produtos feitos da planta.

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https://cannalize.com.br/fibromialgia-cannabis-dores/ Paciente substitui remédios por cannabis paciente-substitui-remedios-pela-cannabis-eu-gostaria-que-todo-o-brasileiro-tivesse-esse-direito

Depois de utilizar mais de 10 remédios para controlar as dores, Bianca encontrou qualidade de vida na cannabis medicinal

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Paciente substitui remédios pela cannabis ‘eu gostaria que todo o brasileiro tivesse esse direito’ Foto: Arquivo Pessoal

Bianca Brancaglion, de 25 anos, sempre teve uma sensibilidade grande à dor, mas os médicos nunca souberam quais eram as causas. Até ela ficar internada por crises agudas que a levavam ao desmaio.

As dores afetavam todo o seu corpo e não a deixavam sequer se mexer direito. Para tentar conter as crises, Bianca passou por medicações pesadas, como o tramal, morfina, quetamina, metadona e até fentanil.

“Eu cheguei num ponto de precisar tomar quase 100 mg por dia de metadona, um remédio mais forte que a morfina”, acrescenta.

Tentativa de tratamento

O seu diagnóstico foi de fibromialgia, mas os médicos também descobriram algumas outras condições reumatológicas que intensificam ainda mais as dores. 

Como por exemplo, uma displasia congênita no quadril direito, que se espalhou para a lombar. Trata-se de um defeito congênito nos ossos que não se desenvolveram de forma correta e consequentemente, causam dores. 

Leia também: Fibromialgia e Cannabis: tratamento, benefícios e estudos

Ao todo, Bianca precisou utilizar 14 remédios diferentes. Alguns, apenas para conter os efeitos colaterais do outro, como medicações psiquiátricos. Ainda assim, a jovem não tinha qualidade de vida.  

Os remédios também mexeram com o seu pâncreas e o seu fígado. Em apenas quatro anos de tratamento, ela expeliu cerca de 20 pedras, além de retirar mais 12 através de uma cirurgia. 

“Os remédios estavam desgastando tanto o corpo dela, que o médico disse que ela tinha só seis meses de tratamento. Se continuasse assim, a primeira coisa que teria que fazer era colocá-la na lista de transplante de fígado”, comenta o seu noivo Kaique Araújo, 25.

A cannabis como tratamento

O uso da cannabis aconteceu primeiro pelo seu noivo. Depois de uma crise forte de ansiedade, Kaique passou a tomar remédios como o escitalopram para ajudar no alívio da condição, mas parece que nada era o bastante. 

Até ele experimentar o famoso  baseado. “Fiquei tão bem. Passei um final de ano super tranquilo, sempre fui muito acelerado e me ajudou”, acrescenta. 

Mudanças que foram notadas até pela noiva. “Antes ele era um Kaique, depois do óleo é outro totalmente diferente, e pra melhor”, ressalta. 

Bianca queria se sentir bem também. Por isso, o casal começou a pesquisar um pouco mais sobre o uso da cannabis como tratamento. 

Não demorou muito para que eles se inscrevessem no curso da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e aprendessem um pouco mais sobre a ação das substâncias da planta no organismo. 

O curso começou na zona leste de São Paulo, na paróquia do famoso Padre Ticão. Mas  cresceu e hoje, tem edições on-line que ensinam sobre cannabis para milhares de pessoas no país. 

Em busca do óleo ideal

Bianca e Kaique também fizeram outros cursos, buscaram associações e começaram a seguir influencers que falavam sobre o assunto para aprender mais sobre as propriedades da cannabis. 

Até conseguirem os seus primeiros óleos feitos da planta. Começaram a utilizar o extrato, depois migraram para o óleo que passou a ser comercializado nas farmácias, produtos  de associações e óleo importado. 

Ao contrário do que muitos pensam, os produtos de cannabis não são todos iguais. Alguns contém mais CBD (canabidiol), outros mais THC (tetrahidrocanabinol) ou outras substâncias presentes na cannabis. 

Isso, sem contar a concentração do produto, que varia. A forma que o organismo do paciente recebe e absorve a medicação também é única. 

Por isso, chegar a uma dose ideal leva tempo. No caso de Bianca, não foi diferente. Ela conta que demorou um ano até encontrar um tratamento que funcionasse para ela de forma adequada. 

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Paciente substitui remédios pela cannabis ‘eu gostaria que todo o brasileiro tivesse esse direito’
Foto: Arquivo Pessoal

Melhoras visíveis

Depois de encontrar a dosagem certa, a retirada das outras medicações foi gradual. Aos poucos foi deixando os medicamentos e hoje só utiliza dois remédios, mas que busca o desmame. 

Se antes, ficava boa parte do seu tempo na cama, hoje tem mais disposição para se movimentar. Bianca precisava utilizar uma bengala  para se apoiar por causa da dor e da tontura. Embora ainda utilize, o uso é menos frequente. 

Mudou a minha vida, eu sou outra pessoa.”, acrescenta. “Usei medicamentos para pessoas de oncologia terminal, mas foi um óleo que salvou a minha vida”. 

Preconceito

Apesar dos benefícios, o casal ainda precisa lidar com o preconceito. Kaique conta que chegou a discutir com um médico por causa da cannabis. O pai de Bianca também parece ser resistente ao tratamento, mesmo vendo as melhoras da filha. 

A mãe de seu noivo também se recusa a utilizar a cannabis que poderia ajudá-la no tratamento contra um câncer.

Preconceito que Bianca enfrentou até no trabalho. Mesmo mostrando o laudo e as suas receitas de cannabis, quase testou positivo para drogas em um exame toxicológico exigido pela empresa. “Eles não sabem como agir com um paciente que utiliza a cannabis”, comenta.

 Mesmo enfrentando o preconceito, o casal busca o famoso salvo-conduto, ou seja, uma habeas corpus judicial para plantar cannabis sem ser preso por isso.  A ideia é plantar em casa e produzir o próprio remédio.

“Eu gostaria que todo o brasileiro tivesse esse direito, que seja distribuído pelo SUS, que todos nós consigamos vencer essa luta”, conclui. 

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Em três meses, Vanessa Aragão deixou de tomar todos os remédios para as dores da fibromialgia para ficar só com o óleo de cannabis

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Paciente com fibromialgia abandona remédios depois da cannabis ‘não precisava mais’
Foto: Arquivo Pessoal

Vanessa Aragão, hoje com 45 anos, começou a ter fortes dores no corpo em 2013, mas nenhum médico sabia o que ela tinha. Durante um ano, foi jogada de especialista para especialista, fez uma série de exames, mas sem saber as causas.

Na época administradora, Aragão chegou a ficar debilitada, sem conseguir sequer sair da cama. Tomou incontáveis remédios para inflamação e dores crônicas, que pareciam não adiantar muita coisa. Remédios que ainda causaram uma hepatite medicamentosa. 

Além de dores por todo o corpo, Vanessa também descobriu uma hérnia na coluna, o que piorou a sua condição. Para se ter uma ideia, ela tinha que receber uma fisioterapeuta em casa, pois não conseguia ir até à clínica para fazer as sessões.

Diagnóstico: fibromialgia

Foi só depois de uma consulta com um neurologista, um ano depois, que Aragão finalmente descobriu qual era o problema: fibromialgia.

A condição é caracterizada principalmente por dores fortes por todo o corpo, além de outros sintomas. Pode estar relacionada tanto a fatores emocionais, como ansiedade, depressão e estresse, quanto por fatores do sistema nervoso.

A condição afeta cerca de 3% da população brasileira, principalmente mulheres e ainda é rodeada por estigmas e preconceitos. Até pouco tempo, as “dores inexplicáveis” eram consideradas pela comunidade médica como algo apenas psicológico.

Leia também: Fibromialgia e Cannabis: tratamento, benefícios e estudos

Felizmente, Vanessa Aragão encontrou um profissional que tinha um pensamento diferente. “Ele até falou pra mim, ‘de 20 colegas meus, 3 acreditam que é uma doença, o resto acha que é psicológico e mandam os pacientes para psiquiatra’”, relembra.  

A administradora, que agora havia parado de trabalhar por causa do seu estado, descobriu ainda, que os problemas de hérnia poderiam ter se originado das inflamações causadas pela fibromialgia. 

Tratamento 

Na década de 2010, Aragão morava em Brasília e conseguiu uma vaga no hospital Sarah Kubitschek, referência em ortopedia. Lá, a agora costureira tinha um tratamento com uma equipe de profissionais que ajudou a aliviar um pouco as dores. 

“A dor não some, é uma dor que fica 24h por dia. Mas eu já estava conseguindo fazer coisas que não podia por causa do tratamento”, lembra. 

Contudo, Aragão ficou grávida de gêmeos e sofreu complicações. Teve um parto complicado aos cinco meses de gestação, quando a bolsa rompeu e perdeu as duas crianças. A condição dela era grave, precisou ficar internada por um bom tempo. 

Problema que custou a sua vaga no hospital Sarah Kubitschek. “Não consegui mais voltar a fazer o meu tratamento”, complementa. 

Tudo novamente

Foi aí que o seu estado piorou. Sem um tratamento adequado, ela regrediu e voltou a ter dores constantes que a deixaram debilitada mais uma vez.

Em 2018, Vanessa também mudou de cidade, deixou a capital do país para morar na cidade de seus avós em Araxá, Minas Gerais. 

Agora, sabendo o que tinha, buscou um médico especializado em fibromialgia para voltar a receber algum tipo de tratamento. Mas o problema é que o Dr. Carlos Eugênio voltou a passar as várias medicações que ela já tinha tomado. 

Não demorou muito para a costureira se ver tomando ansiolíticos, antidepressivos e medicações fortes para dores mais uma vez. 

Sem preconceitos

 Foi através de uma reportagem na TV que ela soube que a cannabis poderia ser uma opção para o seu problema. A matéria falava especificamente do CBD (canabidiol) no tratamento de Alzheimer, mas foi uma fala do médico entrevistado que chamou a sua atenção.

“O médico que falou do uso, falou que o canabidiol também pode ser usado para fibromialgia, outras doenças crônicas, degenerativas e etc. E então eu comentei com ele (o seu neurologista) sobre a reportagem”, diz.

Para sua surpresa, o Dr. Carlos Eugênio já prescrevia cannabis para vários pacientes e indicou até o lugar para ela comprar o produto. Parece que o médico não falava sobre o assunto com medo das represálias.

Até hoje, falar sobre cannabis como tratamento ainda é um tabu. Por causa dos estigmas criados em torno da maconha, muitos médicos e pacientes não conseguem enxergar a cannabis com bons olhos até hoje. 

Da água para o vinho

As legislações vigentes sobre cannabis são relativamente recentes. Para se ter uma ideia, a importação só foi autorizada em 2015 a venda dos produtos nas farmácias só passou a acontecer em 2020. 

Ainda assim, os remédios não são baratos. Sem uma produção local, o óleo precisa vir de países como Estados Unidos. Por causa disso, muitas pessoas ainda buscam produtos de cannabis no mercado paralelo ou em associações de pacientes. 

Como no caso da costureira, que demorou um tempo para conseguir comprar o óleo. Mas a espera valeu a pena. Em três meses, ela já tinha tirado todas as outras medicações. 

“Eu já não estava tomando os antidepressivos, os ansiolíticos, eu parei de tomar os remédios para dor porque só o canabidiol já estava me ajudando. Melhorou da água pro vinho”, complementa.

Vanessa ainda complementa que não só as dores melhoraram, mas também o seu sono e os incômodos causados pela hérnia cervical. 

Cannabis para fibromialgia

Não é de hoje que a cannabis serve para aliviar as dores, há séculos boticários já indicavam a planta, para muitos tipos de dores e até hoje a planta é conhecida por ajudar a tratar dores crônicas com efeitos colaterais mínimos.

E isso é provado com estudos. Como uma pesquisa israelense feita por dois centros especializados em fibromialgia em 2017. Ao todo, foram 27 pacientes acima dos 30 anos com fibromialgia há mais de dois anos, que utilizaram a cannabis entre 10 a 11 meses, e todos eles relataram uma melhora significativa das dores.

A metade do grupo ainda relatou que havia parado de tomar os remédios tradicionais e ficou apenas com a cannabis. Sobre os efeitos adversos, 30% deles mostraram algumas queixas, como dores de cabeça, fome excessiva e sonolência.

Outro estudo realizado também em Israel, agora com 397 pacientes, testou o tratamento alternativo por seis meses. Logo após o início, as melhorias foram significativas, 50% relataram uma redução na dor.

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Texto feito em parceria com o enfermeiro Daniel Fixa

Você sabia que milhões de brasileiros sofrem de fibromialgia? A condição causa dores intensas e difusas pelo corpo, e já se pode considerar o uso da cannabis medicinal como uma opção para aliviar esses sintomas.

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Precisamos falar sobre a fibromialgia
Foto: Freepik

Estima-se que mais de 6 milhões de brasileiros enfrentam a fibromialgia, uma condição debilitante caracterizada por dor crônica generalizada, associada a outros sintomas como:

  • Fadiga extrema;
  • Alterações do sono; 
  • Distúrbios intestinais;
  • Depressão;
  • Ansiedade. 

O convívio com a dor crônica e os sintomas associados, comprometem significativamente a qualidade de vida dos pacientes, afetando suas atividades diárias.

Segundo a SBED (Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor), cerca de 3% da população do país é afetada por essa síndrome, resultando em mais de 6 milhões de indivíduos lidando com dores intensas e incapacitantes.

As mulheres representam a maioria dos casos diagnosticados, com 90% das ocorrências, especialmente naquelas com idades entre 25 e 50 anos. Médicos ressaltam o impacto devastador da fibromialgia, limitando atividades laborais e sociais, levando ao eventual isolamento dos pacientes. 

Uso da cannabis como tratamento

A pesquisa sobre o uso da cannabis medicinal para tratar essa condição está em progresso constante. 

Novas descobertas e ensaios clínicos estão em andamento para entender melhor como essa terapia pode ser otimizada, oferecendo alívio eficaz e melhor qualidade de vida aos pacientes.

A origem da fibromialgia ainda não está totalmente esclarecida. Acredita-se que ocorrem alterações no processamento central da dor, como amplificação da transmissão e da interpretação da sensação dolorosa.

O SEC (Sistema Endocanabinoide) é composto pelos endocanabinoides, enzimas e receptores canabinoides CB1 e CB2. O receptor CB1 também é conhecido como receptor central, pois encontra-se predominantemente no SNC (Sistema Nervoso Central).

Quando ativado, ele inibe a liberação de neurotransmissores, influenciando a homeostase, processos motores e sensoriais e a cognição do indivíduo. Já os receptores CB2, por sua vez, são encontrados em maior quantidade no sistema imunológico e agem modulando a liberação de citocinas e diminuindo a inflamação.

Ação dos canabinoides no organismo

O Δ9-THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) é um dos principais fitocanabinoides estudados. Ele atua como agonista parcial dos receptores CB1 e CB2, possuindo uma ação psicotrópica euforizante e atuando no processamento de emoções, funções cognitivas, dor, inflamação, neurogênese e plasticidade neural.

Por tais ações, segundo alguns estudos, o Δ9-THC pode ser utilizado para fins terapêuticos, causando analgesia, efeitos anti-inflamatórios e melhora da qualidade do sono.

O CBD (canabidiol) não apresenta os efeitos psicotrópicos euforizantes produzidos pelo Δ9-THC. Ele é um modulador alostérico negativo dos receptores CB1 e CB2 e aumenta a concentração de endocanabinóides na fenda sináptica.

Além de tratar a fibromialgia, a cannabis medicinal também pode ser eficaz no tratamento de outras condições devido ao Sistema Endocanabinoide do corpo humano. 

Os canabinoides presentes na planta têm a capacidade de ativar esse sistema, auxiliando no alívio de dores crônicas, enxaquecas, distúrbios do sono, humor e outros problemas, promovendo a homeostase e mantendo o equilíbrio do organismo.

Então, o que acha de iniciar uma vida com mais qualidade? 

Se ainda tem dúvidas, separamos dois podcasts bem legais para você acompanhar

Sobre as nossas colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

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A cannabis entrou na vida da pesquisadora através da fibromialgia. Hoje, a planta também faz parte dos seus estudos e até do seu trabalho 

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“Eu sou farmacêutica, pesquisadora, mas acima de tudo eu sou paciente”
Foto: Arquivo Pessoal

Quem vê a farmacêutica, Vivian Dalla Colletta hoje, nem desconfia de tudo que teve que enfrentar. Passando por um pós-cirúrgico para a remoção total do intestino, a pesquisadora foi uma das coordenadoras do segundo CicMed, um congresso especializado em cannabis medicinal para profissionais de saúde que aconteceu neste ano.

Com os seus cabelos curtos, Dalla esteve de lá para cá durante os quatro dias de evento, como se nada tivesse acontecido. Não foi à toa que as pessoas se espantaram quando a pesquisadora falou que estava com câncer.

Diagnóstico de fibromialgia

Vivian Dalla Colletta, sempre sentiu dor. Na verdade, ela nem se lembra se algum dia conviveu sem dores que percorriam por todo o corpo. Os exercícios físicos e a alimentação as tornava até toleráveis, mas as coisas mudaram após um imprevisto.

Em 2013 ela sofreu um acidente de moto e quebrou o braço, foi quando perdeu o controle. “Na minha primeira cirurgia, estava doendo o corpo inteiro, era fora do normal, não era só o braço quebrado”, relata.

Não demorou muito para vir o diagnóstico. Fibromialgia

Trata-se de doença crônica e sem cura, caracterizada principalmente por dores fortes por todo o corpo, além de outros sintomas. Por muitas vezes, ela está relacionada a fatores emocionais, como ansiedade, depressão e estresse. Outras vezes, pode ser ocasionada por fatores do sistema nervoso.  

Por não ser totalmente compreendida ela ainda gera muitos estigmas e preconceitos. As dores “inexplicáveis” podem gerar um sofrimento solitário, que por vezes, pode piorar problemas psicológicos. E não são poucos os que sofrem com a doença.

O problema afeta de 4% a 6% da população global, de 18 a 65 anos. No Brasil, ela atinge cerca de 3% da população, isso significa quase 7 milhões de brasileiros, principalmente mulheres de 35 a 44 anos.

Lesão no nervo

A farmacêutica até conseguiu controlar as dores com exercícios físicos. Mas as coisas  voltaram a sair dos trilhos quando a pesquisadora se viu em um novo ocorrido que mudou completamente o rumo da sua vida. 

Em 2015, enquanto trabalhava em uma indústria farmacêutica, ela teve uma apendicite e foi internada às pressas. Fez uma cirurgia, mas os médicos lesionaram um nervo da sua perna durante um procedimento. Lesão que ela só foi descobrir alguns anos depois.

“Eu perdi completamente o controle da dor. Tinha picos em que eu desmaiava, tinha crises de ausências e o negócio ficou bem feio. Desmaiava no trabalho, na rua, rodoviária, aeroporto, onde eu tivesse”, complementa.

Foi então que começou a saga. Dalla precisou passar por 10 médicos diferentes, tomar até quatro tarjas vermelhas, mas nada melhorava. Chegaram até a questionar se a sua dor era mesmo real ou psicológica.

Foram dois anos para descobrir a tal lesão no nervo da perna, mas isso não queria dizer que estava tudo resolvido. As dores ainda continuavam e nenhum médico conseguia tratar o problema. 

Fazendo o óleo de maconha na cozinha de casa

Foi em um de seus surtos, que a pesquisadora se lembrou de pacientes dos Estados Unidos com câncer que amenizam as dores com a cannabis e resolveu que iria fumar maconha

“Eu sou uma farmacêutica careta, nunca pus um tabaco na boca, não bebo nem refrigerante”, brinca.

Mas Dalla estava desesperada. Quando falou para o seu irmão ir atrás de maconha, ele riu da sua cara.

Tentou fumar o prensado mesmo, mas não deu certo, não estava acostumada. Foi então que a farmacêutica teve a ideia de fazer o óleo da planta na cozinha de casa. Após 15 anos trabalhando em farmácias de manipulação, aquilo não seria tão difícil. 

E pela primeira vez depois de muito tempo, as suas dores melhoraram muito. Tanto que ela ficou até assustada. “Se me perguntam o que tinha naquele óleo? Eu não sei”, conta. 

Conhecendo um mundo novo

Por causa dos resultados rápidos, a pesquisadora foi atrás de estudos ou qualquer informação além do que já tinha ouvido falar. Mas há oito anos, não existia muita coisa. O jeito foi recorrer à associações de pacientes.

“Eu fui conversar com o pessoal e acabei me envolvendo com uma associação e a partir disso, as associações começaram a me ajudar, a fornecer o óleo, eu não precisava mais fazer em casa. Em contrapartida, como eu sou farmacêutica, comecei a auxiliar as associações da melhor forma de extração, a gente fazia essa troca e é assim até hoje”, relata.

À medida que foi emergindo nesse universo novo, ela passou a participar da elaboração de cursos e ajudar outras entidades que cultivam e formulam o óleo. 

Mas sentia que ainda faltavam mais pesquisas, então decidiu ela mesma propor estudos sobre o assunto. Precisou bater na porta das universidades durante três anos, para finalmente conseguir uma bolsa de mestrado na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) para estudar a raiz da cannabis.

Câncer no Intestino 

Mas a sua história não acabou ali, ainda havia mais um desafio para enfrentar. Se antes a farmacêutica havia ouvido falar sobre os benefícios da planta através de pacientes com câncer, agora a cannabis era mais que necessária.  

A descoberta do câncer no intestino foi bem recente. Dalla soube em março deste ano enquanto fazia exames de rotina. Já estava avançado e a única saída era a remoção total do órgão.

Mas, diferente do que aconteceu nas outras cirurgias, o seu pós-operatório foi melhor do que se imaginava. No mesmo dia, ela já estava em casa cozinhando e com 30 dias, já estava na esteira da academia.  

Por outro lado, o fato não é uma surpresa. Algumas pesquisas já mostram os benefícios da cannabis para o pós-operatório. 

Em 2006, por exemplo, um estudo da Universidade Imperial de Londres já mostrava uma possível relação. Cerca de 65 pacientes receberam o óleo depois de cirurgias complexas, como a reposição do joelho. O extrato da cannabis foi capaz de diminuir as dores do pós-operatório.

“Hoje eu olho para trás e vejo que tudo isso aconteceu porque eu sinto dor. Eu sou farmacêutica, pesquisadora, mas acima de tudo eu sou paciente”, conclui. 

Consulte um profissional

É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

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https://cannalize.com.br/eu-sou-farmaceutica-pesquisadora-mas-acima-de-tudo-eu-sou-paciente/ Inglaterra fará ensaio clínico sobre dor e cannabis captura-de-tela-2023-08-07-143655-png

Objetivo do estudo é garantir a prescrição segura de medicamentos à base de cannabis para pelo menos 28 milhões de pessoas

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Foto: Reprodução / Celadon Pharmaceuticals

Uma farmacêutica licenciada de medicamentos à base de cannabis recebeu do NHS, o sistema de saúde pública do Reino Unido, a aprovação para lançar seu ensaio clínico sobre medicamentos á base de cannabis para o tratamento de dor crônica com até 5.000 pacientes.

O estudo foi aprovado depois que um estudo de viabilidade de três meses, conduzido em 100 pacientes, indicaram resultados positivos para qualidade de vida, dor e sono, bem como redução do uso de opioides.

Segundo o portal Cannabis Health News, este ensaio é um dos primeiros desse tipo no Reino Unido, e foi projetado em colaboração com a MHRA (Medicines and Healthcare products Regulatory Agency, Agência Reguladora de Medicina e Produtos de Cuidado em Saúde, em tradução livre), visando criar um conjunto de dados para apoiar a prescrição mais ampla de medicamentos à base de cannabis.

Acredita-se que até 28 milhões de pessoas no Reino Unido vivam com alguma forma de dor crônica, com cerca de 14.000 pessoas diagnosticadas anualmente com condições de dor difíceis de tratar, como fibromialgia .

Para a realização do estudo, os profissionais legalmente habilitados terão permissão para prescrever o produto aos participantes inscritos na pesquisa. Os pacientes serão recrutados por meio de instituições de caridade e outras organizações nacionais.

James Short, diretor executivo da Celadon Pharmaceuticals, empresa responsável pelo estudo clínico, comentou em entrevista: “Nosso objetivo de longa data continua sendo abrir o mercado do Reino Unido, dando aos médicos confiança para prescrever e criar os dados mais robustos até o momento no Reino Unido para medicamentos à base de cannabis.”

Legislação brasileira

No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. 

Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes. 

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Um ano após fazer vários tratamentos controlados para tratar a fibromialgia, a professora de eduação física só obteve alívio com o CBD

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“As pessoas precisam conhecer os benefícios do canabidiol”, diz paciente com fibromialgia
Foto: Arquivo Pessoal

Em 2022, Suellen Gonçalves, de (38), foi diagnosticada com Covid-19 pela segunda vez e ficou  uma semana internada. A doença evoluiu e atingiu 75% dos pulmões, deixando várias sequelas neurológicas e físicas.

“A Covid-19 deixou várias sequelas neurológicas. Afetou minha memória, ansiedade, falta de atenção, alteração no sono e dores nas articulações”, afirma.

Meses depois, ela ainda recebeu o diagnóstico de fibromialgia, o que causava dores insuportáveis em várias partes do corpo.

Segundo a professora, a dor crônica dificultava a realização de tarefas simples do cotidiano, pois afetava todas as partes do meu corpo, principalmente o pescoço, ombros, cotovelos, punhos, mãos e dedos.”

Uso da cannabis como tratamento

Um ano após fazer vários tratamentos com medicamentos controlados, como acupuntura e fisioterapia, a educadora recebeu indicação médica para usar o óleo de canabidiol.

E parece que o produto da NuNature à base da planta foi um divisor de águas para ajudar nas dore crônicas, principalmente nos pontos de inflamações.

“Hoje me sinto mais disposta, sem problemas de insônia, ansiedade e com uma melhora significativa no meu humor”, comenta Suellen.

Após o tratamento com CBD, a professora pode retornar às atividades do dia a dia, como voltar a dar aulas e até a praticar exercícios físicos regularmente. “Percebi a redução

do estresse, uma melhora na qualidade do sono e melhora a autoestima”, celebra a profissional de educação física.

Outros benefícios

Suellen ainda conta que o tratamento não só ajudou no controle das dores como proporcionou uma sensação de tranquilidade, uma melhora significativa na concentração e foco.

“Sou imensamente feliz e digo que as pessoas precisam conhecer os benefícios do canabidiol e encontrar um alívio para tamanho desconforto com esse transtorno com dores generalizadas.”

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“As pessoas precisam conhecer os benefícios do canabidiol”, diz paciente com fibromialgia
Foto: Arquivo Pessoal

Eficácia do tratamento para fibromialgia com CBD

De acordo com o Dr. Flavio Geraldes Alves, Presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC) e consultor médico da NuNature Labs, o canabidiol é um ótimo tratamento para os casos de fibromialgia e dores crônicas. “

O CBD atua muito bem nessas patologias inflamatórias. Ele tem um potencial analgésico e anti-inflamatório muito importante. Então, geralmente nesses casos costumamos ter boas respostas com o uso do do óleo”, explica o médico.

O especialista também afirma que já há vários estudos que comprovam a eficácia do canabidiol no tratamento da fibromialgia.

“Ele atua, para além da dor e da inflamação,  diretamente em receptores da serotonina, sendo um potencial ansiolítico e antidepressivo, o que melhora a qualidade de vida dos pacientes. Então, o tratamento com CBD é interessante porque, além de ser anti-inflamatório, ele atua na regulação da ansiedade, depressão e outros sintomas que podem ser desencadeados pelas dores crônicas”, afirma.

Consulte um profissional

É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

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