Estudo em 2014 no Journal of Pharmacology mostrou que a cannabis reduz significativamente os tremores, rigidez, bradicinesia e aliviou a dor, melhorou o sono, com mínimos efeitos colaterais.
As conclusões foram que a cannabis pode ser usada em alguns sintomas de Parkinson, como:
No entanto, a AAN (Academia Americana de Neurologia), publicou recentemente uma revisão sistemática sobre a eficácia e segurança do uso terapêutico da cannabis e seus derivados no tratamento de doenças neurológicas.
Desse extenso trabalho da AAN podemos verificar que há poucos estudos de qualidade disponíveis na literatura para termos uma conclusão definitiva sobre o uso terapêutico dos derivados da cannabis em pacientes com distúrbios de movimento.
Há ainda que se considerar que o risco de efeitos psicopatológicos graves pode chegar a 1%.
Mas isso vai depender, sem dúvidas, da proporção de THC (tetrahidrocanabinol) presente no tratamento. Embora que, de certa forma, não há relato de efeitos colaterais.
Segundo a revisão, os extratos de cannabis não melhoram os tremores induzidos por remédios como Levodopa em pacientes com doença de Parkinson.
Na verdade, estudos preliminares utilizando o CBD (canabidiol) puro no tratamento de pacientes portadores de Doença de Parkinson, revelaram um efeito positivo sobre os sintomas psicóticos, o sono e a qualidade de vida dos pacientes.
O CBD possui um efeito terapêutico sobre os sintomas do transtorno comportamental do sono REM.
Em conclusão, apesar da ausência de evidências suficientes para indicar o uso dos derivados de cannabis em pacientes com distúrbios de movimento, há sinais de que o uso de extratos da planta, especialmente o CBD, possa ajudar a minimizar sintomas não motores da doença de Parkinson como: Psicose, distúrbios do sono, dor, urgência miccional e promover uma melhora geral na qualidade de vida dos pacientes.
Então, o uso terapêutico sem indicação precisa, só seria indicado em casos de distúrbios do movimento em que os tratamentos convencionais disponíveis falharam e a qualidade de vida do paciente esteja comprometida
No fim, é provável que o uso de CBD puro e extratos de cannabis com baixo teor de THC sejam os mais eficientes e menos propensos a causar efeitos indesejáveis.
As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.
Mario Grieco
Médico, especialista em medicina interna e medicina do trabalho, também é pesquisador de Cannabis Medicinal e Fellowship em Internal Medicine nos EUA, onde viveu por 20 anos, obteve a certificação ECFMG. Além do trabalho como pesquisador, é colaborador do ambulatório do hospital das clínicas na faculdade de medicina da USP e professor do curso de pós-graduação lato sensu em Cannabis Medicinal na Ânima-Inspirali. Foi presidente de seis empresas e atualmente é diretor da clínica Cannabis Care. Considerado um dos 20 líderes mais influentes da América Latina no campo de longevidade, recebeu vários prêmios nos Brasil e nos EUA e publicou seis livros, entre eles "Cannabis Medicinal Baseado em Fatos" e "Cannabis medicinal: fatos ou mitos?"
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