Influente e otimista, Anita Krepp lança podcast sobre o mercado da cannabis 

Influente e otimista, Anita Krepp lança podcast sobre o mercado da cannabis 

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Com seu “trabalho de formiguinha” e em nome da informação e da desmistificação da cannabis, Anita Krepp pratica o bom combate em mais uma frente midiática.

Foto: Divulgação

Experiente na rotina de redação de jornais de prestígio nacional, Anita Krepp é uma jornalista brasileira radicada na Espanha considerada hoje uma das principais referências quando o assunto é cannabis e psicodélicos, seja na cultura ou no mercado. 

Além de sua coluna semanal sobre cannabis no portal de política Poder 360, desde 2020, Anita desenvolve o Cannabis Hoje, um boletim quinzenal que compila em newsletters os diferentes assuntos em que a cannabis está inserida, como ciência, negócios, saúde, política e direitos humanos.

Como se não bastasse tudo isso, Anita Krepp agora reúne sua experiência e influência na área canábica em mais uma frente de mídia, o podcast Cannabis Hoje Pod, que promete explorar o assunto em temporadas de entrevistas com nomes importantes de quem constrói este mercado no Brasil. Anita inclusive abriu um crowdfunding para financiar as próximas temporadas. Você pode contribuir por aqui.

A primeira temporada iniciou na última terça (23) com o sugestivo tema “Segredos do Ramo”. Os episódios de estreia contaram com a antropóloga e influenciadora Luna Vargas, e Viviane Sedola, fundadora da vertical de educação, Dr. Cannabis, e integrante do Conselho de Políticas Públicas formado pelo presidente Lula.

Empolgada com a iniciativa e buscando saber mais sobre suas motivações, a Cannalize entrou em contato com a jornalista para matar a curiosidade do que vem por aí. Confira a entrevista abaixo.

Cannalize: O que te motivou a criar o podcast e promover a informação para o maior número de pessoas?

Anita Krepp: A motivação foi a necessidade de falarmos sobre cannabis, da mesma forma que todos os veículos de informação fazem. Este trabalho precisa crescer, porque a grande mídia não cobre bem. Precisamos olhar pra isso com vontade de expandir, para sair das bolhas e levar informação. Cobrindo o tema há alguns anos eu tenho percebido o crescimento do setor e o interesse das pessoas de não só saber mais sobre a cannabis mas também de se envolver com a cannabis, seja para trabalhar ou para estudar. A primeira temporada é pensando em empreendedorismo, mas as próximas tratarão de outros assuntos também relacionados à cannabis e psicodélicos

Nesta temporada de estreia você trata de segredos do ramo canábico. Como estes segredos podem ajudar a amadurecer nossa pauta?

Isso que eu pretendo descobrir! A proposta do podcast é revelar ao público quem são as pessoas que ajudam o mercado a ficar de pé. A Viviane Sedola, por exemplo, já deu entrevista para dezenas de portais e podcasts, mas eu tenho certeza que o que ela disse no Cannabis Hoje Pod foi inédito, porque investigamos minuciosamente o que a instigou para entrar neste mundo da cannabis. Então, por mais que o entrevistado seja uma figurinha carimbada e que já tenha falado em muitos lugares, a ideia é que suas próprias experiências valiosas ajudem a nortear os ouvintes e trazer aquela sensação de “Eureka!”. Tomara que role!

Leia também: Kaya Mind abre curso sobre o mercado de cannabis para comunicadores

Sabemos que, devido a anos de políticas contrárias e proibicionismo, só a informação de qualidade não basta para fomentar o crescimento da cultura canábica no Brasil, também é necessário mudanças na legislação. Para você, qual é o papel dos formadores de opinião nestas mudanças?

Estar mais presente na luta é fundamental. Para formadores de opinião, foi-se o tempo em que a cannabis era uma pauta polêmica. A cannabis tem mais agregado do que dividido opiniões, então, os formadores de opinião que usam a cannabis, seja no uso adulto ou no uso medicinal, no lúdico ou no terapêutico, tem que se manifestar a respeito. Só vamos conseguir falar abertamente sobre isso normalizando o assunto. Cada formador de opinião fala com um perfil de público, então podemos atingir pessoas muito diferentes. Já tem uma galera falando a respeito e isso me deixa muito contente. É um trabalho de formiguinha, mas que precisa ser feito.

Para o desenvolvimento pleno da cannabis no Brasil, é preciso quebrar uma série de tabus, como a ideia de que maconha e cannabis são coisas diferentes (uma está mais associada ao crime, outra está mais associada à saúde). Como as mídias podem contribuir no trabalho de manutenção da cultura canábica para além da marginalização? Você acredita que esta diferenciação ainda é necessária para construir pontes relevantes de diálogos?

Nos meus textos eu mesclo, deixando claro que cannabis e maconha são sinônimos que descrevem a mesmíssima substância. Esta é a minha estratégia, mas é uma questão que todo mundo pensa a respeito. Quando entrevisto comunicadores faço esta mesma pergunta: “como faz pra acabar com a marginalização?”. O tema é muito complexo, porque a marginalização da cultura canábica vem de vários lugares, não apenas da elite ou mídia, mas também da periferia. Está muito enraizado na cabeça das pessoas. Mas a mídia tem muito a ajudar, educando e esclarecendo, a publicidade é uma ferramenta. Devemos entrar com um papel mais didático e menos julgador. Se a mídia se mantiver neste lugar, que lhe cabe, já estaremos fazendo a coisa certa, ou seja, contribuindo para expor a cultura canábica para além da marginalização. É só se manter fiel ao jornalismo!

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