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Kaya Mind abre curso sobre o mercado de cannabis para comunicadores



10/05/2023


Na área de comunicação, apenas talento não é suficiente. É necessário preparo para reeducar todo a imprensa

Se além de estudante ou formado nas áreas de marketing e comunicação, você é um entusiasta canábico, deve imaginar que para trabalhar nessa “área dos sonhos” basta ter boa escrita, criatividade e ser um grande especialista da nossa querida plantinha. 

Mas sinto informar que, neste contexto, só talento e esforço não são suficientes. Por isso, a Kaya Mind, principal empresa de análise de dados do mercado canábico brasileiro está oferecendo o curso online “Cannabis para Comunicadores”.

Dividido em nove módulos, o curso dichava o assunto canábico em todas as editorias jornalísticas que o cabem: saúde, negócios, cultura e política, além de traçar um panorama da abordagem da imprensa brasileira ao tema.

O curso é ministrado por Thiago Cardoso, cofundador da Kaya Mind e chefe do time de inteligência de mercado; e Marcus Bruno, experiente jornalista da grande imprensa que cobre o setor de cannabis desde 2018.

“Cannabis para Comunicadores” estará disponível a partir do dia 24 de maio, em diversas plataformas de cursos online. Aliás, na Dr. Cannabis, vertical de educação que compõe o ecossistema Cannect, juntamente com a Cannalize, as vendas já estão abertas e com preço promocional. Você pode inscrever-se por aqui.

Especialização é a chave

O mercado da cannabis é muito frutífero e, desde o início das regulamentações, em 2015, segue em franca expansão. Porém, para Thiago Cardoso, talento e esforço não são suficientes para entusiastas aventureiros. 

Isto porque a regulamentação para a atuação nesta área ainda é muito restritiva no Brasil. 

“A regulamentação no Brasil é tão dura quanto a regulação do tabaco, por exemplo. Por isso, não basta você ser especialista em cannabis ou muito bom em marketing. Suas habilidades precisam refletir na prática o que você pretende fazer para tracionar as empresas a atuar de forma efetiva neste mercado”, comenta Thiago.

O jornalista Marcus Bruno acrescenta: “Conhecer a cannabis e o mercado, as resoluções, as ações legislativas é muito importante para que estes profissionais saibam em que portas bater depois… é para entrar no lado verde da força, se qualificando para poder trabalhar com isso. Empresas brasileiras carecem de mão de obra qualificada.”

Compartilhar conhecimento contra a desinformação

Outro fator importante é a maneira com que a pauta canábica vem ganhando espaço nos noticiários. O problema é que nem sempre da maneira correta. Para Marcus Bruno, o compromisso em não repassar desinformação é de pura responsabilidade da imprensa. 

“Ainda hoje existe muita desinformação em veículos confiáveis repassada por jornalistas de boa fé, por exemplo, o papo de chamar as ‘drogas K’ de ‘supermaconha’, ou ‘maconha sintética’… Ou então quando falam de cannabis medicinal tratando o CBD (canabidiol) como o único canabinoide terapêutico e demonizando o THC. Percebemos que falta informação de qualidade, e isso é um risco para a sociedade.”

Thiago Cardoso concorda, e acredita que o curso vem como oportunidade de melhorar a maneira como a imprensa trata esta pauta: “escrever uma reportagem sobre cannabis requer alguns conhecimentos prévios sobre este mercado, para que o leitor não pense que você está falando de ‘fumar um beck’ antes de jogar bola, por exemplo.” 

Educação como reparação histórica

Os palestrantes também tocam em um dos assuntos mais cascudos que rondam a pauta canábica: o proibicionismo como fruto do racismo estrutural, tendo a imprensa como principal meio de atuação desta política higienista.

Marcus Bruno entende que os profissionais de comunicação “têm papel crucial nesta agenda”: “a parte do uso adulto e da guerra às drogas ainda é muito sensível à imprensa, ao mesmo tempo em que o Brasil tem a pior política de drogas do planeta. É uma tragédia, e ninguém tem coragem de falar sobre isso. Se a imprensa começar a pautar este debate, poderemos ver mudanças.”

Thiago Cardoso também acredita no poder da educação como reparação histórica. 

“Precisamos repetir [o assunto] muito mais, e saber educar muito mais. Isso é consequência de cento e tantos anos de proibicionismo perpetuado pela própria imprensa, como um severo mecanismo de controle social. Não dá para achar que em cinco ou oito anos mudamos a mentalidade de toda uma cultura que acha que maconha é droga. Precisamos de mais algumas décadas de trabalho de base”, conclui.

A Kaya Mind oferece descontos e bolsas completas para pessoas negras e periféricas que desejam estudar. Para saber mais, entre em contato com os organizadores via formulário de contato.

 

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Lucas Panoni

Jornalista e produtor de conteúdo na Cannalize. Entusiasta da cultura canábica, artes gráficas, política e meio ambiente. Apaixonado por aprender.