Na área de comunicação, apenas talento não é suficiente. É necessário preparo para reeducar todo a imprensa
Se além de estudante ou formado nas áreas de marketing e comunicação, você é um entusiasta canábico, deve imaginar que para trabalhar nessa “área dos sonhos” basta ter boa escrita, criatividade e ser um grande especialista da nossa querida plantinha.
Mas sinto informar que, neste contexto, só talento e esforço não são suficientes. Por isso, a Kaya Mind, principal empresa de análise de dados do mercado canábico brasileiro está oferecendo o curso online “Cannabis para Comunicadores”.
Dividido em nove módulos, o curso dichava o assunto canábico em todas as editorias jornalísticas que o cabem: saúde, negócios, cultura e política, além de traçar um panorama da abordagem da imprensa brasileira ao tema.
O curso é ministrado por Thiago Cardoso, cofundador da Kaya Mind e chefe do time de inteligência de mercado; e Marcus Bruno, experiente jornalista da grande imprensa que cobre o setor de cannabis desde 2018.
“Cannabis para Comunicadores” estará disponível a partir do dia 24 de maio, em diversas plataformas de cursos online. Aliás, na Dr. Cannabis, vertical de educação que compõe o ecossistema Cannect, juntamente com a Cannalize, as vendas já estão abertas e com preço promocional. Você pode inscrever-se por aqui.
O mercado da cannabis é muito frutífero e, desde o início das regulamentações, em 2015, segue em franca expansão. Porém, para Thiago Cardoso, talento e esforço não são suficientes para entusiastas aventureiros.
Isto porque a regulamentação para a atuação nesta área ainda é muito restritiva no Brasil.
“A regulamentação no Brasil é tão dura quanto a regulação do tabaco, por exemplo. Por isso, não basta você ser especialista em cannabis ou muito bom em marketing. Suas habilidades precisam refletir na prática o que você pretende fazer para tracionar as empresas a atuar de forma efetiva neste mercado”, comenta Thiago.
O jornalista Marcus Bruno acrescenta: “Conhecer a cannabis e o mercado, as resoluções, as ações legislativas é muito importante para que estes profissionais saibam em que portas bater depois… é para entrar no lado verde da força, se qualificando para poder trabalhar com isso. Empresas brasileiras carecem de mão de obra qualificada.”
Outro fator importante é a maneira com que a pauta canábica vem ganhando espaço nos noticiários. O problema é que nem sempre da maneira correta. Para Marcus Bruno, o compromisso em não repassar desinformação é de pura responsabilidade da imprensa.
“Ainda hoje existe muita desinformação em veículos confiáveis repassada por jornalistas de boa fé, por exemplo, o papo de chamar as ‘drogas K’ de ‘supermaconha’, ou ‘maconha sintética’… Ou então quando falam de cannabis medicinal tratando o CBD (canabidiol) como o único canabinoide terapêutico e demonizando o THC. Percebemos que falta informação de qualidade, e isso é um risco para a sociedade.”
Thiago Cardoso concorda, e acredita que o curso vem como oportunidade de melhorar a maneira como a imprensa trata esta pauta: “escrever uma reportagem sobre cannabis requer alguns conhecimentos prévios sobre este mercado, para que o leitor não pense que você está falando de ‘fumar um beck’ antes de jogar bola, por exemplo.”
Os palestrantes também tocam em um dos assuntos mais cascudos que rondam a pauta canábica: o proibicionismo como fruto do racismo estrutural, tendo a imprensa como principal meio de atuação desta política higienista.
Marcus Bruno entende que os profissionais de comunicação “têm papel crucial nesta agenda”: “a parte do uso adulto e da guerra às drogas ainda é muito sensível à imprensa, ao mesmo tempo em que o Brasil tem a pior política de drogas do planeta. É uma tragédia, e ninguém tem coragem de falar sobre isso. Se a imprensa começar a pautar este debate, poderemos ver mudanças.”
Thiago Cardoso também acredita no poder da educação como reparação histórica.
“Precisamos repetir [o assunto] muito mais, e saber educar muito mais. Isso é consequência de cento e tantos anos de proibicionismo perpetuado pela própria imprensa, como um severo mecanismo de controle social. Não dá para achar que em cinco ou oito anos mudamos a mentalidade de toda uma cultura que acha que maconha é droga. Precisamos de mais algumas décadas de trabalho de base”, conclui.
A Kaya Mind oferece descontos e bolsas completas para pessoas negras e periféricas que desejam estudar. Para saber mais, entre em contato com os organizadores via formulário de contato.
Lucas Panoni
Jornalista e produtor de conteúdo na Cannalize. Entusiasta da cultura canábica, artes gráficas, política e meio ambiente. Apaixonado por aprender.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Maioria dos brasileiros usam cannabis para dores crônicas
Painéis sobre o Sistema Endocanabinoide abrirão o CNABIS 2024
Paraná irá fornecer remédio de cannabis para esclerose múltipla
Justiça prepara mutirão para revisar prisões por maconha
Proposta sugere o uso de cannabis apreendida para estudos
Preciso de uma carteirinha de cannabis?
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso