Como anda o processo de legalização na Colômbia?

Como anda o processo de legalização na Colômbia?

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Na Colômbia, a Clever Leaves, uma das maiores empresas de cannabis do planeta, investiu no desenvolvimento de infraestrutura de ponta para o cultivo de cannabis para fins terapêuticos. 

Andres Fajardo é o CEO da Clever Leaves Holdings Inc, uma das maiores empresas de cannabis com operações no Canadá, Colômbia, Alemanha, Portugal e Estados Unidos. 

A Clever é a primeira empresa de cannabis da América Latina listada na NASDAQ (mercado de ações norte-americano) com uma Certificação de Boas Práticas de Fabricação da União Europeia para flores e extratos. 

Fajardo tem agora um grande desafio para o desenvolvimento do setor na Colômbia, embora provavelmente haja mudanças no horizonte com o novo presidente do país, Gustavo Petro. 

Saiba mais: O que esperar do novo governo colombiano sobre a cannabis?

Mudanças no cenário colombiano de cannabis

Após as eleições presidenciais da Colômbia, espera-se que o congresso comece a discutir a legalização da cannabis para uso adulto. O CEO da Clever Leaves diz que o momento é propício para uma reforma geral, baseada na experiência local e nas vantagens naturais do país. 

“Acho que é um momento propício para esse tipo de proposta; primeiro, porque a Colômbia aprendeu com o que fizemos bem e o que fizemos de errado em termos de regulamentação de cannabis”, afirmou Fajardo em entrevista a Benzinga. 

Ele acrescenta que, agora, a Colômbia pode ser fornecedora de cannabis para exportação devido aos seus baixos custos, clima e geografia, além de já ter estabelecido empresas do setor no país.

Entenda também: Colômbia entra no mercado internacional de cannabis

Nova presidência, novos planos sobre cannabis

O novo presidente se define como um “esquerdista progressista” e tem projetos para mudar o modelo econômico atual, implementar medidas sobre a igualdade de gênero, adaptar o sistema das forças de segurança e colocar em prática uma reforma tributária. 

Gustavo também tem propostas que envolvem a cannabis. Para ele, a guerra às drogas fracassou. Portanto, é necessário rever os conceitos sobre as substâncias e avançar para um cenário que atenda ao mundo atual. 

Em seu plano de governo, ele garantiu que irá impulsionar a cadeia de valor da cannabis no decorrer do mandato. 

“O país precisa avançar para um novo paradigma que combine as vontades globais e latino-americanas em direção a uma agenda internacional baseada nos direitos humanos e na construção da paz”, afirma o presidente. 

Além disso, Petro também quer implementar o comércio internacional da erva, e foca em ajudar os pequenos produtores. 

“A produção de cannabis e derivados terá um marco legal que privilegiará as licenças e apoio técnico comercial às famílias produtoras, garantindo que os pequenos proprietários e cooperativas participem deste mercado”, conclui. 

Veja: Colômbia ganha força no mercado de cannabis medicinal

Legislação atual

Desde a década de 1970, a legislação colombiana é bastante rígida em relação às drogas devido aos conflitos com o narcotráfico. 

Porém, o cenário começou a mudar quando, a partir de 2012, o país descriminalizou o porte de até 20 gramas de cannabis. 

Em 2016 foi permitido o cultivo, a fabricação, a importação e a exportação da erva para fins medicinais, desde que haja uma licença fornecida pelo governo. 

Atualmente, a Colômbia está entre os locais que mais produzem a planta no setor. Segundo dados da New Frontier Data, publicados em 2020, a indústria canábica atraiu mais de US$500 milhões para o país.

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