Em março de 2021, a legalização chegou ao estado de Nova Iorque, o que permitiu a venda de produtos à base de cannabis para o uso adulto e também ampliou o sistema de distribuição da cannabis para fins medicinais.
Depois da nova lei, os investidores ficaram entusiasmados. Tanto que as expectativas eram de gerar 26,7 milhões de receitas em 2021 e 2022, segundo um relatório.
Contudo, há um fator que precisa ser levado em consideração: o mercado paralelo de cannabis.
Apesar da legalização em março, o governo do estado ainda não concedeu licença para nenhum dispensário. Ainda assim, o número de empresários que abriram lojas tem crescido consideravelmente.
Mas agora, sem a ameaça de prisões e fechamento das lojas, o número de vendedores irregulares cresceu financiado até por empresas que faturam milhões.
Um ambiente quase sem lei. Isso porque ainda há uma pequena parcela de mercado médico que é bastante restrito.
Apesar de não licenciados, os dispensários ainda possuem um padrão de qualidade. Contudo, o problema são os traficantes que enchem as calçadas da Times Square com maconha vinda da Califórnia.
A Forbes, um dos vendedores, ainda acrescentou que não está preocupado. “A maconha é legal e desde que você tenha uma licença de vendedor ambulante, está tudo certo.” Acrescentou.
Apesar da cannabis ser legal em 36 estados estadunidenses, a maioria das vendas é ilegal. Dos quase US$70 bilhões de maconha comprados no país em 2020, cerca de US$50 bilhões vieram do mercado irregular.
O que mostra que o problema não está apenas em Nova Iorque. Segundo o Historiador de Políticas de Drogas, David Courtwright, à Forbes, quanto maior o imposto, maior o contrabando.
No estado da Califórnia, por exemplo, as taxas da venda de cannabis para o estado podem chegar a 40%. O que tornou o mercado ilegal tão grande, que àqueles que são regulados estão com dificuldade para competir.
Em Nova Iorque, alguns dispensários já receberam notificações para fechar as lojas por falta de regulação.
Em um comunicado, o presidente do Conselho de Controle de Cannabis, Tremaine Wright, já alertou empresários a pararem as atividades “ou enfrentar consequências”, como colocou.
Contudo, os advogados das lojas batem de frente, com a justificativa de que a cannabis é legalizada, e estão cumprindo a lei. O que pode fazer as coisas continuarem como estão.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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