De acordo com um levantamento feito pela inteligência de mercado Kaya Mind, o Brasil importa cânhamo desde 1999. E até agora, foram mais de 130 toneladas.
Trata-se da derivação da cannabis sativa rica em Canabidiol (CBD) e uma quantidade mínima de Tetrahidrocanabinol (THC), bastante utilizada para a fabricação de óleos medicinais, além de insumos como cordas, tecidos e até combustíveis.
Os dados foram coletados por meio do órgão do Comércio Exterior Brasileiro (Comex Stat) e mostrou que o insumo vem principalmente da China, com praticamente todas as exportações pelo mar (99,5%).
A China lidera o número de exportações de derivados do cânhamo para o Brasil, seguida da Alemanha, Bélgica, Espanha e Itália. Por outro lado, Bangladesh é o primeiro no que diz respeito à quantidade em quilogramas de produtos de cânhamo.
Em 2007 e 2008, o estado de São Paulo trouxe de Bangladesh mais de 100 toneladas de cânhamo bruto. Ainda, em 2010 e 2011 também houve um salto considerável — o estado do Paraná importou da Bélgica mais de 40 toneladas de cânhamo em estopas e outras formas não fiadas.
Só no ano passado, os estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Santa Catarina compraram uma grande quantidade de fios de cânhamo vindos da China — por volta de 7, 5 e 1,5 toneladas, respectivamente.
Segundo as resoluções que temos até agora sobre o assunto, produtos à base de cannabis podem ser comercializados no país, mas precisam ser autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Atualmente somente produtos farmacêuticos foram aprovados. Por isso, produtos industriais feitos com o cânhamo ainda vivem em um limbo, já que não competem às regras sanitárias.
Mesmo assim, em uma consulta técnica feita no ano passado, a agência disse que a importação de tecidos para a fabricação de roupas é proibida.
A justificativa dada é a Lista E da Portaria SVS/MS nº 344/98, que diz que o cânhamo vem da cannabis sativa que é uma planta controlada que precisa ser prescrita. “Como o cânhamo é extraído da planta cannabis, também está proscrito de acordo com a legislação sanitária vigente”.
Mesmo assim, insumos de cânhamos continuam vindo para o Brasil. Em 2020 a atriz Marina Ruy Barbosa anunciou a criação de uma linha de roupas. Com o nome de Ginger, a marca inteira é voltada a soluções mais ecológicas, desde as roupas até as embalagens.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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