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O dia em que revi minha relação com a cannabis O dia em que revi minha relação com a cannabis
O dia em que revi minha relação com a cannabis

O dia em que revi minha relação com a cannabis

Há 10 anos, conheci um garoto na época do cursinho que era muito divertido. Ele fazia piadas, ajudava os amigos com os estudos, era muito esforçado e quase sempre estava sorrindo. Mas ele escondia uma mágoa muito grande dentro dele. 

Pelo pouco que nos contava, ele tinha uma relação difícil com sua família e consigo mesmo. A constante autocobrança em todos os campos de sua vida fez com que em setembro de 2014 ele tomasse uma decisão extrema, se é que vocês me entendem. Felizmente, não deu certo.

A partir daquele momento, ele sabia que precisava de ajuda e iniciou uma jornada que dura até hoje. A família desse rapaz, por entender a extremidade do caminho que ele estava tomando, decidiu que ele precisava iniciar não só um tratamento psiquiátrico mas também psicológico.

 E foi ali que surgiu o interesse em entender mais sobre saúde mental e mecanismos que pudessem expandir não só o seu autoconhecimento mas que auxiliassem a não cair mais nessas pequenas armadilhas do ego. 

O mundo novo da cannabis

Um ano depois, esse mesmo garoto entrou em uma das universidades mais renomadas da América Latina e começou a estudar farmácia. Por ironia do destino, descobriu os benefícios que a cannabis poderia ter em sua vida, mas como todo bom universitário e por falta de acesso aos tratamentos em um tempo em que não existiam muitas opções de tratamento, optou pelo bom e velho prensado.

Após trancos e barrancos, esse garoto amadureceu em algumas questões pessoais. Finalizou alguns ciclos, mas a Santa Maria nunca o abandonou. Assim como a sua busca pessoal pelos benefícios que essa medicina ancestral poderia trazer não só para ele mas para seus amigos, só aumentava. 

Até que em 2021, ele iniciou um tratamento com um óleo artesanal. Um ano depois, quando iniciou seu tratamento com óleos importados, também mergulhou nos pilares da saúde mental.

Entendeu que a chave para uma vida saudável não era consagrar a planta todos os dias, mas equilibrar esses três pilares, tendo a planta como uma espécie de cimento que dá liga para essa estrutura tão complexa mas que se bem cuidada traz diversos benefícios.

Sobre essa tal autoestima

O mês de setembro sempre será especial pra mim, foi o mês em que o que deveria ter dado certo, deu errado e eu sou muito grato por isso. 

Cada setembro que passa, tenho acesso a mais literatura, evidências clínicas e evidências pessoais de que a maconha tem o poder de resgatar uma autoestima que há muito foi perdida.

E ao falarmos sobre o mês da saúde mental, o primeiro ponto que precisamos abordar é sobre essa tal autoestima, que não é apenas sobre olhar no espelho e se sentir confortável com a imagem, mas sim sobre se sentir confortável com você mesmo, com suas escolhas, com seus erros e acertos. 

E no fim das contas o saldo, vai ser sempre positivo, pois você não desistiu e escolheu caminhar da melhor maneira, a que você sabe.

Entre passos e tropeços, acertos e erros, vamos evoluindo sempre. Ter acesso a medicamentos à base de cannabis, aliado a sessões de psicoterapia, exercícios, espiritualidade e tantas outras ferramentas pode ser a chave para a revolução na saúde mental que o século XXI precisa.

Afinal de contas, precisamos resgatar a ancestralidade de cura que há muito tempo foi perdida através de uma política proibicionista torpe.

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Além da ansiedade e da depressão, é preciso destacar a Síndrome de Burnout como fator de risco para o suicídio

Setembro Amarelo: O Burnout pode ser um gatilho?

Setembro Amarelo: O Burnout pode ser um gatilho?

Em 2023, a Síndrome de Burnout foi incluída na lista de doenças do trabalho, junto com a ansiedade, a depressão e até tentativas de suicídio. A condição é caracterizada por uma exaustão excessiva, afetando diretamente a falta de energia em relação ao trabalho.

De acordo com a Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho), a condição já atinge 30% dos brasileiros, colocando o Brasil no topo de países mais afetados pelo Burnout. Só perde para o Japão.

Caso não tratada, a  condição pode causar estresse, úlceras, diabetes, aumento do colesterol entre outros problemas de saúde, inclusive o suicídio.

As causas da síndrome estão relacionadas principalmente pela exaustão emocional, o sentimento de incapacidade e despersonalização. Por isso, será que a condição pode ser um gatilho para o suicídio?

Uma doença que acontece aos poucos

É importante lembrar que o Burnout não começa por acaso, mas existem fases que vão se agravando ao longo do tempo. Há primeiro a necessidade de mostrar o seu valor no trabalho, seguido da incapacidade de se desligar dele.

De repente, a pessoa com a síndrome, começa a negligenciar as próprias necessidades, como sono, alimentação e o tempo de lazer. Sua autoestima é medida apenas pelos resultados do trabalho.

Leia também: Depressão: o efeito do equilíbrio da mente

A sua vida social começa a desaparecer e o trabalho ocupa todo o espaço. Os colegas começam a ser vistos como preguiçosos e incompetentes e a necessidade de relaxar pode levar ao álcool e até às drogas. 

A despersonalização e o vazio interno passam a ser frequentes, até desencadear em uma depressão. Aqui, o futuro é incerto e a vida já não faz mais sentido como antes. Há um colapso mental e físico e assim, os pensamentos suicídios.

Risco em todas as fases do Burnout

De acordo com a médica Jéssica Durand, o suicídio pode acontecer isoladamente, sem a influência de algum tipo de transtorno mental. Mas é muito mais frequente que o paciente tenha predisposição para algum problema psíquico. 

“O Burnout é um transtorno psiquiátrico que a gente sabe que causa sobrecarga, exaustão, que pode piorar os transtornos de ansiedade depressivos existentes. Isso tudo pode afetar o desempenho funcional, psicológico e cognitivo e ser um fator de risco para a ideação suicida” esclarece.  

A médica ainda complementa que não dá para falar em que estágio que o Burnout tem que estar para as pessoas começarem a pensar em suicídio, pois existem muito fatores que podem influenciar o agravamento da condição. 

“Seja um Burnout leve ou mais grave, em que a pessoa já precisou ser afastada do trabalho e que está com ansiedade e depressão associada, esses dois perfis podem ser perfis que têm esse risco maior para a ideação suicida”, complementa.

Setembro Amarelo: O Burnout pode ser um gatilho?

Setembro Amarelo: O Burnout pode ser um gatilho?

Demissão

Outro ponto que também pode influenciar os pensamentos à morte em pessoas com Burnout, tem relação com a demissão. Uma vez que a pessoa perde aquilo que dedicava toda a sua atenção, o psicológico pode ficar bastante abalado.

“A pessoa já está mais suscetível, mais sensível e essa demissão pode ser um fator de piora que leve a pessoa a se sentir incapaz, ainda mais injustiçada em vários aspectos. É um gatilho”, diz.

A Dra. Jéssica Durand ainda complementa com a importância de ter um ambiente de trabalho saudável que estimule a saúde mental e emocional  das pessoas. “Em diversos aspectos, seja na convivência de equipe, igualdade salarial, benefícios, respeitar a carga horária. Isso precisa ser visto e falado no ambiente de trabalho”, acrescenta.

A cannabis como tratamento medicamentoso

Assim como outras condições mentais, o tratamento de Burnout também envolve psicoterapia, técnicas de relaxamento e autoconhecimento. Se tratando do trabalho, mudanças no ambiente também são essenciais para ajudar o indivíduo. 

Em alguns casos, o uso de medicações também pode ser um caminho para ajudar a controlar os sintomas. Remédios que são introduzidos normalmente quando a condição já está grave. 

No geral, incluem antidepressivos, ansiolíticos, sedativos, fitoterápicos e fitocanabinoides. A cannabis se encaixa neste último grupo. 

Vários estudos mostram que os produtos feitos com a cannabis podem reduzir a ansiedade, melhorar o sono e regular o humor. Tanto que o tratamento já é usado para condições como ansiedade, depressão e TEPT (Transtorno de Estresse Pós Traumático).

Mas é importante lembrar que o remédio precisa ser orientado por um médico. Além do mais, a terapia também precisa estar em dia. 

Procure ajuda 

Se você ou alguém que você conhece precisa de apoio emocional, procure o CVV (Centro de Valorização da Vida) pelo telefone 188. A ligação é gratuita. 

O SUS (Sistema Único de Saúde) ainda tem a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) por meio do CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) que fazem o acolhimento para quem precisar.

Consulte um médico

No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto através da nossa parceira Cannect. Clique aqui.

https://cannalize.com.br/setembro-amarelo-o-burnout-pode-ser-um-gatilho/ Setembro amarelo: o potencial da cannabis para saúde mental Setembro amarelo: o potencial da cannabis para saúde mental
Setembro amarelo: o potencial da cannabis para saúde mental

Setembro amarelo: o potencial da cannabis para saúde mental

Setembro amarelo é o mês mundial da prevenção ao suicídio, onde debatemos e conscientizamos as pessoas sobre esse tema e saúde mental e emocional no geral. Afinal, mais de 90% dos casos de suicídio estão relacionados com transtornos mentais – como ansiedade, depressão e burnout.

E assim como o uso da cannabis, esse é um tema cheio de tabus e que ainda carece de muita discussão e ferramentas para ser normalizado no âmbito social. 

Porém, essa não é a única associação que esse assunto tem com a plantinha, na verdade, os produtos à base de cannabis têm muito lugar quando a gente fala sobre o Setembro Amarelo.

A regulação do equilíbrio do corpo

Apesar de muitos estudos, ainda desconhecemos completamente a fisiopatologia dos distúrbios mentais. Sabe-se, porém, que além do SEC (Sistema Endocanabinoide) ter um papel fundamental na regulação do equilíbrio emocional e da função cognitiva, ele se encontra alterado nos transtornos mentais, o que pode indicar, na verdade, que uma desregulação do SEC pode contribuir para o surgimento dessas condições.

O estresse crônico, associado a um estilo de vida precário, seriam os responsáveis por essa desregulação do SEC, levando ao desenvolvimento dos sintomas comportamentais, fisiológicos, cognitivos e endócrinos das desordens mentais. 

Dessa forma, os endocanabinoides, isto é, a cannabis que o nosso corpo produz, podem ser marcadores promissores para a detecção e o acompanhamento dos transtornos mentais, como a depressão. 

Ainda, para trazer uma modulação positiva do SEC e consequentemente a melhora da saúde mental e emocional, o uso dos fitocanabinoides, como CBD, pode ser considerado como terapia de primeira linha no tratamento dos transtornos mentais.

A vantagem dos fitocanabinoides

Com uma baixa gama de efeitos colaterais negativos, associada a muitos benefícios, a cannabis tem se tornado cada dia mais uma realidade no dia a dia de quem sofre com questões de saúde mental. 

Isso acontece, porque, o CBD (canabidiol) e diversos outros fitocanabinoides como o  CBG (canabigerol), o CBN (canabinol) e em alguns casos até mesmo o THC (tetrahidrocanabinol), têm um efeito relaxante, ansiolítico, antidepressivo. 

Eles trazem alívio do estresse, otimizam o humor e regulam os processos cognitivos e comportamentais, mas sem deixar os pacientes letárgicos, cansados, com uma sensação de névoa ou vazio mental, diminuindo a libido e trazendo aumento de peso. 

Ao contrário, os fitocanabinoides podem ajudar nesses pontos também! Aumentando energia e disposição, diminuindo a sensação de “brain fog”, levando mais foco e concentração, equilibrando a libido, regulando o apetite.

Outros benefícios

Ademais, como os transtornos de saúde mental, comumente, estão associados entre si e com outras condições, o uso dos produtos de cannabis também acaba sendo positivo nesse ponto, já que além de tratar a desregulação emocional e cognitiva e melhorar o humor, a cannabis pode diminuir as dores físicas, promover um alívio da insônia, juntamente com um sono de qualidade, diminuir os sintomas de abstinência, sendo útil para os transtornos por abuso de substâncias e possibilitar um efeito antipsicótico.

Importante frisar, também que além dos poucos efeitos colaterais, a cannabis, no geral, não está relacionada a eventos adversos graves, e não é uma substância com risco de overdose. 

Além disso, se tratando do uso medicinal, controlado e acompanhado por um profissional de saúde habilitado, não costuma cursar com tolerância ou dependência. 

Assim, apesar de estarmos falando do setembro amarelo, esse mês cada vez mais fica invadido por essa onda verde, pois fica claro que o futuro do cuidado em relação à saúde mental está diretamente relacionado com o uso dessa planta tão rica, que tem o poder de tratar não apenas os sintomas do desequilíbrio emocional, mas de também melhorar o bem-estar e a qualidade de vida individual como um todo.

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