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Cannabis na pele: cosméticos canábicos ganham espaço no Brasil green-cannabis-plant-and-jar-with-a-moisturizing-cream

Na onda da beleza consciente, produtos de cannabis aliam hábitos saudáveis a qualidade de vida para o maior órgão do corpo humano: a pele

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Esta é a terceira de quatro matérias especiais sobre o potencial gigantesco do mercado da cannabis no Brasil. Ao longo do mês de novembro, vocês acompanharão na Cannalize os caminhos que o setor cria para novas oportunidades de negócios. Leia a primeira aqui.

Você sabia que a cannabis é cada vez mais utilizada para tratar uma variedade de condições dermatológicas? Quem afirma isso é um estudo farmacêutico britânico, publicado em 2020, que revisa o uso de canabinóides no tratamento de uma variedade de doenças de pele.

“Os canabinóides demonstraram propriedades anti-inflamatórias, anti-envelhecimento, entre outras, através de vários mecanismos, incluindo a interação com o recém-descoberto sistema endocanabinóide da pele, proporcionando assim uma alternativa promissora aos tratamentos tradicionais”, diz o resumo do estudo.

O farmacologista clínico Dr. Hilton Santos endossa o estudo, explicando que a cannabis pode atuar dermatologicamente principalmente na produção de sebo e cabelo, além de inflamação e cicatrização, mencionando também o Sistema Endocanabinoide da pele.

“A presença do Sistema Endocanabinoide cutâneo tem potencial para tratar uma variedade de condições dermatológicas através da manipulação dos receptores canabinoides”, diz o médico.

Isto quer dizer que o uso tópico da cannabis pode trazer vantagens potenciais em tratamentos cutâneos, como a psoríase, dermatite atópica e acne, além de sua ação cicatrizante e antiinflamatórias.

Para o médico, este é um campo de estudo “ainda carente de pesquisa, mas extremamente promissor.”

Creme mescla ingredientes conhecidos com cannabis

À medida em que a pesquisa farmacêutica avança, mais os produtos dermatológicos e cosméticos de cannabis encontram espaço nos marketplaces de importação, aliando-se com antigos conhecidos do nicho.

Por exemplo, o ELIV Care & Comfort, que possui em sua composição manteiga de abacate, manteiga de karité, manteiga de cacau, cera emulsificante, ácido esteárico, óleo de amêndoa e água, aliados ao canabidiol (CBD) e o canabigerol (CBG).

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Rico em vitamina A e E, o creme para uso local conta com as propriedades antiinflamatórias do canabigerol para melhorar a dor e inflamação nas regiões acometidas, como as articulares e musculares. 

Atualmente o ELIV Care &Comfort ainda está longe das drogarias brasileiras, mas pode ser adquirido via importação, mediante prescrição médica.

“Beleza consciente” atrai mercado de cosméticos à cannabis 

Segundo os reports da 13:20:HUB, um hub de inteligência estratégica dedicado ao mercado de beleza consciente, bem-estar e saúde integrativa, o mercado cosmético brasileiro pode estar mais próximo do que nunca de integrar a cannabis em suas formulações.

“A beleza consciente engloba outros termos como ‘beleza limpa’, ‘vegana’, ‘orgânica’, ‘natural’, ‘upcycling’, etc. Acho que esse é o grande futuro, todos nesta categoria. É tendência porque pode ser feita sintetizando ingredientes naturais que não são prejudiciais à saúde humana, nem ao meio ambiente, nem aos animais”, explica Melissa Volk, idealizadora da 13:20 Hub. 

Tantas definições demonstram a versatilidade da cannabis para os mais variados produtos, como séruns, cremes, óleo para couro cabeludo, máscara de limpeza facial e até lipstick, fazendo brilhar os olhos do mercado de cosméticos.

“A pele é o nosso maior órgão, e é a segunda principal via de nutrição do corpo. Quem trabalha na indústria cosmética adoraria que o uso da cannabis fosse liberado porque a planta tem propriedades únicas e singulares”, diz Melissa.

Para a empresária, este comportamento de consumo trilha um caminho mais holístico, de bem-estar integral.

“A gente entende que a beleza não só estética, física e de padrão, mas sim de saúde e bem estar, numa rotina de autocuidado que seja prazerosa de maneira holística, com esportes, alimentação, hidratação e usando cosméticos que não vão agredir nosso organismo.”

CBA e CBD-like: Aliados ou “weedwashing”?

Na esteira da tendência deste mercado promissor, surgem os produtos CBD-like. Também conhecidos como CBA, ou Cannabinoid Active System, estes são produtos que pretendem se promover através da interação com o Sistema Endocanabinoide, vendendo outras fontes destes fitocanabinoides e sem presença de cannabis.

Melissa Volk acredita que esta vertente tem relevância por também pertencer ao nicho de “beleza limpa”. “É uma síntese artificial, porém que não é nociva”. Ela explica que a substituição da cannabis por outros ingredientes podem ser benéficas justamente para contornar as restrições impostas a este insumo.

“O CBD-like pode ser interessante para ver se o produto tem mercado porque, como existe muito preconceito, as marcas precisam saber o que pode fazer bem ou mal para sua imagem.”

Porém, Melissa chama a atenção para a possibilidade de estar trocando gato por lebre. “Eu chamo de weedwashing o charlatão que diz que só porque tem determinados ingredientes já consegue atuar no Sistema Endocanabinoide, ou que coloca CBD bem grande na embalagem para enganar o consumidor com todo aquele apelo de maconha.”

Isto porque, usando ingredientes diferentes da cannabis, é necessária uma concentração muito maior de fitocanabinoides para que tenham algum efeito. Daí a importância dos testes que comprovam a eficácia destes produtos no Sistema Endocanabinoide.

Os testes laboratoriais, para Melissa, ajudam a clientela a separar o joio do trigo, ou seja, entender se estão comprando um fitocanabinoide eficaz ou apenas uma embalagem atraente.

“Muitos produtos que tem Copaíba e ativos da Amazônia na composição são fitocanabinoides, mas podem não atuar no Sistema Endocanabinoide. Por isso é importante submeter ao teste laboratorial e ter um laudo que comprove que é um autêntico CBD-like”, conclui.

https://cannalize.com.br/cannabis-na-pele-cosmeticos-canabicos-ganham-espaco-no-brasil/ Gummies, lubrificantes e tópicos estão entre os produtos canábicos mais consumidos no Brasil  background-candy-jelly-fruit

Desde a proibição da importação de cannabis in natura pela Anvisa, em junho de 2023, produtos de formas distintas despontam entre os mais consumidos.

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É o que aponta o último anuário da Kaya Mind, publicado na última terça-feira (7). O relatório aponta que durante o ano de 2023 pelo menos 25 formas farmacêuticas de cannabis foram registradas, porém seis delas se destacaram com maior demanda: gummies, roll-on (uso tópico), cápsula, óleo e lubrificantes, além das populares flores, agora proibidas.

De toda forma, o mercado farmacêutico ainda se adequa para compreender quais formas dos produtos irão se consolidar no comércio nacional, já que as flores representam pelo menos 14% do total de produtos buscados pelos pacientes de cannabis.

As cápsulas e gomas são uma alternativa viável para aqueles que buscam formas de ingestão dos derivados. O relatório lembra que estas formas ainda estão disponíveis exclusivamente via prescrição médica. 

Leia também: Gummies de cannabis: o que são e o que esperar delas?

As gummies são as balas de goma feitas de cannabis. Na maioria das vezes, elas têm gosto de frutas e podem ser facilmente confundidas com doces ou suplementos alimentares. Elas podem ser compostas por canabinóides isolados ou ainda combinados, tanto com fitocanabinoides, quanto com vitaminas e outros fitoterápicos. 

Em linhas gerais, “a flor é como uma bombinha de asma, um corticoide que resgata o paciente durante uma crise. Já a gummy é como um corticoide, tomado via oral, para a manutenção do tratamento e evitar uma possível crise”, explica o farmacêutico Guilherme Salgueiredo, do relacionamento médico da Cannect.

https://cannalize.com.br/gummy-lubrificantes-produtos-canabicos-mais-consumidos/ Gummy de CBD é o principal produto canábico consumido nos EUA pexels-kindel-media-7667729

60% dos adultos norte-americanos já experimentaram um produto de CBD antes e acreditam que têm benefícios medicinais.

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Com informações da Forbes Health

As gomas de CBD e outros produtos comestíveis são a forma mais popular de consumir CBD nos EUA, de acordo com uma pesquisa recente da Forbes Health com 2.000 adultos norte-americanos realizada pela OnePoll.

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Em geral, o uso de CBD é cada vez mais comum – 60% dos adultos norte-americanos já experimentaram um produto de CBD antes e acreditam que têm benefícios medicinais. A mesma pesquisa relata que a maioria das pessoas usa o CBD para reduzir o estresse, aliviar a dor, melhorar a qualidade do sono e aliviar a ansiedade.

Quanto custam as gomas de CBD?

O custo das gomas de CBD varia de acordo com a qualidade, potência e tamanho da porção, entre outros fatores. O preço das gomas CBD na lista da Forbes varia de US$ 0,92 a US$ 2,50 por goma.

Gomas de CBD com THC

Várias gomas de CBD no mercado norte americano também contém THC, um canabinóide conhecido pelos seus efeitos psicoativos, em várias concentrações. 

Um estudo de 2021 publicado no Journal of Cannabis Research examinando os resultados da administração de óleos de cannabis contendo 0,5 miligramas a 1 miligrama de THC e 20 miligramas a 25 miligramas de CBD por porção a 279 participantes descobriu que os tratamentos ajudaram a melhorar os sintomas de dor, ansiedade e depressão.

No entanto, atualmente não é legal em nível federal nos EUA comprar ou consumir produtos que contenham mais de 0,3% de THC por peso seco. Por esse motivo, nossa lista não inclui gomas de CBD com maior teor de THC.

Indicações mais populares no Brasil

Com base em sua experiência e prática clínica com consumidores brasileiros, a médica do esporte Jéssica Durand aponta os canabinoides mais indicados para as queixas mais comuns dos pacientes que buscam as gummies:

  • Rendimento físico e recuperação muscular

O CBD (canabidiol) em concentrações mais altas, ou full spectrum, ajuda na recuperação muscular e na neuromodulação da dor. No caso de atletas sujeitos ao teste antidoping, a mais indicada é a gummy de CBD isolado. Associado ao CBG (canabigerol), a gummy ganha propriedades anti-inflamatórias.

  • Rendimento mental e foco

O CBG (canabigerol) inclusive é um canabinoide menor conhecido nos Estados Unidos como suplemento de energia. Tem efeito sinérgico com Delta 8 e Delta 9 THC e já é estudado como recurso para o tratamento de TDAH.

  • Insônia

 As gummies de CBD são altamente eficazes para tratamento de sono, principalmente quando somados a outros fitoterápicos como melatonina e valeriana, além do CBN (canabinol), um dos mais potentes fitocanabinoides capazes de tratar distúrbios do sono. 

Só devemos ficar atentos à presença do THC (tetrahidrocanabinol), como salienta a médica: “O THC é um pouco controverso, porque só consegue melhorar a qualidade do sono em doses baixas. Já em grande quantidades e consumido de maneira recorrente, pode atrapalhar o sono REM (Rapid Eyes Movement).”

  • Dores crônicas

Para dores crônicas, os canabinoides CBG (canabigerol) e THC (Tetrahidrocanabinol) podem ser combinados com o CBD (canabidiol).

Além disso, a Dra. Jéssica Durand também considera combinar os canabinoides com vitaminas como C e B12, fitoterápicos como cogumelos e Ashwagandha e até a cafeína para potencializar os efeitos terapêuticos.

Tire suas dúvidas sobre as gummies! Procure a Triagem Cannect gratuitamente.

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