Uma start-up biomédica encontrou um substituto revolucionário para o plasma sanguíneo: o plasma feito de cânhamo
Esta semana, a revista canábica argentina El Planteo apresentou uma pauta no mínimo peculiar. A Plasma for People, uma start-up biomédica da República Tcheca, pretende introduzir um substituto feito de cânhamo para o plasma sanguíneo.
A intenção é auxiliar em situações traumáticas de muita perda de sangue, como cirurgias ou acidentes.
Isto porque uma das proteínas das sementes de cânhamo, a edestina, é muito parecida com a albumina, uma das principais proteínas presentes no plasma sanguíneo, e pode apoiar as funções regenerativas do corpo humano.
Segundo Pavel Kubů, cientista responsável pelo projeto, a produção deste substituto pode ser cerca de dez vezes mais barata que os métodos tradicionais, e são utilizadas poucas sementes de cânhamo: cerca de 1 quilo para cada 2 litros de plasma sanguíneo.
O plasma sanguíneo é um subproduto do sangue, um componente líquido transparente do sangue, de cor amarelada, que, além da água, contém uma série de proteínas, açúcares, gorduras e minerais que além de transportar nutrientes e remover substâncias tóxicas do corpo, auxilia na coagulação do sangue e defesa do organismo.
Em pacientes em estado deteriorado, o plasma sanguíneo é a única fonte possível de proteínas, necessárias não só para o funcionamento do organismo, mas também para a produção de glóbulos brancos.
O plasma sanguíneo é extraído da doação de sangue normal, mas também pode ser obtido através de uma técnica chamada de plasmaférese, que coleta o sangue, extrai o plasma através de centrifugação em uma máquina e devolve ao doador as hemácias e elementos figurados, como plaquetas.
Esta técnica era muito utilizada durante a pandemia, pelo Instituto Butantan, para tratar pacientes de Covid-19. Em 2021, o Instituto recrutou pessoas que já tiveram Covid-19 para doar plasma convalescente, ou seja, a parte líquida do sangue rica em anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2.
Segundo o site da Plasma for People, a base da tecnologia de produção do plasma de cânhamo é a proteína contida na semente da planta, a edestina. Os componentes indesejados são gradualmente separados e o resultado é uma proteína pura (99,9%) dissolvida em solução fisiológica.
A característica mais vantajosa da solução plasmática de cânhamo é ela não requer condições específicas de armazenamento, pois pode ser transportada como pó inerte embalado a vácuo, o que o torna ideal para situações de emergência, como acidentes graves e catástrofes.
O plasma de cânhamo orgânico também tem uma vida útil mais longa e não requer congelamento, simplificando os desafios logísticos associados ao armazenamento tradicional de plasma.
Além disso, o plasma canábico tem resistência à contaminação por doenças bacterianas, HIV e o vírus da hepatite e pode ser administrado a pacientes que, por razões religiosas ou éticas, rejeitem o plasma doado.
A Plasma for People tem como alvo o mercado de plasma sanguíneo e soluções intravenosas, com um mercado estimado de 3 bilhões de litros por ano, e busca investidores.
Enquanto isso, produzem e vendem um suplemento alimentar à base de farinha de cânhamo enriquecida com alto teor de edestina .Desenvolvido para atletas, o suplemento pretende otimizar a circulação sanguínea e os processos químicos, acelerando a regeneração muscular e a recuperação de vírus e infecções.
Lucas Panoni
Jornalista e produtor de conteúdo na Cannalize. Entusiasta da cultura canábica, artes gráficas, política e meio ambiente. Apaixonado por aprender.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso