O que tira o sono dos médicos na hora de prescrever cannabis?

O que tira o sono dos médicos na hora de prescrever cannabis?

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A insônia é uma queixa comum entre os pacientes que buscam o tratamento com cannabis. Mas e entre os médicos, como soa este assunto?

Qual será a percepção dos médicos quanto à prescrição de cannabis para transtornos mentais, como a insônia? Será que soa como uma música relaxante ou como um zumbido de mosquito que irrita e não deixa dormir?

Isso é o que a Cannalize foi descobrir em Curitiba, na última quarta-feira (30), durante a quarta edição do Cannect Talks, um encontro que reúne médicos experientes na terapia canábica a colegas que tem interesse no tema mas ainda não sabem como começar. 

A troca de ideias se dá de maneira despretensiosa, com uma pequena aula do médico anfitrião sobre o tema de seu domínio, contando com relatos de casos e experiências da prática clínica, seguida de um delicioso jantar promovido pela Cannect.

Na edição curitibana, o anfitrião foi o psiquiatra André Domenici, que compartilhou seu conhecimento no tratamento de insônia. Ao fim da palestra, o generalista Rafael Panza, que ainda não prescreve cannabis, expôs uma dúvida sobre a interação da cannabis com outros medicamentos, e comentou à Cannalize o motivo de ficar intrigado (e com razão!):

“A psiquiatria tem que ter um tratamento a longo prazo. Não dá pra tratar a depressão com um remédio simples e tá resolvido… tudo precisa ser acompanhado, e as pessoas precisam ter percepções de como passar esse período, então o manejo precisa ser cuidadoso. Não dá pra simplesmente supor que o canabidiol vai substituir totalmente as outras terapias. É mais por precaução, buscando saber de quem já tem experiência.”

Para a generalista Ana Paula Ferreira, a expectativa do paciente também pode causar receio nos médicos. Ana Paula já prescreve cannabis há mais de um ano, mas divide que ainda tem suas inseguranças: ”O que me dá mais medo é se o paciente vai se queixar de coisas que eu não saberia resolver.”

Troca de informações e autonomia médica são indispensáveis

Precaução nunca é demais e para profissionais mais experientes, ganham garantia à medida em que os médicos trocam informações e o tema ganha reconhecimento. Isso é o que defende o experiente prescritor Matheus Abdalla. 

Isto porque as limitações impostas por alguns órgãos e instituições ainda podem ser uma pedra no sapato da comunidade médica. “Na graduação, Sistema Endocanabinoide é um tema quase nunca abordado. Outro ponto negativo é que temos um Conselho que que nunca se posicionou a favor da terapia com cannabis”, argumenta o prescritor.

Para Matheus, o conforto dos profissionais prescritores está na autonomia médica. “Garantidos pela legislação, podemos recomendar o que é melhor para o paciente e ele estando de acordo com a terapia, podemos prescrever. Outro ponto é que a entrada de produtos à base de cannabis no Brasil só é autorizada pela Anvisa mediante prescrição de profissionais habilitados, então isso nos dá confiança e segurança para prescrever.”

Acompanhamento é fundamental

Mas o tratamento com cannabis tem um aliado muito importante: o acompanhamento periódico. “Não é igual outros medicamentos, que você toma e seu psiquiatra vai te ver depois de três meses… A cannabis demanda um tratamento diário, analisando as respostas do organismo do paciente. No fim, este contato próximo com os pacientes também passa segurança”, diz a generalista Ana Paula Ferreira.

Inclusive a médica recomenda os serviços da agendamento“>Cannect para promover um tratamento de qualidade do começo ao fim. “A plataforma da Cannect possibilita que você consiga recomendar o produto que você confia, com a faixa de preço que o paciente pode pagar, sem falar nas demais formas dos produtos, como gummies, pomadas, etc… com um catálogo de confiança. Eu adoro!”

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