A cannabis será produzida e distribuída em duas cidades pelos próximos quatro anos. A ideia é entender se a criminalidade em torno da planta pode cair
Foto: Freepik
Na última sexta-feira (15), a Holanda começou um novo experimento que vai durar quatro anos: a produção, o fornecimento e o consumo de cannabis em duas cidades do país. Embora a utilização da planta seja comum por lá, ainda não é legalizada.
A ideia é começar com as cidades de Breda e Tilburg para entender se a medida pode diminuir as organizações criminosas, que assumiram o controle deste mercado. “É um momento histórico”, disse o ministro da Saúde, Ernst Kuipers, em um coffee shop em uma das cidades.
A cannabis será monitorada em todo o processo, desde a produção até a chegada aos estabelecimentos. Inclusive, os níveis de CBD (canabidiol) e THC (tetrahidrocanabinol) das plantas, que serão cultivadas por fazendas selecionadas para o experimento.
Dificuldades
O anúncio do programa piloto para legalizar a venda de produtos de cannabis surgiu depois de Amsterdã ter imposto certas restrições ao consumo de cannabis em espaços públicos, a fim de evitar o turismo barulhento.
A iniciativa, que sofreu vários atrasos desde que recebeu a aprovação do Senado em 2019, foi oficialmente confirmada pelo governo holandês para começar na última sexta. Por outro lado, ainda pode ser ameaçada.
Isso porque o político de extrema direita, Geert Wilders, junto com o Partido pela Liberdade, tornou-se a maior bancada do Congresso nas últimas eleições gerais, realizadas ainda neste mês.
Os seus integrantes são contra a legalização e tem como lema “Holanda livre de drogas”, o que pode comprometer o experimento.
Legislação brasileira
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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