De acordo com a professora da UFC, o mundo ideal seria uma verba efetiva para as farmácias vivas, além da permissão para o cultivo de cannabis
Segundo a professora da Universidade Federal do Ceará e presidente da Associação Brasileira de Farmácias Vivas, Mary Anne Bandeira, com a proibição do cultivo de cannabis em solo brasileiro, as associações acabam fazendo todo o trabalho das farmácias vivas.
Esse tipo de farmácia é caracterizada por fazer remédios apenas à base de plantas. Implementada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em 2010, a farmácia viva é responsável por todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento, a manipulação e a dispensação dos fitoterápicos.
Embora existam várias farmácias vivas espalhadas pelo Brasil, nenhuma pode cultivar e nem manipular a cannabis. Por isso, de acordo com Bandeira, esse trabalho fica a cargo das instituições de pacientes.
“Nós da Farmácia Viva, não temos a liberdade do cultivo da cannabis junto a outras espécies. Então as associações canábicas têm feito um papel que o governo não faz”, ressalta.
De acordo com Bandeira, apesar de ser incorporada ao SUS, não há uma lei que garanta o financiamento das farmácias vivas. Elas precisam viver de editais que garantem um valor por um tempo específico.
“Muitas vezes o município planta essas unidades de farmácias vivas e sofrem descontinuidade política por falta de uma verba efetiva que possa garantir a manutenção”, ressalta.
Para ela, o certo seria verbas efetivas e uma autorização de cultivo de cannabis. A farmacoquímica até traça um mundo ideal:
Cada estado poderia ter um horto matriz de cannabis, que forneceria mudas para as farmácias vivas e associações, ou mesmo poderiam ter um laboratórios que preparasse os extratos para serem enviados às farmácias vivas e transformados em formas farmacêuticas de acordo com prescrição médica e necessidade do paciente.
Pensar no cultivo da cannabis pelas Farmácias Vivas não é nenhuma novidade. Desde que o Projeto de Lei 399/15, voltou a ser discutido, o tema foi proposto pelo até então deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) em 2021.
Inclusão que foi incorporada no projeto final. Atualmente a proposta, que pretende aprovar o cultivo e a comercialização da cannabis para uso medicinal e industrial, está na mesa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e aguarda ser posta em votação.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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