No finalzinho do mês passado, a agência autorizou a importação da matéria prima para a fabricação de produtos à base de cannabis aqui, o que pode facilitar o acesso.
No dia 27 do mês passado, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em decisão unânime a importação vegetal da cannabis, ou seja, o extrato na sua forma bruta.
Em caráter excepcional, a nova atualização poderá auxiliar empresas na formulação de produtos de cannabis aqui, o que pode torná-los mais em conta.
Embora a Resolução 327, que autorizou o registro e a comercialização da cannabis no Brasil, também permitiu a fabricação em solo nacional, o insumo precisava vir pronto.
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Mais liberdade para o desenvolvimento
A decisão foi baseada na própria RDC. O artigo 18, por exemplo, diz que apenas o plantio no Brasil é proibido. Assim, a nova norma determina que não será necessário importar o ingrediente ativo, mas poderá ser a própria matéria prima.para fazer a formulação.
A biomassa pode ser extraída não só das flores, mas também dos caules e folhas, que, embora tenha menos compostos usados pelas farmacêuticas, também são úteis no processo de fabricação.
A nova atualização já passa a valer e estará vigente até que haja alguma revisão.
Vai baratear os produtos à base de cannabis?
De acordo com o fundador da aceleradora The Green Hub, Marcelo Grecco, a nova norma é um passo para uma maior autonomia do Brasil sobre os produtos feitos com a planta.
O número de pacientes que optam pela cannabis aumentou nos últimos anos, mas a maioria ainda prefere importar. Só no ano passado, mais de 40 mil pessoas trouxeram algum tipo de produto para o Brasil, principalmente dos Estados Unidos.
“Tudo o que a gente fala hoje é comparado ao custo americano, então tudo o que a gente está importando é do mercado americano e com o produto final, o custo passa a ser muito caro”, ressalta.
Importação de matéria prima na américa latina
Contudo, com a autorização para comprar o insumo, as empresas poderão ter um controle maior na fabricação dos próprios produtos, além de mais incentivos à pesquisa.
Ele ainda diz que a matéria prima poderá vir da própria américa latina, o que vai reduzir os custos tanto de produção quanto de logística.
“Quando você começa a ter acesso a uma matéria prima que está perto, você já não depende destes produtos que vem dos Estados Unidos e Europa. Você começa a ter um custo bem menor”, complementa.
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