Se você já viu as pessoas falando que a cannabis é boa para tratar muitas condições, mas ficou inseguro quanto ao uso, saiba que você não está sozinho.
O Brasil ainda é bastante conservador em relação à cannabis, há pouca informação por isso, a planta ainda é estereotipada.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cannabis recreativa, ou a famosa maconha, pode sim causar dependência.
Embora o vício seja classificado entre leve moderado, a alta quantidade de tetra-tetraidrocanabinol (THC), componente da planta que gera os efeitos alucinógenos, pode trazer algumas consequências ao cérebro e até ao coração.
Embora algumas pessoas fumem a planta como forma de terapia, a cannabis medicinal é diferente da cannabis recreativa, desde a maneira em que é extraída até a forma que ela é ingerida.
Para saber como ela funciona, é necessário entender que o nosso corpo possui um sistema chamado Sistema Endocanabinóide, ele está por todo o organismo ajudando a sinalizar para o cérebro quando as coisas não estão bem. Isso ajuda a promover o equilíbrio das funções do corpo para que tudo funcione de forma eficaz.
Ele é movido pelos chamados canabinóides, que trabalham neste sistema a nível celular. No entanto, por alguma razão, é possível que a quantidade que produzimos, seja insuficiente, o que pode acarretar em uma série de doenças.
É aqui que a cannabis entra. Ela também possui os canabinóides, chamados de fitocanabinóides. Eles ajudam como um suplemento para o organismo e para todo o sistema.
Por isso a cannabis se dá tão bem com o corpo e pode ajudar em várias doenças, inclusive a epilepsia refratária, que costumam ser resistente à medicamentos.
No entanto, cannabis possui uma série destes canabinóides, que podem conter reações diferentes. Os mais famosos são o THC, mencionado acima, e o canabidiol (CBD).
Ao contrário do THC, o CBD não possui nenhuma reação na mente quando ingerido em altas quantidades. Os efeitos colaterais são baixos. Por esta razão, ele é muito utilizado em medicamentos.
O THC também possui propriedades terapêuticas, que inclusive, vão em pequenas quantidades nos medicamentos feitos com canabidiol.
Segundo a média mundial, a taxa de de THC nos medicamentos é de 0,2%, uma quantidade mínima que não tem o poder de causar dependência.
Há remédios, como o famoso Mevaty, que possuem quantidades maiores de THC. No entanto, se usados de forma correta seguindo a prescrição médica, não há qualquer risco.
O que acontece é que a maconha possui uma quantidade grande do tetra-tetraidrocanabinol, que quando queimado, aumenta a sua potência, resultando em efeitos negativos no corpo e na mente.
O fumo não é terminantemente ruim, pois mesmo queimado, o THC também pode produzir propriedades medicinais. Há até relatos de pessoas que ingerem a cannabis dessa forma para tratar depressão e esclerose múltipla. Tudo vai depender da moderação.
Embora as pessoas usem a cannabis em forma de fumo ou vaporização, a maneira mais comum de se administrar é através do óleo.
Ele é extraído da planta em alguns processos que podem ser feitos até de forma caseira, onde pode ser ingerido através de um conta-gotas, ou como a maioria das pessoas faz, colocando embaixo da língua.
É importante lembrar que os remédios são farmacologicamente testados, seguros e há marcas registradas pela Anvisa.
Cada genética é única, por isso, corpo reage à cannabis de uma forma diferente. Por isso leva um tempo até achar a dosagem correta. Alguns sentem os efeitos benéficos com o CBD puro, outros com uma maior concentração de THC, outros com os dois juntos.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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