Que fim levou o canabidiol Myalo da Prati-Donaduzzi?

Há dois anos a Prati-Donaduzzi havia anunciado a fabricação de um remédio à base de canabidiol. Mas o que aconteceu?
Em 2018 o farmacêutica Prati-Donaduzzi anunciou um novo medicamento à base de canabidiol chamado Myalo.
Segundo a empresa, o remédio seria indicado para tratar epilepsia de difícil controle, que é resistente a medicamentos comuns.
As pesquisas para a fabricação do produto foram em parceira com a Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. Faculdade com um histórico em pesquisas sobre o uso terapêutico da planta.
Na época, o que se sabia é que estavam em testes finais e que chegaria ao consumidor no segundo semestre de 2018.
No entanto, não se teve mais notícias.
Canabidiol
Dois anos depois, a empresa voltou ao assunto anunciando que o seu medicamento estaria nas farmácias em maio de 2020.
Com o nome de “Canabidiol Prati-Donaduzzi” e não Myalo.
A inclusão do produto veio depois da aprovação da PL 327 /2019, no final de 2019, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ela autorizou a importação, a fabricação e a comercialização de produtos derivados da cannabis nas farmácias mesmo não sendo um remédio, mas classificado como produto.
Ele é o único fitofarmacêutico à base de canabidiol nas drogarias, com um custo de dois salários mínimos.
Segundo a assessoria de imprensa da marca a Cannalize, o Canabidiol hoje nas farmácias, é uma versão do Myalo, que ainda precisa passar por mais testes.
Ação
A intenção da empresa era patentear o canabidiol. No entanto, uma startup chamada Entourage Phytolab entrou com uma ação para impedir.
A fórmula “em um solvente oleoso”, que Osmar Terra tentou patentear em 2016 como invenção própria junto a farmacêutica, não poderia ser classificado como canabidiol sintético.
O pedido da patente foi negado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e pela Anvisa, mas a empresa ainda poderia recorrer.
A startup acusou a Prati-Donaduzzi de “tentar monopolizar um mercado”, uma vez que produtos categorizados como fitofármacos não podem ter patentes.
Ainda não é o fim do Myalo
Mesmo com um produto nas farmácias, a empresa ainda pretende terminar o Myalo, para que ele vire um medicamento de fato.
Também em parceria com a USP de Ribeirão Preto, o produto está em estágio final dos testes clínicos e também será voltado para o tratamento da epilepsia refratária.
“Nossa expectativa é que o estudo seja finalizado ainda neste ano, possibilitando os trâmites regulamentares com a Anvisa para possibilitar a oferta do medicamento no mercado.” respondeu a área de comunicação da empresa por e-mail.