Um atraso nas demandas, um trânsito enorme, uma bronca do chefe, tudo isso pode ser estressante e levar alguém a algum tipo de relaxamento ao chegar em casa. A maconha é uma delas.
A maconha é a substância mais usada no mundo, e no Brasil, ela também aparece no topo. Segundo dados do 3º Levantamento do Uso Nacional de Drogas pela População Brasileira divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 7,7% da população de 12 a 65 anos, já consumiram a maconha alguma vez na vida.
Muitos deles decidem usar no intervalo de trabalho, que agora, não é mais contra lei. No mês de março (2020) a Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) decidiu que qualquer funcionário que for flagrado fumando maconha antes, no intervalo ou depois do trabalho, não pode ser demitido.
A decisão veio depois que a justiça reverteu uma demissão por justa causa, em brasília. O empregado foi pego com mais dois colegas com um pouco de maconha e foi mandado embora baseando-se no artigo 482 da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
O homem recorreu ao Ministério do Trabalho onde alegou que nunca sofreu advertências e nem penalidades, e a sua ação puramente privada, não prejudicou o empregador.
Diante disso, o desembargador Mário Macedo Fernandes Caron, agiu a favor do trabalhador e frisou que o artigo previsto nos contratos CLT que fala sobre drogas, não pode ser interpretado diante de um horário em que o funcionário não está à disposição do chefe.
Mas de que forma ela pode afetar o desempenho no trabalho? Ela atrapalha? Ajuda?
Dois professores da Fowler College of Business em San Diego e da Raymond J. Harbert College of Business em Alburn, ambas nos Estados Unidos, resolveram fazer um experimento com a cannabis antes, durante e depois do expediente.
O Dr. Jeremy Bernerth e o Dr. H. Jack Walker ,selecionaram 281 empregados e seus supervisores, que no estudo, fazia várias perguntas para os dois, com o objetivo de entender a influência da maconha nos diferentes períodos.
O papel dos superiores era avaliar o comportamento dos funcionários e também o desempenho das suas funções.
Ao avaliar as respostas, o grupo de pesquisa percebeu que o uso da cannabis antes e durante o expediente não era muito bom.
O questionário indicava uma baixa dos rendimentos dos funcionários. Os supervisores relataram um comportamento considerado menos agradável, se comparado ao não uso da planta.
Por outro lado, a maconha utilizada depois do trabalho não mostrou qualquer alteração no desempenho ou comportamento dos trabalhadores. As suas rotinas e seus comportamentos seguiram inalterados, segundo a ótica dos seus chefes.
“O abrandamento induzido pelo cannabis pode ajudar empregados a restaurar a energia gasta durante o dia e podem subsequentemente retornar com mais vigor para devotar a seu trabalho uma vez que estão para trás no pulso de disparo.” Disse um dos pesquisadores ao jornal acadêmico Group & Organization Management.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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