Serão mais de 60 pesquisadores de 8 países diferentes, que tem o objetivo de promover investigações científicas sobre a cannabis medicinal como tratamento para vários tipos de doenças.
A rede de pesquisas, chamada CannaLatan, vai promover pesquisas básicas e clínicas sobre os efeitos terapêuticos dos canabinóides.
Além do Brasil, que vai contribuir com 9 cientistas, terá também pesquisadores da Argentina, Bolívia, Costa Rica, Espanha, México, Portugal e Uruguai.
O foco do grupo são estudos sobre doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson, Huntington com investigações pré-clínicas, além de entender como a genética se comporta no sistema endocanabinóide em relação à doenças psíquicas.
A rede pretende também desenvolver novas moléculas de canabinóides, assim como padronizar extratos de fitocanabinóides.
Outras pesquisas neurobiológicas e farmacológicas estão sendo cogitadas, além da divulgação científica e formação de profissionais nesta área.
O grupo, que será coordenado pelo Instituto de Neuroquímica da Universidade Complutense de Madrid, terá o apoio de empresas do ramo farmacêutico e também do Programa Iberoamericano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted), criado justamente para a cooperação de pesquisas científicas entre países.
Participação brasileira
No Brasil, quem estará no projeto vai contar com a participação da Universidade Pública de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. Sob a liderança do Professor Francisco Silveira Guimarães, outros sete cientistas da universidade vão trabalhar na rede.
Os estudos sobre cannabis são novos. Desde a década de 1970 as universidades brasileiras pesquisam o uso do canabinóide e os seus efeitos. A USP de Ribeirão Preto, tem até um centro de pesquisas, que se dedica exclusivamente para estudos pré-clínicos e clínicos com a planta.
Em paralelo, em Santa Catarina, um estudo sobre o canabidiol para a saúde mental dos profissionais de saúde na linha de frente da COVID-19 também será realizado aqui no Brasil.
O país foi também o primeiro país a descobrir os efeitos calmantes do canabidiol e também antipsicóticos lá na década de 1970 e 1980. Até hoje, é o país que mais lança pesquisas sobre o uso CBD.