O comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos (CEPSH) da Universidade de Santa Catariana (UFSC) aprovou nesta segunda-feira (29/06/2020) um estudo que será realizado em profissionais da saúde para entender os efeitos da cannabis no tratamento dos transtornos de humor.
A pesquisa pode ser o maior estudo em pessoas com a planta feito no Brasil. Nesta primeira fase, que já começou junto a aprovação do comitê, serão selecionados profissionais da saúde através do link de cadastramento feito pela Associação Abrace, parceira na pesquisa. Ao todo, serão 300 profissionais à frente da Pandemia.
O relatório de progresso será feito mês a mês para, dependendo dos resultados, ajudar mais profissionais afetados pela pandemia. A pesquisa tem uma duração de 6 meses e o relatório final já sai no começo de 2021.
Conversamos com o Dr Erik Amazonas que está a frente do projeto, que espera ainda que o estudo possa contribuir para a regulamentação da cannabis medicinal.
“Essa pesquisa tem potencial de contribuição para a ajudar na discussão do PL 399/2015, pois vai trazer evidências científicas. Se tivermos um resultado favorável ao uso de canabinóides para esse tipo de condição será um estudo 100% nacional é muito positivo pois será uma universidade brasileira, pesquisadores brasileiros” complementa.
Mesmo antes da pandemia o Brasil já era o país mais ansioso do mundo e o mais depressivo da América Latina. Depois do coronavírus, os números deram um salto de forma significativa. E a situação se agravou no caso dos profissionais de saúde, principalmente por causa da sobrecarga e o risco da exposição.
Até o dia 16 de Junho, o Brasil já tinha mais de 80 mil profissionais da saúde contaminados e 169 mortos por conta da COVID19 .
“Assim que começou a epidemia na China pensei em como a Cannabis poderia atuar de forma a minimizar os efeitos danosos da pandemia no território brasileiro. Conversei com algumas pessoas para definir a linha da pesquisa e percebemos que o ponto crucial seria a manutenção da saúde mental dos profissionais da saúde na linha frente” complementou Erik.
Os estudos com o canabidiol não são novos. Desde a década de 1970 as universidades brasileiras pesquisam o uso do canabinóide e os seus efeitos. Na Universidade Pública de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, há ainda um Centro de canabinóides que se dedica exclusivamente para pesquisas pré-clínicas e clínicas com a cannabis.
O Brasil foi também o primeiro país a descobrir os efeitos calmantes do canabidiol e também antipsicóticos lá na década de 1970 e 1980. Até hoje, é o país que mais lança pesquisas sobre o uso CBD.
A matéria foi realizada em parceria com a Jornalista Cristina Segatto
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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