O documento foi divulgado no aniversário de 84 anos da proibição total da cannabis no Brasil
Nesta sexta-feira (25), a Abicann (Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis) emitiu uma carta aberta direcionada ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo a legalização e regulamentação do mercado de cannabis medicinal e cânhamo industrial no Brasil.
A carta pede a revisão da política de drogas, que, segundo a associação, leva ao preconceito, ao racismo e à violência.
Em 19 páginas, o presidente da Abicann, Thiago Ermano, explica por meio de dados e estimativas de que forma a cannabis e o cânhamo industrial podem melhorar a economia e o que Ermano definiu como “ampliar o apoio aos excluídos das pautas governamentais.”
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Além do mercado
Entre os argumentos, a carta ainda aponta benefícios para o meio ambiente, considerando a cannabis uma opção para cumprir as metas de redução de CO2 estabelecidas pela Conferência de Paris, além da recuperação de terras degradadas por atividades predatórias e o reflorestamento de áreas devastadas.
O documento ainda diz que a revisão da política de drogas pode reduzir a desigualdade racial no Brasil.
A carta afirma que, atualmente, um a cada três dos 910 mil presidiários estão encarcerados por porte de drogas. Destes, calcula-se que destes, até 65% dos casos tenha apenas os agentes de punição como testemunhas nas condenações.
84 anos de proibição
A carta não foi publicada em uma data qualquer. Neste 25 de novembro de 2002 faz exatamente 84 anos que a cannabis, seja para qualquer tipo de uso, foi proibida no Brasil.
“A data de hoje é muito simbólica, pois foi exatamente no dia 25 de novembro de 1938 que uma planta feriu a vaidade humana e foi proibida de ser cultivada em solo nacional. Hoje, completam-se 84 anos da proibição da Cannabis/Maconha/Cânhamo”, ressalta Ermano em uma nota divulgada no site da entidade.
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