Uma maconheira que não fuma maconha

Uma maconheira que não fuma maconha

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Esta coluna é um presente! Sou apaixonada por Cannabis, mas para a decepção de algumas pessoas, eu não fumo.

Fumei muito na minha adolescência, mas naquela época a gente não falava sobre seus potenciais terapêuticos.

Era uma ferramenta aparentemente de diversão, porém, com o tempo, aprendi que não existe uso recreativo da Cannabis, ela sempre está agindo de forma terapêutica de alguma maneira, mesmo que não tenhamos consciência disso. E isso é incrível.

Como jornalista, atuei em grandes veículos de comunicação: Folha de S.Paulo, R7, Agora SP, UOL e muitos outros. Em muitos momentos tive a oportunidade de fazer a cobertura da Marcha da Maconha em São Paulo.

Porém, teve um ano que a marcha estava diferente. Na ‘infantaria’, mulheres com crianças em cadeiras de rodas e com os mais variados tipos de deficiência, principalmente epilepsia refratária.

Se a marcha sempre teve um cunho político, naquele ano o evento ganhou outra proporção.

Não se falava mais do direito ao uso adulto apenas. Eram famílias querendo a liberação da Cannabis medicinal, eram manifestantes pedindo a legalização da maconha para dar um fim ao genocídio da população negra, era pessoas pedindo o direito de cultivar uma planta e usá-la da maneira que quisessem sem serem vistas como criminosas por isso.

Aquilo era minha cara. Todas as lutas que eu acreditava estavam ali, presentes, fortes. Aquele bando de maconheiro me representava e representa muito.

Anos se passaram até eu encontrar o meu papel ativo dentro dessa militância. Foi então que fui convidada para ser repórter do Sechat, um dos maiores sites de Cannabis medicinal e negócios do país.

E então esse universo se abriu. Me aproximei de associações, empresários e empresárias, advogados e advogadas, profissionais da saúde, ativistas e outros personagens desta tenra história no Brasil.

Entretanto, eu vou destacar meu role com os pacientes.

Contei histórias incríveis sobre os efeitos terapêuticos da cannabis em suas vidas. Me emocionei, chorei junto, colaborei com o processo de acesso de alguns. E sou só gratidão pela confiança.

Senti que meu ciclo havia terminado no Sechat. Sai com muito amorosidade e sempre que podem, a galera por lá prestigia meu trabalho. Sou muito grata por isso.

Seguimos nessa parceria. E se por um lado eu fechava uma história, era impossível ignorar o universo que havia se apresentado.

Lancei meu projeto Namastreta – Espiritualidade e Autoconhecimento na prática em março deste ano.

Nele eu trato de questões como ciência, direitos humanos, tecnologia, terapias alternativas e etc. E, claro, a cannabis não poderia estar de fora.

No programa Namastreta, no YouTube, já conversamos sobre o uso ritualístico da cannabis, trouxemos o padre Ticão para contar sobre sua militância e sigo fazendo o que eu posso nas redes sociais a fim de esclarecer as pessoas sobre o uso da planta.

Além do meu programa, como jornalista, sou ghost writer de textos sobre Cannabis medicinal e gerencio páginas no Instagram de clientes relacionados a este setor.

Me tornei uma espécie de consultora sobre o assunto para muitas pessoas que querem saber do uso terapêutico da planta e o caminho das pedras para ter acesso ao medicamento.

Agora, tenho a oportunidade de dividir minhas percepções sobre o assunto aqui na Cannalize-se. Espero poder colaborar cada dia mais pelo amplo direito de acesso a essa medicina que vem da natureza e como tal deve ser honrada e respeitada.

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