Existe possibilidade da cannabis se tornar o produto do futuro para as empresas de tabaco?

Existe possibilidade da cannabis se tornar o produto do futuro para as empresas de tabaco?

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Com o passar dos anos a cannabis vai ganhando o seu espaço. Para ter uma ideia do seu crescimento financeiro, quem investiu na indústria de cannabis legal entre 2013 e 2017 pode ver valorizações de até 161.900%.

No mês de março deste ano, uma das maiores empresas globais de tabaco, a British American Tobacco (BAT), anunciou que participou de um projeto com a fabricante canadense de cannabis medicinal, a Organigram.

Segundo a empresa, foi assinado um acordo para realizar pesquisas sobre uma nova gama de produtos de cannabis para adultos, inicialmente com foco no setor de canabidiol (CBD).

O diretor de marketing da BAT, Kingsley Wheaton, disse recentemente ao programa Today da BBC o seguinte:

“Quando paramos para pensar em nosso portfólio para o futuro, certamente, além da nicotina, percebemos que os produtos são interessantes para nós como outra onda de crescimento futuro.”

O diretor também revelou que está sendo testado um produto CBD vaporizador em Manchester, já que foi revelado que a empresa vê os produtos relacionados à cannabis como seu crescimento futuro.

“Eu acho que produtos de vaporização de CBD fazem parte do futuro, mas o desafio atual é reduzir os danos nas alternativas de tabaco e nicotina, encorajando as pessoas a mudar”. disse Wheaton.


Outras empresas investidoras

No ano de 2018, a Altria Group, que vende Marlboros nos Estados Unidos, anunciou um investimento na produtora canadense de cannabis Cronos Group.

Há cinco anos, a Philip Morris investiu em uma empresa israelense de cannabis medicinal, mas a aposta não estava diretamente relacionada a produtos da cannabis.

De acordo com Corey Henry, porta-voz da Philip Morris, o pequeno acordo tinha como objetivo garantir os direitos globais exclusivos de tecnologia para dosagem de alta precisão para produtos de tabaco sem fumaça e aplicações de nicotina.

Com o passar do tempo, surgem cada vez mais pedidos para que os legisladores garantam que a indústria da cannabis seja usada como uma oportunidade para fazer reparações para as comunidades mais afetadas pela famosa ‘Guerra às Drogas’.

Além disso, permitir que grandes empresas multinacionais, incluindo empresas de tabaco, entrem no mercado de cannabis, inevitavelmente excluirá as empresas menores que buscam se beneficiar com a nova indústria.

No entanto, é provável que continuemos a ver empresas de tabaco como a British American Tobacco e a Philip Morris fazendo movimentos no espaço da cannabis.

Referências

  • Canex

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