É hora de votar na cannabis!

É hora de votar na cannabis!

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Em ano de eleições, não há como fugir desse tema. Sobretudo em se tratando de eleições em que vamos escolher quem vai nos representar no âmbito federal. Você já decidiu em quem vai votar? 

Talvez para o cargo de Presidente da República, essa decisão seja mais rápida. Mas e “seu” deputado federal? E “seu” senador? Já parou para pensar que estará nas mãos desses representantes o destino da regulamentação da cannabis pelos próximos quatro anos no nosso país? 

Já procurou saber o que pensa o “seu” preferido sobre o futuro da cannabis no Brasil? Se você é paciente em uso terapêutico da cannabis, já pensou em quanto esta eleição pode impactar o seu acesso ao tratamento?

Não vote em branco

Corre novamente nas redes sociais um comercial (de 2018) de uma rede de lanchonetes sobre a importância da escolha que fazemos ao exercer o direito ao voto. 

No comercial, alguns eleitores afirmam que anularão seu voto ou votarão em branco. Em seguida recebem de brinde um sanduíche. Ao abrirem o lanche, verificam que não há nada além de pão, maionese e cebola. 

Só então atentam para a explicação escrita na embalagem: “este é um Whopper em branco, um sanduíche com ingredientes escolhidos por outra pessoa e, quando alguém escolhe no seu lugar, não dá para reclamar do resultado”. 

Precisamos de políticas de acesso à cannabis

  Embora seja surpreendente a postura da empresa (que não é comum), esta é uma reflexão que todos precisamos fazer. Quem estamos escolhendo para nos representar? Estamos realmente “escolhendo”? 

Estamos nos dando ao trabalho de analisar o posicionamento dos candidatos acerca de um tema que para nós é tão caro? Não podemos nos omitir ou alegar neutralidade. 

É urgente e necessário tomarmos posição e nos movermos na direção do que queremos e precisamos acerca da política de acesso à cannabis como ferramenta terapêutica, bem como acerca da política de drogas em nosso país. 

O nosso voto é importante

  O Estado de proibição, que criminaliza o direito à saúde e impede o acesso à terapêutica canábica para os que mais precisam, e a atual guerra às drogas, verdadeira máquina de produzir violência e morte, foram construídos politicamente sobre os alicerces do racismo, do interesse econômico e da disseminação de informações falsas e preconceituosas acerca da maconha e das pessoas que dela faziam uso. 

Assim, através da política chegamos a esse estado de coisas, é pela política que sairemos dele, mas para tanto nossa parte precisa ser feita e, nesse aspecto, nosso voto é muito importante.

Posicionamentos claros

  No atual cenário político brasileiro, há partidos e candidatos que deixam claro seu alinhamento com o proibicionismo e com o fortalecimento da atual política de drogas. 

Recentemente, o Governo Federal lançou uma cartilha propositalmente recheada de informações falsas sobre a cannabis, na qual chega a afirmar que não existe “maconha medicinal” (termo usado na cartilha). 

Tal cartilha é apenas mais uma das inúmeras investidas do atual governo contra o uso terapêutico da cannabis e a mudança da política de drogas em nosso país. 

Portanto, candidatos alinhados com essa postura não podem receber o apoio de quem precisa da cannabis para ter qualidade de vida ou mesmo de quem faz outros usos dessa planta.

Pense nisso!

  Estamos na iminência de uma regulamentação acerca da cannabis em nosso país e corremos o risco de perder a chance de promover as mudanças que são necessárias para o rompimento do muro de proibição e violência construído pela legislação atual. 

Das mãos dos deputados federais e senadores sairá esta regulamentação e ela pode se traduzir em liberdade, justiça, reparação, saúde, paz e acesso à planta, ou pode significar o aumento de mortes, violência, preconceito, falta de acesso e criminalização do direito à saúde. 

Voltando ao comercial citado, cabe a nós a decisão: vamos olhar bem o cardápio e escolher o melhor lanche ou deixaremos que outros escolham por nós o que vamos engolir nos próximos quatro anos? Pense nisso!

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