Segundo a OMS, o Brasil é o quarto país do mundo com maior prevalência de nascimentos de bebês com anencefalia. A incidência é de cerca de um caso para cada 700 nascimentos.
A anencefalia é uma condição na qual o bebê nasce com o cérebro subdesenvolvido e sem a calota craniana (superior e posterior do crânio que apoia as estruturas da face e protege o cérebro), que acontece entre o 16° e o 26° dia de gestação.
Basicamente, ocorre por conta de uma malformação do tubo neural, que acontece já na quarta semana de desenvolvimento embrionário.
Em 100% dos casos, o diagnóstico é dado por meio de ultrassonografia, não havendo margem de erro.
A expectativa de vida de bebês nascidos com anencefalia é muito curta e ela é sempre uma patologia letal a curtíssimo prazo.
Essa condição muitas vezes é decorrente a fatores genéticos e ambientais, durante o primeiro mês de embriogênese.
A incidência geralmente aumenta em mães muito jovens ou nas de idade avançada e que essa condição tem seis vezes mais probabilidade de ocorrer em mães diabéticas que nas não diabéticas.
A anomalia também tem sido associada a uma frequência na exposição a toxinas, tais como cromo, chumbo, mercúrio e níquel.
O embrião consiste em 3 camadas celulares que dão origem a diferentes órgãos.
A ectoderme, uma dessas camadas, é a responsável pela formação do sistema nervoso. Essa camada recebe sinais para a formação de uma área conhecida como “placa neural”.
Com o passar do tempo, essa placa vai criando rugas e começa a se dobrar, juntando os dois lados, formando um meio que um cilindro, conhecido como tubo neural e é a partir dele que se formam os hemisférios cerebrais que dão origem ao cérebro como conhecemos.
No caso da anencefalia, ocorre um probleminha nesse processo de “fechamento” do tubo neural.
Dessa forma, o tecido cerebral fica exposto ao líquido amniótico que, por sua vez, o degenera.
É muito comum que crianças com essa condição tenham também a chamada espinha bífida, onde algumas vértebras não se formam e a medula espinhal se projeta para fora dos ossos.
Infelizmente, a ciência ainda não consegue explicar por que essa má-formação acontece.
Diversos especialistas acreditam que se trata de uma condição multifatorial, na qual questões genéticas, ambientais, sazonais e até mesmo geográficas têm influência.
Algumas causas menos comuns da anencefalia são:
A gravidez de um bebê anencéfalo pode apresentar algumas complicações.
Pode haver um acúmulo de líquido amniótico no útero, devido a não deglutição do líquido da bolsa amniótica pelo feto anencéfalo, já que ele tem menos reflexos.
Caso o bebê com anencefalia chegue a nascer, ele geralmente é cego, surdo, inconsciente e incapaz de sentir dor.
Os fetos anencéfalos podem assumir posições que dificultam o parto, já que o fenômeno físico do parto precisa do crânio.
O ombro deles, não se sabe o porquê, é um pouco maior. E ainda existe o risco de não contração uterina após o parto levando a hemorragias no pós-parto, o que pode colocar a vida da mulher em risco.
Por não ser um doença, e sim uma condição, não existe cura ou tratamento para a anencefalia.
Na maioria é um diagnóstico delicado para os pais.
Nos fetos nascidos vivos pode ser dado um suporte ventilatório, o que tem efeito apenas paliativo.
A assistência médica e o apoio dos profissionais envolvidos são fundamentais para a gestante desde o dia do diagnóstico.
A prevenção mais indicada para a anencefalia é a ingestão de ácido fólico (uma vitamina do complexo B, solúvel em água e presente em diversos itens da dieta diária) durante a gestação, que previne más formações fetais de maneira geral.
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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