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Cannabis medicinal na política do exterior



27/07/2023



Cannalize - Notícias Sobre Cannabis Medicinal e Muito Mais

 

O uso medicinal da cannabis funciona de diferentes formas em diversas partes do mundo. No Brasil, produtos à base da planta são permitidos apenas para fins terapêuticos. Porém, outros países estão com a regulamentação acertada ou em andamento. Além do nosso país, mais 38 aprovaram a forma medicinal, segundo levantamento da Folha.

 

Conheça a situação de algum destes países atualmente:

 

Canadá

 

No Canadá, por exemplo, uma regulamentação aprovada em 2018 formulou regras para o uso da planta, incluindo por exemplo o autocultivo. A produção e venda de produtos sublinguais, tópicos e outros foi autorizada e destinada a direcionada para diversas condições de saúde, incluindo doenças neurodegenerativas e dores crônicas. 

 

O país é inclusive um dos principais exportadores de produtos à base de canabinoides para o Brasil.  

 

Estados Unidos
 

Diferentemente do vizinho norte-americano, os Estados Unidos deixaram a liberação da cannabis medicinal por conta de seus estados, ou seja, cada um tem autonomia para decidir sobre a regulamentação. A nível federal, o governo classificou o canabidiol (CBD) como substância de potencial terapêutico e, atualmente, 38 dos 50 estados já autorizaram o uso da planta para fins medicinais.
 

Embora no país exista a Controlled Substances Act, desde 1971, que proibiu qualquer tipo de uso, a Suprema Corte passou a considerar as leis estaduais. Portanto, a regularização se expande no país desde meados de 2012. Em algumas regiões, pacientes podem fazer o próprio cultivo, se tiverem licença para tal. Em outras, a concessão vale apenas para operadoras de saúde autorizadas pelo governo. 

 

Conforme levantamento da consultoria de cannabis “Business and Defense Services Advisory” (BDSA) deve crescer cerca de 12% até o final deste ano, em números isso equivale a U$29,6 bilhões. Até 2027, a expectativa é que atinja os U$45 bilhões. Mas cabe ressaltar que este total engloba as vendas do mercado medicinal e adulto (uso recreativo).

 

Alemanha
 

O país legalizou o uso medicinal da cannabis em 2017.  A compra destes produtos só pode ser feita mediante receita médica. No texto inicial, o governo priorizou pessoas que sofrem de doenças graves, como epilepsia e esclerose múltipla, e que já tenham testado outras terapêuticas sem sucesso.
 

A compra de produtos à base canabinoides costuma ser feita em farmácias de manipulação. De acordo com o Ministério da Saúde da Alemanha, quatro milhões de pessoas fizeram uso medicinal da planta em 2022.

 

Holanda (Países Baixos)

 

Na Holanda, o controle da cannabis medicinal é feito sob autorização do governo. Os produtores precisam vender os medicamentos, para que, com aval público, possam ser comercializados nas farmácias. 
 

Este controle é feito por uma divisão do Ministério da Saúde desde 2003, e segue minuciosamente às normas das Diretivas Europeias de Medicamentos à Base de Plantas. Seguindo a mesma lógica, apenas o governo tem o direito de importar ou exportar produtos à base de cannabis, e além de ser o fornecedor das farmácias, detém as pesquisas e desenvolvimento científico, em prol do tratamento correto dos pacientes.
 

Colômbia

 

Embora o mercado enfrenta atualmente uma situação conturbada, a Colômbia entra nesta lista por ter sido o quinto país do mundo a legalizar a cannabis medicinal. Em 2016, a legislação nº 1.787 autorizou o cultivo, fabricação e exportação dos produtos medicinais à base da planta. Para tal, é necessário que empresas sejam registradas pelo governo. 

 

A lei só permite o cultivo do cânhamo, “versão” da cannabis que possui altos níveis de CBD e baixos de tetrahidrocanabinol (THC), responsável pelos efeitos psicoativos da planta.

 

Em 2022, Colômbia assinou um completo da lei, que permitiu a fabricação de têxteis, alimentos e bebidas à base de cannabis, mas a medida não contemplou o uso adulto. Segundo estimativas da empresa de dados New Frontier Data, entre 2016 e 2019, a indústria de cannabis atraiu mais de US $500 milhões, se colocando como uma das mais lucrativas do mundo.
 

Mas o país ainda enfrenta problemas para que o mercado seja mais bem distribuído. Dos 57 mil hectares autorizados, 520 estão realmente sendo usados para cultivo. Além disso, uma a cada três empresas se retiraram deste mercado por falta de compradores. 
 

E o Brasil?

 

A regulamentação da cannabis medicinal ainda é um assunto em debate no Brasil. Em 2015, o uso passou a ser permitido para casos excepcionais e com exigência da prescrição de um médico. Além disso, a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sempre foi necessária para o processo de importação. 
 

Não é permitido plantar cannabis no Brasil, portanto os produtos à base de canabinoides que circulam aqui são produzidos em outros países, com exceção de algumas empresas que conseguiram autorização judicial para cultivar a planta.
 

Da parte formal, duas Resoluções da Anvisa cumprem o papel de legislação: 327/2019, que permite a comercialização de medicamentos à base de cannabis em farmácias (com receita); e a RDC 660/2022, a qual permite a importação por qualquer pessoa mediante autorização. Esta última incluiu dentistas no grupo de profissionais que podem prescrever a medicação, portanto, são considerados prescritos médicos e dentistas habilitados e ativos em seus conselhos federais (e regionais). 
 

Cannabis medicinal no SUS
 

O governo do Estado de São Paulo sancionou, em janeiro, a lei que permite a distribuição gratuita de medicamentos à base de cannabis no SUS. Até o momento três patologias estão contempladas: Síndrome de DravetSíndrome de Lennox-Gastautesclerose tuberosa. Pacientes devem apresentar prescrição que justifique o uso.
 

Além dessa lei, mais oito estados brasileiros já contam com políticas de distribuição ou realização de pesquisas sobre terapia canabinoide. Recentemente, AcrePiauí entraram para a lista de estados que permitiram esses medicamentos no SUS.

Já para todo o país, há uma expectativa de vários setores da sociedade para aprovação do Projeto de Lei 399/2015, que propõe a regulamentação da cannabis a nível federal, assim como uma política para seu autocultivo, baseado em evidências científicas, controle industrial e segurança. 

 

Referências externas:

 

https://www.bbc.com/portuguese/articles/cp096qmyvngo

 

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2019/12/com-diferentes-legislacoes-cerca-de-40-paises-autorizam-maconha-medicinal.shtml

 

https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2021/11/24/interna_internacional,1325634/amp.html

 

https://thegreenhub.com.br/cannabis-medicinal-no-mundo-quatro-paises-promissores/

 

https://www.poder360.com.br/internacional/38-estados-dos-eua-autorizam-algum-tipo-de-uso-da-maconha/

 

https://forbes.com.br/forbes-money/2023/06/mercado-de-cannabis-nos-eua-deve-atingir-us-45-bilhoes-em-vendas-ate-2027/
 

https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2023/06/06/cannabis-medicinal-canabidiol-sao-paulo-sus-doencas.htm

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