5 remédios que podem ser substituídos pela cannabis 

5 remédios que podem ser substituídos pela cannabis 

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

O uso medicinal da planta tem substituído uma série de remédios no mercado. Contudo, o acompanhamento médico é necessário

5 remédios que podem ser substituídos pela cannabis 
Foto: Freepik

O uso da cannabis tem crescido no país, principalmente por ser uma opção terapêutica com menos efeitos colaterais e por muitas vezes, mais efetiva também. Há várias histórias reais de pessoas que deixaram de usar medicações convencionais para ficar só com a cannabis.

A substituição de remédios por produtos feitos com a planta é feita principalmente na troca de anticonvulsivantes e antidepressivos, pois pode influenciar os mesmos mecanismos dos remédios.

Como a cannabis funciona?

A cannabis atua no  SEC (Sistema Endocanabinoide), um sistema que funciona à nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o controle de várias funções do organismo.

Se uma pessoa está com dor, por exemplo, este sistema envia os chamados canabinoides, substâncias produzidas pelo próprio corpo para regular o que estiver errado.

A parte boa é que a cannabis também possui canabinoides, como o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol), que podem trabalhar de forma parecida com os nossos.

Por isso, separamos cinco remédios que podem ser substituídos pela cannabis. Mas antes de tudo, é necessário ressaltar que essa troca é gradual e precisa ser acompanhada por um médico. 

1. Sertralina

A sertralina é um dos antidepressivos mais usados no país, principalmente para tratar ansiedade. Atualmente, mais de 2 milhões de pessoas utilizam o remédio, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

 Trata-se de uma forma mais “evoluída” de antidepressivos, pois os efeitos colaterais são bem menores que outros medicamentos para a condição. Contudo, ainda possui efeitos adversos, como sonolência ou insônia, falta de memória, tontura e dores de cabeça.

A cannabis pode ser uma opção porque o SEC pode trabalhar como um neuromodulador para o Sistema Nervoso Central, capaz de regular aspectos emocionais, cognitivos, nervosos e processos motivacionais das pessoas.

Na depressão há uma baixa de canabinoides no cérebro,  e o Sistema Endocanabinoide pode  reequilibrar outros neurotransmissores, inclusive a serotonina, explica a neurologista Denise Lutfi Pedra, membro da Sbec (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis).

Por isso, remédios que fazem a reposição de canabinoides podem elevar os níveis das substâncias químicas.

2. Fluoxetina

A fluoxetina nada mais é que um antidepressivo de segunda geração e que pertence a classe dos ISRS (Inibidores seletivos da recaptação de serotonina). Indicado para tratar depressão e ansiedade, ele pode aumentar a sensação de bem-estar.

Isso porque ele funciona elevando os níveis da serotonina, um neurotransmissor do cérebro relacionado aos sentimentos de satisfação e felicidade. 

Aqui, a lista de efeitos colaterais da fluoxetina não é pequena. Para se ter uma ideia, mais de 10% dos pacientes sentem diarreia, náusea, fadiga, dor de cabeça, insônia, síndrome gripal,  faringite e sinusite.

De acordo com o psiquiatra João Victor Lorenzetti, a cannabis pode gerar efeitos de tratamento similares à fluoxetina, por atuar na neurotransmissão e no SEC.

5 remédios que podem ser substituídos pela cannabis 
Foto: Freepik

3. Dramin

Embora o Dramin seja famoso por causar sonolência, ele foi feito para evitar enjoos, náuseas e vômitos. Mas muita gente tem usado o remédio para dormir.

A sonolência é um dos muitos efeitos colaterais do medicamento, que é usado em enjoos no começo da gravidez, em crises de labirintite, tratamento de radioterapia ou tonturas.

Ainda de acordo com a neurologista Denise Luft Pedra, Assim como o Dramin, a cannabis também possui uma ação antiemética, ou seja, também ajuda a aliviar sintomas de náuseas e vômitos.

Além do mais, a cannabis produz efeitos colaterais bem menores que o medicamento. Há até quem não sinta nenhuma mudança.

A doutora acrescenta que apesar de aliviar os sintomas, a cannabis não é um tratamento sintomático como o Dramin, mas ajuda a reequilibrar a homeostase, ou seja, o regular de várias funções do corpo.

Se você usa o Dramin para tratar a insônia, por exemplo, a cannabis pode ser usada com esta função também. Os canabinoides influenciam também em vários outros neurotransmissores, como a anandamida, dopamina, endorfina entre muitos mais que controlam a fome, o sono, humor, memória e por aí vai.

4. Mirtazapina

Talvez você não conheça este nome, mas a Mirtazapina é a principal composição presente no Remeron, Zispin, Avanza, Remergil, Menelat, Razapina e outros, usados para tratar depressão e ansiedade.

Trata-se de um antidepressivo que age diretamente na serotonina. Além da substância, a Mirtazapina também atua nos receptores de noradrenalina, outro neurotransmissor importante para o sistema nervoso central.

Por outro lado, o médico precisa pensar duas vezes antes de indicar a Mirtazapina aos pacientes, pois a medicação apresenta uma série de contra indicações e efeitos colaterais.A medicação em pacientes com esquizofrenia ou outros distúrbios psicóticos pode intensificar os sintomas, por exemplo.

Mas, para substituir esse medicamento pela cannabis, é importante ficar atento com algumas questões, como a noradrenalina. O neurotransmissor é o hormônio que mais influencia o humor, por isso é preciso ter cuidado, principalmente em relação à pressão arterial. 

5. Rivotril

O clonazepam, mais conhecido como Rivotril, é um remédio utilizado para tratar várias condições, como transtornos psicológicos, espasmos e até crises epilépticas.Isso porque ele tem uma ação de anticonvulsivante e relaxante muscular.

Por outro lado, o Rivotril carrega uma série de efeitos colaterais, que podem ser até perigosos, como cansaço, distúrbios do sono e até diminuição da capacidade motora.

Por outro lado, a cannabis também pode substituir o clonazepam, pois além de atuar em problemas da mente, também ajuda a conter crises epilépticas, mesmo que refratárias, ou seja, de difícil controle. 

O CBD, por exemplo, é capaz de controlar as descargas dos neurotransmissores, o que consequentemente pode reduzir tanto a intensidade das crises como a frequência das convulsões, segundo a neurologista.

Consulte um profissional

Como dito antes, para substituir qualquer medicamento citado acima, é extremamente necessário o acompanhamento médico.

Também é importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

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