Cientistas irão analisar o comportamento da cannabis nas células nervosas do cérebro

Cientistas irão analisar o comportamento da cannabis nas células nervosas do cérebro

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

O objetivo do estudo brasileiro, que começa ainda este ano, é fazer remédios específicos para cada condição.

Remédios à base de cannabis são bem caros e muitas vezes, as concentrações de canabinóides ou a potência podem variar de acordo com cada pessoa.

Nossa genética é única, e o estágio da nossa condição também. Por isso, achar um óleo que funcione de forma eficaz gera tempo e dinheiro.

Há relatos de pacientes que levaram de 6 meses a um ano para encontrar a dosagem correta para o seu tratamento.

Foi pensando nisso, que cientistas brasileiros resolveram estudar a reação dos canabinóides nas células nervosas do cérebro.

Novo estudo

A intenção é desenvolver remédios específicos para condições como Epilepsia Refratária, AlzheimerParkinson, dores crônicas e depressão.

As comprovações científicas da cannabis no tratamento destas e outros tipos de doenças tem se multiplicado.

No entanto, ainda não se sabe exatamente como a cannabis produz os efeitos terapêuticos. Ou então, qual as combinações de canabinóides são mais eficazes para cada condição.

A cannabis possui mais de 100 tipos, que podem se conectar a uma variedade de receptores. Por isso, ainda há muito o que explorar.

A ideia do estudo foi do Instituto D’Or de Pesquisa (IDOR) em Parceria com a startup Entourage Phytolab, a primeira empresa autorizada a importar a cannabis in natura.

Segundo o neurocientista do IDOR e professor da UFRJ, Stevens Rehen, a parceria aconteceu porque o maior desafio dos estudos.

Querer estudar cannabis no país é seguir um percurso burocrático que requer autorizações especiais dos órgãos sanitários e federais, além da necessidade de importar as substâncias de outros países.

Esses fatores aumentam os custos e causam interrupções no fluxo da pesquisa, fazendo com que muitos cientistas desistam da jornada.

Nova etapa para os fitofármacos à base de cannabis

Os cientistas vão pesquisar a ação dos diferentes canabinóides nas células nervosas humanas do cérebro.

Para fazer isso, eles vão testar os compostos em pequenas estruturas análogas ao cérebro humano.

O projeto será desenvolvido a partir das células epiteliais, que serão recolhidas da urina dos pacientes voluntários.

Elas serão posteriormente induzidas a se tornar células-tronco pluripotentes. A partir deste ponto, elas podem ser transformadas em células de qualquer tecido humano.

Com estas substâncias transformadas em “mini cérebros”, será mais fácil de analisar o comportamento das células nervosas com o uso da cannabis.

Segundo a Entourage Phytolab os estudos vão começar ainda este ano.

O neurocientista da UFRJ ainda complementa que a expectativa é conseguir analisar a combinação de 20 diferentes tipos de canabinóides no futuro.

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