Além de mais transmissível, parece que a nova variante Delta de COVID-19 também é mais resistente, segundo um estudo. Em uma pesquisa publicada na Revista Nature, a variante consegue escapar da ação de anticorpos naturais do corpo e até de vacinas.
Estudos anteriores já indicavam que ela era mais contagiosa e mais agravante, mas agora a preocupação das autoridades aumentou.
A variante foi detectada pela primeira vez na Índia, e foi a que mais contagiou os cidadãos. Ela também se espalhou pelo mundo e matou pessoas no Reino Unido e nos Estados Unidos. Recentemente foi identificada em São Paulo.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas pegaram uma amostra da secreção nasal de um infectado e replicaram o vírus em laboratório. Depois disso, eles começaram a tentar neutralizá-la a partir de anticorpos de mais de cem pessoas que tiveram COVID-19.
A cepa Delta também foi testada por soros de 59 pessoas que receberam vacinas da Pfizer/BioNTech ou da AstraZeneca/Oxford.
O resultado foi que os anticorpos das amostras de infectados não vacinados foram quatro vezes menos eficazes, comparado a defesa contra a cepa Alfa, outra variante originada do Reino Unido.
A resistência da variante, embora menor, foi percebida também nos vacinados com a primeira e segunda dose.
O experimento reforça o que já havia sido explorado em um um outro estudo publicado no mês passado, pelo periódico científico Cell. Em suas descobertas, eles notaram que a variante Delta aumenta as chances de uma segunda infecção.
Embora a eficácia das vacinas contra a cepa Delta seja menor que as demais variantes, é importante ressaltar que este ainda é o melhor caminho. Até agora, os estudos mostram uma eficiência dos imunizantes em 60% na cepa.
Segundo o Instituto Butantan, a Coronavac pode ter uma eficácia maior contra a variante. Dados parecidos foram publicados sobre a vacina Jansen também, com o mesmo resultado.
Contudo, ambos os estudos não são conclusivos, ainda precisam passar por revisões para a comprovação.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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