Mesmo sem prescrever, muitos profissionais já entraram no mundo canábico e podem influenciar no tratamento do paciente, como o farmacêutico. Entenda
Se você pensa que um farmacêutico está limitado a carregar o seu bilhete de transporte ou pegar o produto na prateleira da drogaria que o médico receitou, está completamente enganado. O farmacêutico vai além disso.
Eles desenvolvem pesquisas, orientam as pessoas, fabricam remédios e cosméticos, fazem controle de qualidade, trabalham em clínicas de toxicologia e parece que podem até acompanhar pacientes canábicos.
Pelo menos é isso que uma clínica no Paraná começou a fazer. Após as consultas médicas, os pacientes são acompanhados por farmacêuticos que ajudam a encontrar a dose ideal de cannabis, além de entender quais são as interações entre remédios e se um produto está realmente fazendo efeito.
Diferente de outros tratamentos, o uso da cannabis não é igual para todas as pessoas. Muitas vezes, dois pacientes utilizam doses e concentrações do óleo de maneiras diferentes, mesmo tratando a mesma condição médica.
E isso requer um acompanhamento de perto de cada pessoa para encontrar a dose e o remédio ideal, além de entender como o tratamento está reagindo ao corpo e se há melhoras.
Por isso, a clínica do Paraná chamada 3F funciona assim: Antes do paciente passar em uma consulta com o médico, ele responde uma ficha com uma série de perguntas. Em seguida, o farmacêutico faz uma análise das possíveis interações medicamentosas e faz um relatório.
O profissional vai ter informações que vão ajudar na prescrição da cannabis medicinal. A pessoa ainda tem alguns encontros com o farmacêutico para ajustar a dose, avaliar os efeitos adversos e analisar a possibilidade de uma nova consulta.
De acordo com a médica generalista que trabalha na clínica 3F, Beatriz Larentis, isso amplia a capacidade de atuação do médico, que consegue fazer uma consulta mais completa e menos cansativa.
Segundo a médica, o acompanhamento farmacêutico não substitui uma consulta, mas agiliza o seu trabalho. Em pacientes de baixo risco, por exemplo, os médicos estipulam uma dose pequena com a possibilidade de progressão com o acompanhamento farmacêutico.
“O farmacêutico tem uma formação muito mais voltada para a parte de fármacos, e a gente atende pacientes muito polimedicados, que vem a calhar. (…) A dose individualizada também complexifica o tratamento e os retornos com os profissionais nos ajudam a manter o vínculo (com o paciente), pois requer muita paciência para achar a dose certa”, acrescenta.
De acordo com o professor de Farmacologia Clínica e de Canabinologia Médica nos cursos de Medicina e Mestrado em Biociências na UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), Francisney Nascimento, o farmacêutico é perfeitamente capaz de auxiliar no ajuste da dose.
“O médico receita duas gotas, por exemplo, com a possibilidade de aumentar até 10. De acordo com essa prescrição aberta, o farmacêutico pode ajustar a dose dentro dos limites permitidos”, diz.
O professor universitário ainda acrescenta que outra função realizada pelo farmacêutico pode é a aplicação de escalas para saber se a pessoa está se sentindo melhor e quais os efeitos colaterais. Ou então uma avaliação para entender se o tratamento está sendo eficaz ou não.
A médica generalista ainda complementa que algumas informações práticas a respeito dos produtos são mais conhecidas pelos farmacêuticos. “Nunca me liguei para o armazenamento da medicação, por exemplo, e isso é superimportante para pacientes que usam baixas doses e o frasco dura muito”, diz.
O acompanhamento dos pacientes não é feito apenas por farmacêuticos. Empresas como a Cannect, por exemplo, monitoram os pacientes através de enfermeiros, que também escrevem relatórios sobre a progressão do tratamento canábico para os médicos.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde achar um médico prescritor até o processo de importação do produto. Clique aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Cannabis não altera processos cognitivos, segundo estudo
CBD pode tratar tremor essencial?
Estudo investiga se a maconha interfere na percepção musical
CBD é um inseticida eficaz contra Aedes Aegypti, segundo estudo
Cannabis está associada a qualidade de vida, segundo estudo
Quando a ansiedade vira depressão?
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso