Cannabis para o tratamento da enxaqueca: Primeiro estudo clínico

Cannabis para o tratamento da enxaqueca: Primeiro estudo clínico

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A princípio serão 20 voluntários, que irão utilizar a cannabis de forma inalada. Caso dê certo, o tratamento pode ser uma esperança para pacientes que não respondem a remédios convencionais.

A enxaqueca pode ser bastante incômoda. Além das dores em uma parte da cabeça, ela ainda pode causar náuseas e até a sensibilidade à luz ou ao som. 

Sem contar que crises de enxaqueca podem durar horas ou dias, impossibilitando o paciente de exercer uma série de atividades, que incluem até se alimentar. 

Mas aos poucos as pessoas estão percebendo que a cannabis pode ser uma alternativa. Uma pesquisa realizada na Universidade do Novo México, por exemplo, mostrou que cerca de nove em cada dez pacientes com enxaqueca disseram que a cannabis inalada proporcionou alívio para os seus sintomas.

 Hoje no Brasil, o habeas corpus para o plantio da cannabis em casa para o tratamento da enxaqueca já é uma realidade. 

Em julho do ano passado, o  Juiz Francisco Eduardo Guimarães Farias da 14ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, concedeu uma liminar para o plantio para uma paciente de Natal que sofre com a doença. 

Sobre o estudo

Mas apesar dos relatos, não há nenhum estudo clínico que comprove a efetividade do tratamento. 

Por isso, cerca de 20 pessoas com dores fortes de cabeça serão testadas tanto com o Canabidiol (CBD) quanto o tetraidrocanabinol (THC), componente da planta que gera os efeitos alucinógenos. 

Os testes em pessoas estão sendo realizados por pesquisadores  do hospital da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), nos Estados Unidos. 

Os voluntários, com idades entre 21 e 65 anos, sofrem de dores fortes de cabeça todos os meses. Eles serão divididos e passarão por quatro tipos de tratamentos diferentes:  

  • Um grupo com extrato de THC;
  • Um grupo com extrato de CBD;
  • Um grupo com a mistura das duas substâncias;
  • Um grupo que será utilizado como placebo.

Os testes serão feitos com vaporizadores, que absorvem os elementos da planta de forma mais rápida e sem prejudicar os pulmões. 

Em um comunicado divulgado pela universidade, o professor assistente do Departamento de anestesiologia da  UCSD Nathanael Shuster, ainda complementa que o método de administração pode ser mais eficaz para pacientes que têm náuseas ou problemas gastrointestinais. 

Os cientistas ainda esperam incluir outros 70 voluntários. 

Novo Tratamento

Assim como na epilepsia refratária, que é resistente a medicamentos convencionais, a cannabis pode ser de grande ajuda para pacientes que não encontram um tratamento efetivo. 

Como no caso de Allison Knigge, uma das voluntárias que afirma ter tentado vários medicamentos ao longo dos anos. “Quando a dor atinge níveis máximos, fico na cama o dia todo com as luzes apagadas” relatou.

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