Com o objetivo de aumentar a produção de mudas e atender mais pacientes, a Associação Abrace Esperança divulgou que estará fazendo clonagem das plantas em laboratório, o que garantirá mais plantas mais rápido.
O processo chamado “cultivo in vitro”, permite fazer clones da cannabis com pequenos fragmentos da planta, como flores, caules ou até mesmo a raíz.
A façanha será desenvolvida pela bioquímica, mestre em Ciências Farmacêuticas e doutora em Biotecnologia, Alessandra Moraes Pedrosa, que garante que a técnica é mais rápida e ocupa bem menos espaço que o plantio convencional.
Segundo ela, o método tem a capacidade de quadruplicar o número de plantas já existentes. O processo também é um meio de garantir a quantidade exata de canabinoides, já que o clone é a cópia idêntica da mãe.
“Se acontecer qualquer coisa, como por exemplo uma praga no campo, nós teremos a genética dessa planta in vitro, possibilitando a recuperação da variedade, o que traz uma maior segurança para a associação e seus associados”, completou Alessandra.
A bioquímica diz que a fórmula é bem simples. Primeiro, é produzido um meio nutritivo que contém todas as substâncias essenciais para que o clone cresça e se desenvolva de forma saudável, como vitaminas e nutrientes.
Junto com a fórmula, é adicionado também um solidificante, que deixa o meio nutritivo mais consistente para sustentar o clone. Além de luzes ideais para que a muda clonada se desenvolva.
“ Esse meio nutritivo é como se fosse o substrato ou o solo, que sustenta e nutre a muda. Ele fica dentro de potes ou tubos de vidro fechados. Sendo assim, todos os procedimentos de preparo do meio nutritivo e a adição do clone a ele são realizados em ambiente asséptico, completamente livre de bactérias e de fungos, o que traz uma maior qualidade ao clone.” ressalta.
Mas o processo é delicado. É preciso evitar todo e qualquer desenvolvimento de microrganismos que possam se alimentar das vitaminas destinadas à planta. Alessandra Moraes ainda acrescenta que quando há alguma contaminação, é necessário descartar o clone.
A bioquímica também pretende desenvolver a chamada embiogênese, uma técnica nova que através de uma única célula, pode dar origem a uma planta inteira e pode produzir até 10 mil mudas.
Nenhum pesquisador realizou a embriogênese na cannabis ainda. Por isso, caso a bioquímica obtenha êxito, o processo pode se tornar uma inovação no setor.
“No mundo da Cannabis, a embriogênese somática é algo inusitado, demanda muita pesquisa, mas nós vamos conseguir. Vamos trabalhar muito para isso. Precedentes nós temos, pois foi realizado com o café. Já com a Cannabis não foi feito em nenhum lugar do mundo. É algo completamente inovador”, afirmou.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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