ABRACE desenvolverá clonagem de plantas: conheça o processo

ABRACE desenvolverá clonagem de plantas: conheça o processo

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A bioquímica que está à frente do trabalho, garante um número até quatro vezes maior de plantas. Além disso, ela também irá testar um processo inédito que pode render até 10 mil plantas de uma única célula. 

Com o objetivo de aumentar a produção de mudas e atender mais pacientes, a Associação Abrace Esperança divulgou que estará fazendo clonagem das plantas em laboratório, o que garantirá mais plantas mais rápido. 

O processo chamado “cultivo in vitro”, permite fazer clones da cannabis com pequenos fragmentos da planta, como flores, caules ou até mesmo a raíz. 

A façanha será desenvolvida pela  bioquímica, mestre em Ciências Farmacêuticas e doutora em Biotecnologia, Alessandra Moraes Pedrosa, que garante que a técnica é mais rápida e ocupa bem menos espaço que o plantio convencional.

Foto: AdobeStock

Segundo ela, o método tem a capacidade de quadruplicar o número de plantas já existentes. O processo também é um meio de garantir a quantidade exata de canabinoides, já que o clone é a cópia idêntica da mãe. 

 “Se acontecer qualquer coisa, como por exemplo uma praga no campo, nós teremos a genética dessa planta in vitro, possibilitando a recuperação da variedade, o que traz uma maior segurança para a associação e seus associados”, completou Alessandra.

Como funciona

A bioquímica diz que a fórmula é bem simples. Primeiro, é produzido um meio nutritivo que contém todas as substâncias essenciais para que o clone cresça e se desenvolva de forma saudável, como vitaminas e nutrientes. 

Junto com a fórmula, é adicionado também um solidificante, que deixa o meio nutritivo mais consistente para sustentar o clone. Além de luzes ideais para que a muda clonada se desenvolva.

“ Esse meio nutritivo é como se fosse o substrato ou o solo, que sustenta e nutre a muda. Ele fica dentro de potes ou tubos de vidro fechados. Sendo assim, todos os procedimentos de preparo do meio nutritivo e a adição do clone a ele são realizados em ambiente asséptico, completamente livre de bactérias e de fungos, o que traz uma maior qualidade ao clone.” ressalta.

Mas o processo é delicado. É preciso evitar todo e qualquer desenvolvimento de microrganismos que possam se alimentar das vitaminas destinadas à planta. Alessandra Moraes ainda acrescenta que quando há alguma contaminação, é necessário descartar o clone.

 Embriogênese

A bioquímica também pretende desenvolver a chamada embiogênese, uma técnica nova que através de uma única célula, pode dar origem a uma planta inteira e pode produzir até 10 mil mudas. 

Nenhum pesquisador realizou a embriogênese na cannabis ainda. Por isso, caso a bioquímica obtenha êxito, o processo pode se tornar uma inovação no setor. 

 “No mundo da Cannabis, a embriogênese somática é algo inusitado, demanda muita pesquisa, mas nós vamos conseguir. Vamos trabalhar muito para isso. Precedentes nós temos, pois foi realizado com o café. Já com a Cannabis não foi feito em nenhum lugar do mundo. É algo completamente inovador”, afirmou.

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