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Entenda quando a cannabis pode passar no exame toxicológico e quanto tempo a substância pode fica na urina e no sangue
Em 2021 o até então vestibulando Eduardo Zidani, de 20 anos, estava concorrendo a uma das 150 vagas de Engenharia Aeroespacial no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), mas não passou na terceira fase porque um exame toxicológico apontou 0,39mg de CBD (canabidiol).
Mesmo sem ser detectado nenhum resquício de THC (tetrahidrocanabinol), substância da cannabis que gera os efeitos da maconha, o estudante foi desclassificado. Ele e outros estudantes considerados “inaptos” passaram por uma nova avaliação médica em São Paulo.
No Hospital das Forças Aéreas, Zidani explicou ao psiquiatra sobre o motivo de utilizar o canabidiol e ainda acrescentou que a substância não é considerada ilícita nem pela Agência Mundial Antidoping (WADA, sigla em inglês).
Três dias depois, o ITA manteve a sua posição e desligou o candidato do processo seletivo e ele precisou entrar com uma ação contra o instituto.
Então, quem usa canabidiol não passa no exame toxicológico?
Na verdade, tanto o CBD quanto o THC, podem ser sim detectados no exame toxicológico. Eles podem ser identificados na urina, no sangue e até no cabelo. Mas o uso medicinal não pode ser um problema.
A terapia canabinoide é aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2015, quando a agência aprovou a importação de produtos para tratamento. Com isso, a cannabis passou da lista de substâncias proibidas para a lista de substâncias controladas.
Além da decisão do órgão público, o CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou uma resolução detalhada sobre os usos e o benefício da cannabis como tratamento para epilepsia resistente a medicamentos.
Dessa forma, quem utiliza o uso do CBD e até mesmo do THC e precisa fazer um exame toxicológico, pode ficar tranquilo. Basta comprovar que o uso é para fins medicinais.
Mas é importante lembrar que o THC pode ser um problema. Sobretudo quando falamos em atletas de alto rendimento. A agência mundial antidoping, por exemplo, só liberou o CBD puro e nada mais.
Quanto tempo o CBD fica no organismo?
De acordo com o médico-cirurgião Rafael Pessoa, a duração da cannabis no organismo pode variar de acordo com as substâncias, conhecidas como canabinoides.
O Tetrahidrocanabinol, por exemplo, tem uma duração diferente do CBD. O médico também ressalta que não é porque a cannabis pode ser detectada no organismo que ela ainda continua tendo efeito.
As substâncias da planta podem continuar no corpo horas e até dias depois. A chamada meia-vida do canabidiol, o tempo em que ele pode ser eficaz, é de até cinco dias, dependendo da forma de administração. Mas após esse período, ele ainda pode ser detectado.
De acordo com os estudos disponíveis até agora, o CBD pode ser encontrado na urina até 24 horas depois da administração e até sete dias depois no sangue.
Já o THC pode ser detectado no sangue até 25 dias depois de usado e até 30 dias após na urina. Alguns estudos também já mostraram que é possível perceber a presença de THC na saliva 30 dias depois e até 90 dias no cabelo.
Consulte um médico
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto através da nossa parceira Cannect. Clique aqui.
https://cannalize.com.br/cbd-nao-passa-no-exame-toxicologico/ Califórnia aprova ‘proibição de emergência’ do THCAgora, o demais produto só poderão ser vendidos em dispensários licenciados e apenas para maiores de 21 anos
A regra de emergência proposta pelo governador Gavin Newsom, que proíbe a presença de qualquer THC (tetrahidrocanabinol) “detectável” em produtos de cannabis, foi aprovada pelo Escritório de Direito Administrativo do estado na segunda-feira (23).
Com as restrições em vigor, os varejistas agora estão proibidos de vender produtos feitos com THC, composto psicoativo da cannabis. Além de vários tipos de produtos de CBD (canabidiol) que tenham “vestígios” de THC.
A nova regra agora exige que os consumidores tenham 21 anos ou mais para comprar produtos e ainda limitaram a quantidade para cinco.
“Proteção contra crianças”
Newsom propôs as restrições no início deste mês, citando uma necessidade urgente de proteger as crianças.
“Não ficaremos de braços cruzados enquanto traficantes de drogas atacam nossas crianças com produtos de perigosos e não regulamentados contendo THC em nossas lojas de varejo. Estamos tomando medidas para fechar brechas e aumentar a fiscalização para impedir que crianças acessem esses produtos perigosos de cannabis”, disse Newsom em uma declaração.
O governador ainda disse que as “regras frouxas” tornaram mais fácil para as crianças acessarem produtos psicoativos à base de cannabis, que normalmente são vendidos em lojas de bebidas, postos de gasolina e tabacarias, de acordo com o Los Angeles Times.
A nova regulamentação irá ficar em vigor até 25 de março de 2025.
Um projeto de lei que tentava regulamentar ainda mais a indústria da cannabis fracassou na Assembleia Legislativa estadual, de acordo com o Los Angeles Times.
Texto traduzido do portal KTLA 5
Legislação brasileira
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Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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https://cannalize.com.br/california-aprova-proibicao-de-thc/ THC manteve o cérebro de ratos mais “jovens”, segundo estudoA pesquisa mostrou que a substância da cannabis pode promover um conjunto de reações que combate a deterioração das capacidades cerebrais
De acordo com um novo estudo publicado na revista ACS Pharmacology & Translational Science, o THC (tetrahidrocanabinol) é capaz de retardar os sinais convencionais do envelhecimento cerebral em ratos.
O THC nada mais é do que o componente que gera a famosa “alta” da maconha.
A pesquisa pode ser promissora, pois a cannabis pode combater a deterioração das capacidades cerebrais. Com o passar dos anos, o raciocínio pode ficar mais lento por um processo natural do envelhecimento humano.
Mas ao que parece, isso pode mudar.
Como o estudo foi feito
Algumas pesquisas anteriores já mostravam que as baixas doses de cannabis podem melhorar a memória e a capacidade de aprendizado de ratos idosos. Agora, no novo experimento, os cientistas exploraram a relação entre o THC e a cognição.
Além de entender o que está por trás do efeito antienvelhecimento.
Para fazer o estudo, os cientistas separaram dois grupos de ratos, sendo eles mais velhos e mais novos. Ambos receberam uma dose baixa diária da substância por 28 dias. Para a comparação dos resultados, parte deles não recebeu nada.
Resultados promissores
Os resultados mostraram que os animais que tomaram a dose de THC, tiveram um aumento da atividade de uma proteína chamada mTOR, que está associada à regulação do metabolismo celular.
Já no tecido adiposo, essa mesma atividade proteica caiu, o que significa que isso pode ajudar a reduzir alguns processos ligados ao envelhecimento biológico.
Sem contar que os ratos apresentaram maior produção de proteínas necessárias para formar novas sinapses entre os neurônios do cérebro.
A combinação de todos esses fatores, foi o que manteve o cérebro dos ratos mais “jovens”.
Contudo, ainda são necessários mais estudos para avaliar a possibilidade de um possível “remédio” ou “suplemento”.
Consulte um médico
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https://cannalize.com.br/thc-cerebro-ratos-mais-jovens-estudo/ THC pode estar ligado a longevidade em pacientes com câncerO estudo percebeu que pacientes paliativos que utilizaram o composto da cannabis vivam mais que os demais
De acordo com um novo estudo divulgado em março, o uso de cannabis medicinal está associado à longevidade em pacientes paliativos com câncer avançado. A pesquisa feita na Alemanha, ainda mostrou que houve uma melhora também na qualidade de vida.
Publicado na revista Medical Cannabis and Cannabinoids, os pesquisadores investigaram as propriedades do THC (Tetrahidrocanabinol), substância que gera o famoso “barato” da maconha.
Parece que o uso diário de 5 mg de THC oral pode estar associado ao aumento do tempo de vida em mais de 9 mil pacientes que vivem de cuidados paliativos, ou seja, pessoas que têm uma expectativa de viver apenas mais alguns dias ou meses.
Resultados
O uso diário de 4,7 mg da substância foi associado a um aumento significativo de tempo de sobrevivência. Mas doses menores não apresentaram o mesmo resultado.
Os pesquisadores perceberam um prolongamento médio de 15 dias. O tempo de sobrevivência de 25 dias foi aumentado para 40 dias com uma dose diária de THC.
“Além da mera sobrevivência, os pacientes [tratados] com THC tornam-se mais ativos mental e fisicamente. (…) O aumento da atividade e a melhoria da qualidade de vida podem permitir aos pacientes renovar o contacto social com familiares e amigos e resolver assuntos essenciais antes de morrer.” Escreveram.
Leia também: Mãe de três filhos usa cannabis para metástase “Eu nem lembro que tenho câncer”
O estudo teve um resultado bastante parecido com outra pesquisa publicada em 2021, quando mostrou que a substância da cannabis estava associada à longevidade de pacientes em hospícios alemães com 75 anos.
A cannabis pode ajudar pessoas com câncer?
Vários estudos sobre cannabis para o tratamento de câncer são feitos em todo o mundo com resultados promissores. Um estudo australiano, também divulgado esse ano, por exemplo, mostrou que o extrato de cannabis foi eficaz para matar células cancerígenas.
Segundo outro estudo alemão feito em 2021, o CBD (canabidiol) foi capaz de matar células tumorais de ratos em apenas três dias.
O assunto ainda ganhou repercussão nos EUA depois que o próprio Instituto Americano do Câncer admitiu que a planta pode matar as células cancerígenas, além de impedir o crescimento de novas células.
A posição veio depois de um estudo de dois anos em ratos com câncer, onde a princípio, foi percebido uma diminuição do tumor dos bichos. Eles receberam altas doses de THC.
Sem contar que os produtos de cannabis já são recomendados hoje para conter os efeitos colaterais da quimioterapia. Há até um remédio vendido em outros países feitos com um THC sintético chamado Dronabinol.
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https://cannalize.com.br/thc-pode-estar-ligado-a-longevidade-em-pacientes-com-cancer/ O caso do jogador da NFL multado por se tratar com cannabisRandy Gregory foi multado em mais de R$500 mil por causa do seu tratamento. Agora, p jogador está processanto tanto a NFL quanto o seu time
Randy Gregory, jogador da NFL (sigla em inglês para a Liga Nacional de Futebol Americano), está processando a liga e seu ex-time, o Denver Broncos, por suposta discriminação.
O atleta foi multado em mais de meio milhão de dólares por um teste positivo para THC (tetrahidrocanabinol), que ele afirma ser para uso medicinal. O composto é conhecido por causar os efeitos psicoativos da maconha.
Gregory entrou com uma ação em um tribunal nos EUA na semana passada, afirmando que a liga e os Broncos violaram a Lei Antidiscriminação do Colorado ao penalizá-lo por usar o medicamento de cannabis.
Aprovado pelo FDA, uma espécie de Anvisa do país, o Dronabinol é usado pelo jogador para tratar ansiedade, TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) e dor.
Multa sobre o salário
Embora a NFL e o sindicato de jogadores tenham concordado em acabar com a prática de suspender atletas por causa de maconha ou outras drogas em 2020, a liga continuou multando os jogadores por testes positivos de THC.
Do primeiro ao terceiro teste positivo, a multa é de meia semana de salário; um quarto e cada teste positivo subsequente são puníveis com multa igual a três semanas de salário.
“Assim, se o Sr. Gregory tomar seu medicamento conforme prescrito, ele será multado em 75% do seu salário e ganhará apenas 25%”, diz o processo judicial, relatado anteriormente pela NBC News.
Leia também: Atleta vence a síndrome do pânico com o CBD ‘Uma das melhores coisas que aconteceu comigo’
Desde o momento em que a NFL rejeitou seu pedido de acomodação para o uso do medicamento em maio de 2023, ele pagou US$ 532.500 em multas.
“Gregory tem direito à proteção total das leis antidiscriminação. A NFL e os Broncos ignoraram a lei do estado do Colorado e se recusaram a se envolver, de boa fé, no processo interativo com o Sr. Gregory”, diz o processo.
“É uma violação que a NFL e os Broncos penalizem financeiramente o Sr. Gregory por consumir Dronabinol prescrito para tratar suas deficiências, ao mesmo tempo que se beneficia de seu emprego contínuo. A NFL e os Broncos não estão acima da lei.”
Alternativa aos opioides
Os advogados do jogador também apontaram que o remédio à base de cannabis é uma alternativa aos opioides e benzodiazepínicos que estão repletos de efeitos colaterais significativos e problemas de dependência.
A própria NFL se comprometeu em investigar se o CBD (canabidiol) pode servir como uma alternativa eficaz aos opiáceos, além de explorar o potencial terapêutico da substâmcoa para o tratamento da dor e neuroproteção contra concussões.
Um comissário da NFL e do sindicato dos jogadores da liga até apresentou uma prévia do plano de financiamento para os estudos em junho de 2022 , enfatizando o forte interesse entre os jogadores e outras partes interessadas.
O comitê conjunto NFL-NFLPA também realizou dois fóruns informativos sobre CBD em 2020.
Processo continua
Mas apesar de o dronabinol ser legal tanto em nível estadual quanto federal como um medicamento aprovado pela FDA, a liga não conseguiu uma isenção à sua regra de THC.
Fato que levou o jogador a registrar primeiro uma acusação de discriminação junto à Divisão de Direitos Civis do Colorado antes mesmo do processo.
“Ele tem direito a indenização, incluindo o reembolso das multas monetárias que o Sr. Gregory foi obrigado a pagar. Incluindo juros em toda a extensão permitida por lei em um valor a ser determinado no julgamento”, diz o processo. “Senhor. Gregory tem direito a indenização e reparação em toda a extensão permitida por lei, em valor a ser determinado no julgamento.”
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Texto traduzido e adaptado do portal Marijuana Moment
https://cannalize.com.br/randy-gregory-nfl-multa-futebol-americano-dronabinol/ Como a cannabis pode ser útil ao longo da vida?A cannabis pode ser usada para uma série de condições, que vão desde a infância até a terceira idade. Veja algumas delas
A cannabis medicinal tem sido uma opção terapêutica mais natural e com poucos efeitos colaterais para uma série de problemas que atingem desde a infância, como convulsões e autismo, até aos 60+, como Alzheimer e Parkinson.
Por meio de estudos e relatos dos próprios pacientes é possível perceber que a planta tem se mostrado uma alternativa até mais efetiva que remédios tradicionais.
Mas você deve estar se perguntando: como isso é possível? E ainda mais para tantas condições diferentes?
Sistema Endocanabinoide
A cannabis pode ajudar boa parte do corpo porque atua no chamado Sistema Endocanabinoide. Trata-se de um sistema que funciona em nível molecular ajudando a restaurar a chamada homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do organismo, como sono, fome, humor, sistema nervoso e imunológico.
O nosso próprio corpo produz pequenas moléculas chamadas endocanabinoides, que através de receptores, sinalizam quando algo está errado e precisa ser estabilizado.
Felizmente a cannabis também produz essas substâncias, que são chamadas de fitocanabinoides, como o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol). Elas podem atuar como uma espécie de reforço aos nossos.
O CBD, por exemplo, possui propriedades ansiolíticas, neuroplásticas, anticonvulsivantes e neuroprotetoras. Já o THC, apesar de ser a substância que gera a famosa “alta” da maconha, é extremamente potente como um analgésico e anti-inflamatório.
Cannabis na infância
Quando prescrito por um médico capacitado, produtos feitos com cannabis são eficientes e seguros desde a primeira infância para tratar condições como autismo e até epilepsia de difícil controle.
No caso da epilepsia, por exemplo, o CBD pode ajudar a modular as funções neurológicas, o que ajuda a diminuir as crises.
Já no caso do autismo, a cannabis pode ajudar a diminuir os sintomas, como irritabilidade, insônia e até auxiliar no tratamento de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção).
Fase adulta
Já na fase adulta, a cannabis também pode ter a sua parcela de ajuda em uma variedade de condições, tanto da mente quanto hormonais, como:
Insônia. A cannabis tem propriedades relaxantes e terapêuticas que diminuem o nível de estresse e ansiedade, causas mais frequentes da insônia. Em abril de 2020, por exemplo, uma pesquisa publicada no periódico Experimental and Clinical Psychopharmacology, mostrou que a cannabis pode ser eficaz no tratamento da insônia crônica.
Ansiedade. Estudos clínicos e também em animais sobre a eficácia da cannabis para o tratamento da ansiedade são feitos em vários países, inclusive o Brasil. Um exemplo é um estudo realizado aqui em 2012 onde mostrou que o canabidiol tem propriedades ansiolíticas.
Depressão. O sistema endocanabinoide pode trabalhar como um neuromodulador para o Sistema Nervoso Central, capaz de regular aspectos emocionais, cognitivos, nervosos e processos motivacionais das pessoas.
Na depressão, há uma baixa de endocanabinoides no cérebro. Então, remédios ou a reposição de canabinoides pode elevar os níveis das substâncias químicas.
Endometriose. As pacientes relatam uma melhora nas dores, depressão, ansiedade e até a redução do uso de medicamentos convencionais, o que inclui opioides e contraceptivos orais, que geram uma série de efeitos colaterais.
A revista científica Journal of Molecular Endocrinology mostrou que o CBD tem um papel importante nos órgãos reprodutores femininos. Segundo a publicação, estas substâncias podem regular algumas funções tais como a migração e a proliferação de células do endométrio.
Glaucoma. Já na década de 1970, estudos mostraram que o uso de cannabis pode aliviar os sintomas de glaucoma, porque diminui a pressão intraocular e tem ações sobre doenças neurodegenerativas.
TEPT (Transtorno de Estresse pós-traumático).Quando se tem o transtorno, a ativação dos receptores é extremamente útil, uma vez que o Sistema Endocanabinoide desempenha um papel importante na influência do humor e também na construção da memória.
A ciência tem descoberto que a ansiedade extrema, que causa o transtorno, está relacionada à falta de canabinoides no corpo. O que consequentemente impede que novas memórias encubram as traumáticas.
Fibromialgia. Os fitocanabinoides agem diretamente em um receptor no do nosso corpo chamado CB2, que influencia o Sistema Nervoso Central. As substâncias da planta têm a capacidade de auxiliar a sensibilidade excessiva que ocasiona a fibromialgia.
Dores crônicas. Segundo análises, alguns estudos observacionais já identificaram associações entre medicamentos feitos com a cannabis e reduções significativas na intensidade da dor. Além da melhoria na qualidade de vida do paciente.
Menopausa. Os canabinoides presentes na planta podem agir no nosso cérebro. Eles auxiliam na regularização da mensagem enviada para as glândulas que produzem os hormônios.
Doenças da terceira idade
A cannabis também pode ajudar a tratar problemas relacionados a condições que aparecem geralmente depois dos 50 anos. Inclusive, muitos especialistas, como o neurocientista Sidarta Ribeiro, ressalta que a cannabis é feita muito mais para velhos do que para jovens.
Isso porque depois de um certo tempo, o corpo perde um pouco a sua capacidade de produção de endocanabinoides, o que torna a cannabis uma ferramenta tão potente para repor as substâncias, que podem ser úteis para:
Além de ajudar em outros sintomas, como depressão, insônia e ansiedade.
Parkinson. De maneira simples, ela pode ser eficaz para a redução dos sintomas pois ela ajuda a regular as alterações químicas que acontecem com a redução dos níveis da dopamina do cérebro. A cannabis tem uma função neuroprotetora, que auxilia tanto nas atividades motoras quanto não motoras.
Por causa do baixo nível de dopamina, o Parkinson pode causar alterações neuroquímicas neste sistema, que se agravam de acordo com a evolução da doença. Os cientistas descobriram que os canabinoides são encontrados em grande quantidade no cérebro. Por isso, eles podem modular as alterações ocasionadas pela condição.
Alzheimer. Dentre as propriedades terapêuticas da cannabis estão a diminuição do estresse oxidativo, retardo da neurodegeneração e das placas amiloides, que sabidamente colaboram para o surgimento e agravo do Alzheimer.
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https://cannalize.com.br/como-a-cannabis-pode-ser-util-ao-longo-da-vida/ Ciência descobre o mistério por trás da ‘larica’
A fome induzida pela cannabis é bastante usada para tratamentos oncológicos e distúrbios alimentares. Mas não se sabia ao certo como funcionava até agora
Mistério resolvido? De acordo com cientistas da Universidade Estadual de Washington, nos Estados Unidos, há uma explicação para a famosa “larica”, aquela fome que vem depois do uso da maconha.
O efeito de “abrir o apetite” da cannabis, é usado em muitos lugares do mundo como uma forma de ajudar em tratamentos, como distúrbios alimentares e quimioterapia, para desencadear a vontade de comer.
Por outro lado, não se sabia muito sobre os mecanismos por trás deste efeito.
Ativação do cérebro
Publicado na revista Scientific Reports, em dezembro do ano passado, o estudo foi o primeiro a investigar as áreas do cérebro que controlam o apetite.
Os exames de imagem feitos em ratos expostos à cannabis vaporizada, mostraram que a planta ativa receptores canabinoides do tipo 1 em um pequeno grupo de neurônios AgRP no hipotálamo.
Trata-se de uma região do cérebro que mantém os hormônios e o sistema nervoso em equilíbrio, controlando a sede, a temperatura, a pressão arterial e claro, o apetite.
Estes receptores impediram que os neurônios recebessem uma mensagem de “parar” dos outros neurônios. Por isso, observou-se que os roedores comiam mais.
“Quando os ratos recebem cannabis, surgem neurônios que normalmente não estão ativos. Há algo importante acontecendo no hipotálamo após o vapor da cannabis”, explica o neurocientista Jon Davis, da WSU. “Agora, já sabemos uma das maneiras pelas quais o cérebro responde à cannabis recreativa quando abre o apetite”, continuou.
Esta ligação não foi vista em animais que não foram expostos à cannabis.
Mas você deve estar se perguntando: o que é o Sistema Endocanabinoide?
Trata-se de um sistema que funciona em nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o ajuda a regular várias funções, como sistema nervoso e sistema imunológico, que podem influenciar em áreas como o humor, sono e, claro, a fome.
É o nosso organismo que geralmente produz os chamados canabinoides, que servem para ajudar nesta estabilização. Quando algo não vai bem, ele é produzido e se conecta com os receptores canabinoides, espalhados por todo o organismo.
No entanto, receber algumas destas moléculas de fora, também não é ruim. É por isso que a cannabis é tão benéfica no tratamento de várias condições.
Quando a maconha é inalada, o THC (tetrahidrocanabinol), principal canabinoide que gera os efeitos psicoativos da planta, se conecta com os receptores do sistema nervoso central que controlam a fome e o apetite.
Isso confunde o cérebro, ele não entende que já estamos satisfeitos e a fome vem mesmo quando se acaba de comer.
Influência hormonal
Até o momento, o que se sabia era que o THC poderia desencadear um surto de um hormônio chamado grelina, mais conhecido como hormônio da fome.
O hormônio geralmente é ativado quando o estômago está vazio, enviando uma mensagem para o cérebro dizendo que é hora de comer.
Ele é produzido pelas células do estômago e também é responsável pela sensação de fome e gasto de energia. No entanto, outra das suas funções são as mudanças agressivas nos hábitos alimentares.
Este hormônio influencia na nossa relação com a comida, que pode ser visto no desejo de comer algo doce ou uma comida específica, por exemplo.
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https://cannalize.com.br/ciencia-descobre-o-misterio-por-tras-da-larica/ Por que os olhos ficam vermelhos depois de usar maconha?Se você pensava que era por causa da fumaça, está enganado, pois a condição pode aparecer até no consumo de comestíveis.
Fumar maconha não causa só o relaxamento do corpo, mas também uma série de outros sintomas, como sonolência, angústia e principalmente fome, a famosa larica. Mas outra reação que também não fica de fora, são os olhos vermelhos.
Muitos consumidores não gostam dessa reação, pois não querem que as pessoas pensem que ela está chapada, contudo, é uma reação presente em quase todo mundo que utiliza a cannabis.
Principalmente porque não é só a maconha que deixa os olhos vermelhos, mas tamb´´em outras substâncias como a cocaína.
Alguns podem pensar que isso ocorre por causa da fumaça, ou a falta de costume em usar a maconha. Outros até podem associar a algum problema de saúde. Mas o que realmente acontece?
Explicação por trás dos olhos vermelhos
A explicação é bem simples. A presença do THC (tetraidrocanabinol), substância que gera os efeitos alucinógenos da maconha, baixa a pressão arterial, que consequentemente, dilata os vasos sanguíneos.
Isso acontece porque a maconha gera um aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, que diminuem cinco a 10 minutos depois do fumo. Então, há uma redução da pressão e o fluxo sanguíneo aumenta, causando a vermelhidão.
A intensidade pode variar de acordo com a quantidade de THC ingerida. Se uma pessoa consome uma cepa com uma quantidade maior da substância, os olhos tendem a ficar mais vermelhos, por exemplo.
Mas isso não chega a ser prejudicial. Comestíveis com níveis elevados de THC também podem gerar o sintoma, como o famoso brisadeiro.
Como tirar os olhos vermlhos depois de fumar?
Para que os olhos não fiquem tão vermelhos, é preciso beber bastante água ou usar colírio para ressecamento. Isso vai ajudar a diminuir a vermelhidão contraíndo os vasos sanguíneos e a secura dos ólhos.
Mas é importante lembrar que, no caso dos colírios, opte por opções recomendadas pelo médico para não dar ruim.
Outra dica é consumir cepas com um teor menor de THC.
Caso nada dê certo, o melhor a se fazer é esperar. A vermelhidão não é prejudicial aos olhos e acaba depois de algumas horas.
Tratamento para Glaucoma
A influência do THC na pressão intraocular é o motivo pelo qual a cannabis é cogitada para o tratamento para glaucoma, por exemplo, que nada mais é que a pressão intraocular degradando o nervo óptico.
Contudo, mais pesquisas precisam ser feitas para que a planta de fato seja uma alternativa.
Mas para contornar a situação dos olhos vermelhos, muitos mudam algumas de suas práticas, como a escolha de cepas com menos THC, o uso de colírio e a hidratação do corpo, com bastante água.
Legislação brasileira
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita.
Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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https://cannalize.com.br/por-que-os-olhos-ficam-vermelhos-depois-de-usar-maconha/ ‘A sobrevivência é algo muito difícil. Se eu parar de lutar por um minuto, eu perco’Conheça a história de Augusto Saraiva, que enfrenta os desafios de conviver com uma doença rara e lutar pelos seus direitos.
Augusto Saraiva vive sozinho em um apartamento na Região Central de Porto Alegre. Atualmente ele anda com um andador, mas já está consciente que em um futuro próximo terá que usar cadeira de rodas.
Contudo, ele encara a condição com leveza e até com humor, afinal, já esteve pior. O aposentado já passou uma parte da sua vida deitado em uma cama sem conseguir sequer levantar o garfo para se alimentar.
O motivo, é uma doença rara e progressiva que descobriu quando ainda era adolescente. Até hoje, o número de casos registrados não passa de 300 no mundo. “Desse número eu não sei te dizer quais pacientes ainda estão vivos”, diz.
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Trata-se de uma condição que impede a produção de enzimas para a produção de energia. Isso faz com que ele sinta fortes dores por todo o corpo, espasmos, rigidez muscular e distonia. Sintomas muito parecidos com a Esclerose Múltipla.
Conforme a doença foi progredindo, as dores começaram a ficar insuportáveis, e os espasmos o fizeram deixar várias atividades, como cozinhar.
Depois de anos, ele encontrou um alívio na cannabis, mas mesmo com a ajuda da Associação Sou Cannabis e um habeas corpus, que dá o direito de plantar, seguir o tratamento não tem sido fácil.
Convivendo com uma doença rara
Segundo a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica(SBPC), não há um número certo de pessoas com doenças raras no país. A estimativa é que cerca de 3% a 5% das pessoas nascem com algum problema genético. A prevalência sobe para 10% quando diagnosticadas em alguma fase da vida, o que soma alguns milhões de brasileiros.
O Ministério da Saúde destaca que há cerca de 7 mil doenças raras descritas pela medicina, a maioria de origem genética. Contudo, 20% também são causadas por infecções, vírus e degenerações.
Para 95% das condições, não há um tratamento para a condição, apenas cuidados para retardar a progressão.
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Outro ponto, é o fato da existência de poucos médicos que trabalham com condições genéticas. Segundo um levantamento da SBPC, são apenas 150 profissionais especializados em doenças raras em todo o território brasileiro, o que dificulta e muito a vida de quem possui uma condição rara.
Em 2014, por meio da Portaria nº 199, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras. Com ela, foram aprovadas as Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com uma política de incentivos financeiros de custeio.
No entanto, na prática, é outra história. Augusto conta que passou por vários médicos, que abandonaram o caso ou diziam que não tinha muito o que fazer. Ele só conseguiu um diagnóstico depois da insistência e pesquisas sobre o assunto.
Aos 14 anos ele foi virado do avesso. À medida que o tempo ia passando, os exames vinham inconclusivos e começou a aparecer médicos dizendo que Saraiva estava mentindo, e outros diziam que era psicológico.
O diagnóstico só veio depois de uma amostra de sangue que precisou ser analisada na Holanda, onde foi feito um sequenciamento genético.
“Eu tenho visto no relato das pessoas que eu encontro no caminho, e vejo histórias muito semelhantes. Mesmo depois de 30 anos, nada mudou. As pessoas continuam submetidas a exames e mais exames”, conta.
Tentando ser otimista
O aposentado conta que quando finalmente foi diagnosticado, lá na década de 90, foi um grande feito. Ele achou que um tratamento seria mais fácil, mas não foi.
Todos os médicos rejeitavam o seu caso com a justificativa de que não tinha nenhum tratamento ou se sabia muito pouco sobre a condição e por isso, não tinha o que fazer.
“Os médicos diziam que eu iria viver até os 25, mas eu não aceitava muito bem isso”, completa.
Augusto Saraiva começou a pesquisar por conta própria. Ele começou a estudar biotecnologia, para entender um pouco mais sobre a doença e até fez uma dieta personalizada para auxiliar.
A mudança na alimentação auxiliou bastante e retardou o progresso da condição.
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Mas com o tempo passando, os sintomas ficaram piores e ele sentia cada vez mais dores. Ele chegou a tomar cerca de 27 medicações, inclusive a oxicodona, um remédio quatro vezes mais forte que a morfina.
Os espasmos também dificultavam a sua vida, pois não podia fazer tarefas simples como cozinhar. Ele chegou a cortar o dedo e a barriga por causa da perda de controle das mãos.
Em 2018 ele ficou em um estado semivegetativo e não podia fazer nada sem ajuda.
Tratamento com a cannabis
Em 2007 Augusto Saraiva conta que o seu médico voltou empolgado de um seminário na Califórnia (EUA) com uma novidade, a cannabis. Mas o aposentado se sentiu insultado.
“Era só o que faltava, aleijado e maconheiro?” disse ao médico. “Eu não tinha nem 30 anos e já usava bengala e aprendi na escola que maconha era uma coisa terrível, que ficava burro e construí o meu preconceito com base no que eu vi na escola”, acrescenta.
Contudo, ele começou a ler sobre o assunto em meados de 2015, quando pais de crianças com síndromes começaram a fazer barulho sobre as propriedades terapêuticas da cannabis no Brasil.
Mas Saraiva só começou a usar quando a sua situação já estava extrema. “A morfina parou de fazer efeito e estava tolerante a opioides. O médico que me atendeu estava chorando e eu pensei: ‘to ferrado!’ Liguei pro doutor e ele disse pra arrumar maconha em qualquer biqueira e eu fui”, relata.
Primeiras tragadas
Na época, o aposentado não conseguia segurar um copo, por isso, quem o ajudou foi a sua namorada até então. Ela comprava a maconha e também enrolava o “baseado” para ele.
Na primeira vez que experimentou a maconha, Augusto Saraiva passou mal e foi parar no hospital com o coração pulando do peito. Isso porque a maconha em forma de cigarro, geralmente tem concentrações altas de tetraidrocanabinol (THC), substância que causa o famoso barato.
A ciência já mostrou que em doses altas, ele pode piorar a ansiedade, fazendo o coração bater mais rápido e os pensamentos também. Isso pode desencadear casos de ansiedade.
A famosa “bad depois da brisa”, ou “bad trip”, pode vir por causa dele. Aquele ataque de pânico que acelera o coração, atrapalha a respiração e dá uma sensação de morte, é uma manifestação do corpo diante da ansiedade.
Saraiva ligou para o médico e disse o que aconteceu e ainda completou que a maconha não fez nenhum efeito. A resposta do médico foi que ele precisava fumar mais.
“Usava duas bengalas, uma em cada mão. Uns três dias depois de um intensivo de maconha, fui adaptando organismo, e em uma madrugada fui no banheiro e fui de bengala e voltei sem. Fazia meses que eu não conseguia dar um passo sem bengala, uma quantidade alta de THC teve uma ação boa na dor”, relata.
Conforme os dias iam passando, ele parou de usar morfina e remédios para dor. Por outro lado, a maconha não ajudava em nada na rigidez muscular.
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Óleo artesanal
Ele começou a passar em outro médico, que lhe disse que o óleo ideal era com uma concentração alta de canabidiol (CBD), componente que não gera os efeitos psicotrópicos.
“Briguei com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ter a minha autorização (de importação) e apertei vários deputados e senadores para conseguir. Também fui para o Uruguai e comecei a fazer o uso do óleo. Ele relaxava a musculatura, mas não fazia nada pela dor, e a quantidade que fazia efeito era muito alta e muito cara”, relata.
Foi então que ele descobriu que precisava de um óleo único, formulado especialmente para ele. Isso porque a cannabis atua pelo chamado Sistema Endocanabinoide, um sistema que ajuda a regular a homeostase, ou seja, o equilíbrio do organismo.
Ele é responsável pela regularização da maioria das funções, como o sistema nervoso, imunológico. Quando uma coisa não vai bem, o sistema libera os chamados canabinoides que ajudam a corrigir o problema.
Canabinoides que podem ser encontrados na cannabis e atuam de forma semelhante aos nossos, como uma espécie de reforço. O CBD e o THC, por exemplo, são canabinoides.
Mas óleos personalizados são desenvolvidos apenas por associações e algumas poucas empresas, que com a ajuda dos médicos, tentam chegar em uma dosagem ideal para o paciente.
“A clínica médica Olhar Verde a praticamente me adotou, pois eu não podia pagar e me atenderam pro bono. Isso fez toda a diferença no tratamento. Depois de nove longos meses de tentativas, sobe a dose, diminui a dose, chegamos em um bom óleo”, completa.
Ao contrário de remédios tradicionais, a cannabis não tem uma fórmula certa. E mesmo quando um paciente consegue encontrar uma dose ideal, mantê-la é bastante difícil e delicado, pois ou a condição pode piorar, exigindo outra concentração, ou um pouco mais de luz que a planta recebe na hora do cultivo, pode aumentar ou diminuir os níveis de canabinoides.
Uma estufa na sala de estar
Ele resolveu entrar na justiça para garantir o tratamento pelo sistema de saúde. Não queria plantar, mas garantir o tratamento com o óleo.
“Você tem uma doença rara, incurável, o único tratamento é a cannabis e você pede ajuda para o estado. Eu não pedi para plantar maconha, mas que o meu direito à vida fosse respeitado. Mas o estado jogou pra mim a responsabilidade”, diz.
Assim como na maioria dos casos no Brasil, os advogados recomendavam que ele plantasse em casa antes de pedir a autorização. Mas ele se recusou.
“Se eu pulo uma dose, meu corpo começa a pular e eu sinto dor. Imagina se eu ficar um dia inteiro sem? Eu morro. Imagina se eu for preso? Eu não podia correr o risco”, diz.
Encontrar um advogado que aceitasse os seus termos não foi fácil. Augusto Saraiva tentou até pela defensoria, mas não conseguiu. Encontrou uma advogada disposta a ajudar e que não cobrou nada por isso. A decisão veio no segundo semestre de 2020.
Sem um quintal ele criou uma estufa na sala de estar para cultivar as plantas. Importou as sementes e plantou o que foi determinado pela justiça.
Hoje ele pode ter 20 plantas a cada seis meses e precisa renovar o habeas corpus todos os anos. Mas a sua expectativa é derrubar as duas limitações.
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Por causa da doença progressiva, as doses podem aumentar, por isso ele precisará de mais plantas. “A minha doença não tem cura, por que eu preciso pedir todos os anos para o estado?” , diz
Mas como dito aqui, a cannabis é uma planta muito delicada. Augusto Saraiva gastou 22 mil na empreitada, mas acabou perdendo algumas mudas e hoje, não consegue pagar nem a conta de luz para a estufa funcionar.
Tratamento x Pandemia
O óleo feito pela clínica possui tanto concentrações de CBD quanto de THC. O canabidiol ajuda a relaxar os músculos e o tetraidrocanabinol ajuda na dor. Contudo, o seu tratamento não se resume apenas a isso.
Embora o extrato da planta seja o seu tratamento principal, Augusto Saraiva também precisa seguir uma série de recomendações, como a dieta, fisioterapia e tomar medicações para evitar os movimentos involuntários.
Contudo, devido a pandemia, ele precisou parar com vários tratamentos. O risco de contrair a COVID era muito grande e para ele, fatal. Com isso, ele começou a perder alguns avanços que tinha obtido com a combinação dos remédios e terapias.
Por conta da pandemia, o apoio que ele recebi da família, que o ajudava nas tarefas básicas teve que ser suspenso. Com os pais idosos e a tia que cuida da avó de 90 anos, ninguém poderia correr o risco de contrair a doença, o que o deixou sozinho.
Atualmente ele estuda uma nova ação na justiça para que o plano de saúde ou o SUS garanta um serviço home care.“Estou em uma situação em que estou voltando ao que estava antes da maconha”, diz.
Aposentadoria
Apesar da portaria que fala sobre doenças raras, conviver com a condição não é fácil, principalmente se tratando de trabalho. Quando ele soube que a doença era progressiva, ele sabia que um dia teria que se aposentar por invalidez. “Eu tive que programar toda a minha vida”, disse.
No trabalho, nunca dizia o que tinha, pois temia não ser compreendido. Sofria calado, até não aguentar mais. Quando disse para o chefe que tinha uma doença rara, foi demitido.
“Todo mundo me disse que 98% dos pedidos por invalidez são negados e eu fiquei apavorado e pensava, como é que alguém vai ter coragem de me negar?”, ressalta.
No consultório médico da previdência, ele mostrou todos os documentos da doença que guardou desde a sua adolescência para garantir. “Eu nunca vou esquecer quando o médico olhou para mim e disse que ia me aposentar, não tinha muito jeito”, complementa.
Por isso ele começou a atuar como ativista e está envolvido na associação Sou Cannabis e se diz a prova viva de que ter só acesso à cannabis não garante um tratamento digno, mas uma atenção integral.
https://cannalize.com.br/a-sobrevivencia-e-algo-muito-dificil-se-eu-parar-de-lutar-por-um-minuto-eu-perco/ Tratamentos com cannabis têm efeitos colaterais?Já teve medo de usar a cannabis para a sua condição por causa das reações adversas? Saiba que elas são bem menores que remédios tradicionais.
Além de ser de grande ajuda em doenças refratárias, um dos principais benefícios da cannabis como terapia é que ela possui efeitos colaterais mínimos.
Há pacientes que relatam não sentir nenhum, ou no máximo, sonolência. No entanto, tudo vai depender dos canabinoides, da forma de administração e claro, do paciente.
Mas quais realmente são os seus efeitos colaterais mais comuns?
Conversamos com o clínico geral Thiago Braga, formado pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FARMEP). Ele também é médico do Medicina.In, uma rede de prescritores canábicos online.
Ele ressalta que medicamentos à base da planta são bastante seguros, e por mais que haja efeitos colaterais, não são graves.
As reações adversas da cannabis também sempre serão menores que efeitos de remédios tradicionais, que muitas vezes não trazem qualidade de vida.
CBD
O médico ressalta que a sonolência é o principal efeito do CBD (canabidiol), composto que não possui propriedades psicotrópicas.
No entanto, a diarreia também pode aparecer. O médico explica que esta reação não é exatamente do canabidiol, mas sim a forma farmacêutica utilizada, principalmente quando é usado poucas vezes e em grandes quantidades.
THC
Já a lista de efeitos do THC (tetraidrocanabinol) é um pouco maior. Primeiro que ele é a principal substância da maconha, por isso, pode causar efeitos alucinógenos.
Remédios com potências maiores do canabinoide podem resultar também em tontura, boca seca, ansiedade, alteração da cognição e problemas de memória.
Contudo, o médico ressalta que estes efeitos podem nem aparecer. “Como o THC não é prescrito isoladamente, seus efeitos são modulados pelo CBD, que sempre é usado em conjunto. Por isso mesmo, apenas pacientes que recebem doses maiores de THC experimentam esses efeitos de maneira exacerbada.”
Leia também: Efeito Entourage: O que é, Como funciona e Benefícios
A dose alta não altera os efeitos
O Dr. Braga acrescenta que as reações adversas são sempre as mesmas, independentemente da quantidade da dose.
A concentração do óleo vai influenciar apenas na quantidade necessária de medicamento para causar efeitos terapêuticos ou, nesse caso, os colaterais.
“Ou seja, o único impacto possível está no fato de que um óleo mais concentrado poderá causar efeitos colaterais ao ser administrado ainda que em uma menor dose.” Acrescenta.
As reações são as mesmas para qualquer patologia
O médico também ressalta que os efeitos são sempre iguais, independente da doença. Tanto no canabidiol quanto no THC.
Contudo, o que pode ocorrer é uma interação medicamentosa entre os canabinoides e outras medicações usadas pelo paciente para outras doenças, que também pode produzir assim efeitos colaterais.
“Vamos pegar o exemplo de uma pessoa que usa benzodiazepínicos à noite para dormir e começa a utilizar óleo de CBD para combater dores crônicas. Com o tempo, o óleo de CBD pode aumentar a concentração sérica do benzodiazepínico e deixar o paciente “dopado”, pois a mesma quantidade da medicação usada contra insônia passará a ter sua ação potencializada, o que exigirá ajustes.” Acrescenta.
No entanto, há algumas ressalvas. Pacientes com algumas condições como esquizofrenia, transtorno bipolar ou de ansiedade e outras patologias psiquiátricas, não podem usar o THC. Segundo o médico, o canabinoide pode agravar ainda mais os sintomas das doenças.
A forma de administração pode variar os efeitos
O médico explica que a via de administração pode mudar o efeito colateral experimentado.
Por mais que o óleo de cannabis seja a forma terapêutica de uso mais conhecida, produtos à base da planta também podem aparecer de outras maneiras, como nasal, tópico, comestível, inalado entre outras.
Quando fumada, a Cannabis pode causar irritação na garganta, vias aéreas superiores, olhos e tosse, embora os efeitos sistêmicos possam variar dependendo da concentração de CBD e THC no extrato.
Já o uso tópico não tem efeitos colaterais sistêmicos. Muito útil em patologias de pele, músculos e articulações.
Embora as reações adversas dos comestíveis sejam menores, a quantidade terapêutica absorvida também é.
O uso tópico nasal pode causar apenas leve irritação da mucosa nasal. Essa forma é muito utilizada no controle de crises epilépticas, trazendo resultados rápidos e efetivos.
Nenhum efeito colateral impede o uso da cannabis
O Dr. Braga também acrescenta que nenhum dos efeitos adversos impede o tratamento com a cannabis.
O uso só deve ser interrompido quando o paciente realmente não tolera os efeitos adversos.
“Isso não é algo exclusivo da Cannabis, e o mesmo vale para muitos outros medicamentos. Alguns pacientes não toleram os efeitos colaterais da Metformina, por exemplo, usada no tratamento de diabetes, e cabe ao médico suspender sua medicação se for necessário e adaptar seu tratamento. O mesmo vale para medicamentos à base de CBD e THC.” Diz.
No entanto, o médico também conclui que para garantir a eficácia de um tratamento com Cannabis medicinal, é importante contar com um minucioso acompanhamento especializado.
Consulte um profissional
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento. Clique aqui.
https://cannalize.com.br/tratamentos-com-cannabis-tem-efeitos-colaterais/ O CBD demora quanto tempo para fazer efeito?O canabidiol é um extrato da cannabis que pode ser uma ótima solução para o tratamento de diversas condições. Mas você sabe quanto tempo o CBD leva para fazer efeito?
Se você perguntar para uma pessoa que usa óleo de canabidiol(CBD) quais os benefícios da cannabis, com certeza ela vai citar a rapidez dos efeitos.
Melhoras que a curto prazo, podem aparecer em questão de minutos e a longo prazo, podem ser vistas no dia seguinte, em alguns dias ou em alguns meses, mas sempre de maneira rápida. Principalmente quando comparado aos tratamentos convencionais.
Os efeitos positivos do canabinoides pode depender de uma série de fatores, como a concentração, a dose, a frequência e a forma em que o canabidiol é ingerido. Existem vários métodos de administração de CBD que vão desde comida, inalação e uso tópico.
No entanto, é preciso lembrar que cada organismo é único, então assim como vitaminas, alimentos e remédios, a administração da cannabis vai ocorrer de forma diferente para cada um.
Sistema Endocanabinoide
É importante ressaltar que o efeito do canabidiol no corpo se dá através do Sistema Endocanabinoide, presente em várias partes do organismo, como sistema nervoso e sistema imunológico.
Através de receptores, as células chamadas canabinoides ajudam a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio das funções. A cannabis também possui canabinoides, que podem servir de reforço aos nossos.
O CBD possui vários efeitos positivos, como efeitos relaxantes, ansiolíticos anticonvulsiovos e neuroprotetores, por isso ela serve de ajuda para várias condições.
Leia mais: Por quanto tempo o CBD permanece no organismo?
Já os efeitos negativos, são os efeitos colaterais, que podem acontecer como em qualquer outro remédio. Mas não são muitos, se resumem em sonolência, alteração no apetite e até diarreia.
Absorção sublingual
Este método é o mais conhecido e o segundo mais rápido. Ele consiste em colocar o número de gotas prescritas pelos médicos embaixo da língua e deixá-las ali entre 60 a 90 segundos.
Assim, ele é absorvido pela membrana mucosa da boca, aquela parte mais mole que fica sobre a língua.
Você deve estar se perguntando o porquê não se deve engolir. A resposta é simples, o sistema digestivo e de metabolização do fígado podem acabar com muitos dos compostos ativos.
Ele demora até 30 minutos para fazer efeito.
O medicamento de CBD é feito com uma concentração certa, se o corpo não absorve, pode não resultar no efeito esperado.
Ingestão
Mas ao contrário do que se pensa, os produtos de canabidiol podem sim ser ingeridos.
Embora os efeitos apareçam de forma mais lenta, o óleo de CBD pode ser incluído em alimentos ou simplesmente engolindo diretamente as gotas.
Aqui, o processo de absorção do organismo vai ser mais demorado, de 30 minutos a uma hora, mais ou menos.
Embora possa ser ingerido com o estômago vazio, o mais recomendável é que a barriga esteja cheia, para que as enzimas não reduzam demais a potência do CBD durante a digestão.
A lista de comestíveis que envolvem CBD pode ser interminável, pois o canabidiol vai na salada, como azeite, na manteiga, chocolate e até em balas de goma.
Fizemos um artigo apenas sobre comestíveis para você explorar.
Há também a ingestão por cápsulas, como fazemos com vitaminas ou alguns medicamentos, onde passa direto pelo sistema digestivo até o fígado, quando é metabolizado.
Essa é uma boa solução para que a potência do CBD não seja muito comprometida.
Leia também: Principais dúvidas na hora de tomar CBD
Inalação
A maneira mais rápida de obter os efeitos do canabidiol é inalando. Seja através do fumo ou da vaporização, ele entra diretamente nas correntes sanguíneas, através dos pulmões.
Isso provoca uma resposta imediata no organismo, que pode gerar efeitos nos minutos seguintes ou até meia hora depois.
A parte ruim é que o método inalado também pode causar irritação no sistema respiratório. Tudo vai depender do organismo de cada um.
Também é a forma mais aceita pelo corpo. Cerca de quatro vezes mais absorvido que os demais métodos.
A chamada biodisponibilidade permite alcançar os efeitos esperados do canabidiol com uma quantidade muito menor da substância.
No entanto, este também é o método mais problemático. Por causa do Tetrahidrocanabinol (THC), o componente da cannabis que gera efeitos alucinógenos, vaporizar ou fumar CBD no Brasil ainda é um tabu.
Tópico
Os cremes, loções e pomadas de CBD não são novidades. O que talvez você não saiba, é que eles também podem ser úteis da mesma forma dos outros métodos para tratar alguma condição.
Embora os efeitos demorem mais para acontecer, eles também são mais duradouros.
Outro lado bom é que você pode aplicá-lo diretamente onde está a dor ou o problema. Eles são absorvidos pelas células que ficam próximas da pele muito antes de serem absorvidas pela corrente sanguínea.
Mas em todos os casos, os efeitos mais significativos, principalmente quando falamos de condições da mente, demoram algum dia para fazer efeito.
Como saber que o CBD está fazendo efeito?
Aqui é a parte mais fácil, embora os primeiros usos sejam sutis . Você pode se sentir mais relaxado, mais calmo e o fim das dores em questão de minutos, dependendo do método.
Se for para tratar convulsões, as crises podem ir diminuindo em questão de dias ou meses.
É importante lembrar também que a introdução da cannabis medicinal é feita de maneira gradual, devidamente orientada por um médico.
Se por acaso você não sentir efeito nenhum, isso pode ser um sinal para aumentar a dosagem. Se ainda persistir, talvez o canabinoide precisa ser mudado também, tudo vai depender da reação do corpo.
Contudo, lembre-se de consultar um médico antes de comprar ou utilizar alguma solução de CBD ou outro canabinoide. Isso vale para dosagens e o método de administração.
Ah, e não se preocupe! O Canabidiol não é psicoativo, então não terá um efeito rebote.
Quanto tempo demora o tratamento com canabidiol?
O tempo do tratamento com CBD pode variar de acordo com a condição tratada. Em patologias crônicas, por exemplo, o uso contínuo pode ser indeterminado.
Em problemas pontuais, como inflamações e dores, o tempo também vai variar de acordo com a resposta do organismo de cada um.
Assim como em vários tratamentos, a resposta deve ser avaliada por quatro semanas. Caso não haja uma melhora significativa, é importante voltar ao médico.
Leia também: Quanto custa o tratamento com cannabis medicinal?
As receitas de cannabis são de produtos controlados, por isso, só duram 30 dias. Então lembre-se de renová-las sempre que for comprar novamente.
É importante lembrar também também que para os remédios vendidos nas farmácias, é necessário ter uma receita azul ou amarela.
O tempo de duração de um frasco de canabdiol vai variar de acordo com a dosagem indicada pelo médico e o a quantidade de ml do frasco. Mas não se preocupe, o profissional irá calcular quantos produtos serão necessários para o seu tratamento.
Qual o melhor horário para tomar CBD?
Isso vai depender da condição tratada. Se estiver tomando o CBD para insônia, por exemplo, é importante utilizar antes de dormir.
Contudo, converse com o médico ou dentista, que irá te esclarecer quais os horários que você deverá utilizar os produtos da planta .
Mas é importante que os produtos de canabidiol sejam administrados sempre após comer.
Consulte um profissional
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento. Clique aqui.
https://cannalize.com.br/o-cbd-demora-quanto-tempo-para-fazer-efeito/ THCV: O que é, benefícios e efeitosExistem dois principais canabinoides muito famosos na planta cannabis, o CBD e o THC. Mas além deles, também existem outros que são tão importantes quanto, como o THCV
O , é uma molécula encontrada na planta cannabis que oferece uma variedade de efeitos e benefícios específicos diferentes de outros canabinoides como o e o .
Talvez você não saiba, mas há uma centena de outros canabinoides na cannabis além do CBD (canabidiol)e do THC (tetrahidrocanabinol). Embora os dois sejam os principais, há também outras moléculas, que aparecem à partir de uma série de fatores, como o tipo de planta, como ela é cultivada e até a sua idade.
Há canabinoides, por exemplo, que aparecem quando a planta ainda é nova. Outros, apenas quando ela envelhece. Alguns são até o CBD ou o THC “crus” e outros aparecem em concentrações que não chegam a 1%. Como é o caso do THCV ou tetrahidrocanabivarina.
Mas espera… o que é um canabinoide?
Trata-se de substâncias produzidas tanto pela cannabis como diversas plantas, que no nosso organismo, podem ajudar a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio do corpo humano.
Isso porque o nosso corpo também produz moléculas similares. E quando ingerimos os canabinoides externos, eles podem agir de maneira parecida com os nossos.
Dessa forma, a cannabis pode ajudar no tratamento de uma série de condições médicas.
O que é THCV?
Agora que você já sabe, vamos voltar ao THCV. O canabinoide é produzido durante as primeiras fases do desenvolvimento do cânhamo, subespécie de cannabis rica em CBD. Contudo, é produzido em baixas concentrações. Geralmente de 0,2%. Por isso, não é tão fácil de ser encontrado.
Ele é produzido através da descarboxilação de outro canabinoide, conhecido com THCVA. Trata-se de um processo que aquece a planta e modifica a molécula. Saiba mais aqui.
Quais os seus benefícios e efeitos?
Como o próprio nome sugere, o THCV é semelhante ao THC em sua estrutura molecular, mas sem a parte psicoativa. Também pode fornecer uma variedade de efeitos completamente diferentes.
Abaixo temos alguns benefícios que esse composto pode oferecer aos pacientes que o consomem:
- Inibidor de apetite: ao contrário do THC, que causa fome, esse composto pode diminuir o apetite. Isso pode ser bom para as pessoas que querem perder peso, mas pacientes que estão tratando doenças como anorexia devem evitar o uso da substância;
- Tratamento de diabete: algumas pesquisas mostraram que o THCV consegue regular os níveis de açúcar no sangue e reduzir a resistência à insulina;
- Reduzir ataques de pânico: pode ajudar a controlar os ataques de ansiedade em pacientes com TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) sem prejudicar o estado emocional;
- Tratamento de Alzheimer: pode auxiliar em sintomas como tremores, perda de coordenação motora e lesões cerebrais associadas à doença;
- Crescimento ósseo: por promover o crescimento de novas células ósseas, o THCV pode ser promissor para tratar a osteoporose e outras condições relacionadas aos ossos. Contudo, as suas propriedades ainda são estudadas;
- Ação anti-inflamatória: Alguns estudos, como uma pesquisa publicada em 2010, sugerem que o canabinoide possui uma ação anti-inflamatória, que ainda pode ajudar a combater doenças autoimunes. Contudo, a hipótese também precisa de mais investigações;
- Efeito anticonvulsivo: Quando combinado a outros canabinoides, como o CBD, o THC pode ser um reforço para o tratamento da epilepsia;
- Ação neuroportetora: Em estudos feitos com animais, o THCV ajudou a evitar a progressão de condições como Parkinson e Esclerose Múltipla;
- Ansiolítico: O THCV induz a sensação de relaxamento, principalmente em conjunto com o THC.
Onde pode ser encontrado?
O THCV não é encontrado em abundância em produtos normais, como óleo de CBD ou mesmo produtos de THC. É necessário que sejam produtos específicos feitos com alto teor da molécula, uma vez que ela é considerada um “canabinoide menor”.
A maioria das cepas e produtos de cannabis, contém quantidades indetectáveis de THCV, dificultando o efeito terapêutico desejado.
De onde vem o THCV:
- Cannabis sativas: os resultados de laboratórios mostram que o THCV esta é mais abundante em cannabis do tipo de subespécie sativas;
- Entender a genética do THCV: muitas das cepas tem genéticas africanas hibridizadas que geram maior quantidade do canabinoide. A Cherry Pie, por exemplo, pode conter um alto nível de THCV por meio de seu parentesco Durban Poison;
- Solicitar resultados de teste: A genética por si só não pode prometer um alto teor de THCV, isso pode variar de colheita para colheita. O ideal, é pedir amostras testadas em laboratório para garantir que realmente adquirindo o produto é rico em THCV;
- Produtos com THCV. Ou simplesmente procurar por produtos feitos com o composto para a compra. Hoje em dia, já há uma variedade enorme de lugares que vendem produtos feitos especificamente com o composto.
Onde comprar
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita.
Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto. Clique aqui.
https://cannalize.com.br/thcv-o-que-e-quais-seus-beneficios-e-efeitos/ Anandamida: A ‘cannabis’ produzida pelo corpo Já ouviu falar da Anandamida? Trata-se de um canabinoide produzido pelo próprio corpo e que afeta uma série de mecanismos fisiológicos, como o controle da dor e a estimulação do apetite, humor e até fertilidade.Trata-se de uma molécula bem parecida com as substâncias produzidas pela cannabis. Isso porque ela influencia as mesmas áreas do organismo e pelo mesmo canal.
Mas para entender como isso funciona, é necessário saber o que é o Sistema Endocanabinoide.
Sistema Endocanabinoide
O sistema endocanabinoide funciona como uma rede de receptores presentes em boa parte do corpo humano. Eles trabalham juntos para ajudar a manter o equilíbrio celular, efeito conhecido como homeostase.
Se uma pessoa está com febre, por exemplo, os chamados canabinoides sinalizam ao sistema que é preciso regular a temperatura corporal.
Esse equilibro permite que células, órgãos e sistemas funcionem de maneira correta. Todos os seres humanos e vertebrados tem um sistema endocanabinoide que evolui ao longo do tempo.
Canabinoides endógenos X exógenos
Os canabinoides da cannabis são chamados de canabinoides exógenos, ou seja, de fora.
Já os canabinoides de dentro, como a anandamida, é chamada de canabinoide endógeno, e funciona como uma chave para uma rede dos nossos receptores internos.
Eles ajudam nossos corpos a regular uma série de funções, que variam de apetite, sono, humor, regulação, neuro proteção e função imunológica.
Canabinoides na cannabis
O interessante é que a descoberta deste sistema no corpo veio através de uma tentativa dos cientistas para entender os efeitos de cannabis no corpo humano.
Através de pesquisas, foi descoberto que os cannabinoides existem fora dos nosso copo também, como o THC (Tetrahidrocanabinol) e o CBD (Canabidiol), que são encontrados nas cannabis.
Dentro do organismo, eles imitam o comportamento dos nossos canabinoides, ajudando a restaurar o equiílibro também.
O que é Anandamida?
A palavra anadamida tem origem do termo ”ananda” que na tradução significa ” felicidade” ou ”alegria”, pois uma das propriedades deste canabinoide é estimular o humor.
Também chamada de N-araquidonoil-etanolamina (AEA), a anandamida é um neurotransmissor e um agente de canabinoides, que funciona como um mensageiro que sinaliza os receptores, chamados CB1 e CB2.
O Dr. Raphael Mechoulam, conhecido por sua inovadora pesquisa farmalogica sobre canabinoides, descobriu a anandamida pela primeira vez ao tentar responder a pergunta:
“Porque nossos corpos contem receptores canabinoides que são capazes de ter ligação com canabinoides externos como THC e CBD?”
Como funciona
É importante destacar que o corpo produz anandamida sob demanda, para ser usada para restaurar a homeostase. Ela geralmente faz isso ajudando a regular a inflamação e sinalizando dos neurônios.
Como é um canabinoide criado pelo corpo, ele se liga principalmente aos nossos receptores canabinoides CB1 e CB2, da mesma forma que um canabinoide exógeno como o THC faria.
Qual a função da Anandamida e por que ela é tão importante?
A habilidade da anandamida de se conectar aos receptores CB1 e CB2, pode afetar profundamente uma série de mecanismos fisiológicos, incluindo a estimulação do apetite, humor, controle das dores, e até fertilidade.
A ativação e ligação de anandamida para nossos receptores canabinoides acontece quando o corpo busca constantemente se acalmar e manter o equilíbrio.
Quando nossas células, órgãos e sistemas começam a se afastar dos seus pontos de equilíbrio, nosso sistema endocanabinoide entra em ação.
Ótima performace celular
O corpo muda para se equilibrar, então as condições dos nossos sistemas precisam ser somente colocadas em ordem para manter a performace celular.
Uma das formas que a anandamida contribui para nossa regularização da homeostase, por exemplo, é através da ligação com os receptores CB e o avanço para as células nervosas do cérebro.
Esse processo conhecido como Neurogênese (o processo de formação de novos neurônios no cérebro), é importante porque a formação das novas células nervosas no cérebro é imperativa para funções como a memória e o aprendizado.
Os benefícios da anandamida
A anandamida é parecida com o THC, pois produz propriedades como a euforia, por exemplo. Contudo, ela também possui efeitos analgésicos, ansiolíticos e antidepressivos.
Desde a descoberta deste canabinoide, estudos tem mostrado resultados interessantes quando pessoas são expostas a grande quantidade da substância.
Uma pesquisa feita em 2015 em humanos e camundongos, por exemplo, descobriu que altos níveis de anandamida são catalisadores para melhorar o humor e reduzir o medo.
Em camundongos e humanos, a produção de enzimas responsáveis pela quebra da anandamida também levou para uma diminuição no medo e ansiedade durante o momento que percebiam alguma ameaça.
Um estudo adicional em 2009, mostrou que níveis altos de anandamida são essenciais para a ovulação e que durante o período gestacional pode afetar o desenvolvimento fetal.
A pesquisa concluiu que níveis mais altos durante a ovulação pode ser beneficente na gravidez.
Como o corpo produz anandamida?
De acordo com o médico-cirurgião Rafael Pessoa, a Anandamida é feita através da metabolização dos ácidos do organismo. As enzimas metabólicas sinalizam que o corpo precisa e os neurotransmissores respondem.
Um fato curioso, é que a própria anandamida também sinaliza quando é preciso produzir ou se há demais.
Como aumentar ou estimular a produção de anandamida?
O aumento nos níveis de anandamida já foram encontrados na corrente sanguínea de pessoas, que acabaram de praticar exercícios rigorosos.
Dessa for,a a teoria é que a anandamida pode aparecer à partir de uma alta euforia, que vem com atividade física vigorosa e prolongada.
Curiosamente, a anandamida pode estar presente em trufas, apesar de ainda não sabermos qual efeito biológico que o consumo de trufas possa ter no sistema endocanabinoide.
Há também alguns alimentos que auxiliam neste aumento, como o chocolate meio amargo. Isso porque ele também estimula a produção do neurotransmissor.
Alimentos com Kaempferol, como maçã, tomate, cebola, uva e batata também são úteis, pois inibem a produção de uma enzima que decompõe a anandamida.
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Referências:
- Leafly
Muitas pessoas que já conhecem o mundo canábico, sabem que o THC ou tetrahidrocarbinol é o composto químico da planta cannabis responsável por efeitos eufóricos. Mas o que mais podemos saber sobre o principal componente psicoativo da cannabis?
Seja você novato no mundo da cannabis ou alguém já experiente sobre o assunto, mas que gostaria de saber um pouco mais sobre o mais famoso canabinoide, veio ao lugar certo.
Mas o que é um canabinoide?
Os canabinoides ou fitocanabinoides são compostos químicos encontrados em algumas plantas como a cannabis, que interagem com receptores no cérebro e no corpo, causando vários efeitos.
A planta cannabis tem centenas de compostos, boa parte deles são canabinoides. Além do Canabidiol (CBD) e do tetrahidrocarbinol (THC),que muitas pessoas já conhecem, outros canabinoides também ganharam destaques por suas propriedades medicinais.
Os canabinoides encontrados na planta têm diferentes propriedades e efeitos sobre o corpo humano, mas também algo em comum: Todos eles afetam as percepções de dores e a interação com o sistema límbico, que está relacionado a cognição, memória, ações psicomotoras e a vista mesolímbica, relacionada a sentimentos e reações gratificantes.
Separamos alguns para você conhecer. Caso algum da lista chame a sua atenção, eles estão disponíveis de forma detalhada:
O que é THC?
Desde a sua descoberta pelo pesquisador israelita Dr. Rapahel Mechoulam, na década de 1960, esse canabinoide é o um dos mais conhecidos.
O tetrahidrocanabinol, é o produto químico responsável pela maioria dos efeitos psicoativos da maconha. Ele age de forma muito semelhante aos produtos químicos produzidos naturalmente pelo corpo.
Além disso, é o componente mais comum na cannabis sativa e se conecta aos receptores de canabinoides concentrados no cérebro e o Sistema Nervoso central para produzir efeitos colaterais.
Os receptores estão concentrados em certas áreas do cérebro associadas ao pensamento, memória, prazer, coordenação e percepção do tempo. O THC se liga a esses receptores, que, quando ativados, afetam a memória, o prazer, os movimentos, o pensamento, a concentração, a coordenação e a percepção sensorial e temporal de uma pessoa.
Sistema Endocanabinoide
Como os seres humanos (e muitos animais) têm um sistema receptor vinculado ao tetrahidrocanabinol, podemos obter os benefícios desse canabinoide para saúde e prazer.
Isso porque o próprio organismo produz canabinoides, que são conhecidos como endocanabinoides ou canabinoides endógenos. Eles servem para equilibrar a maioria das funções do organismo.
Se uma pessoa está com febre, por exemplo, são os canabinoides que sinalizam que é preciso abaixar a temperatura.
Esse sistema é chamado de Sistema Endocanabinoide, um grupo de produtos químicos de sinalização especializada (chaves), dos seus receptores (fechaduras) e a enzima metabólica que os produzem.
Dessa forma, esses sinais químicos funcionam sobre algumas das mesmas células cerebrais e receptores (CB1 E CB2) que canabinoides vegetais, como o canabinol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC).
Qual é a função do tetrahidrocanabinol?
Esse fitocanabinoide tem uma variedade de efeitos a curto prazo que podem ou não ser experimentados dependendo da pessoa.
Por exemplo, enquanto alguns têm a experiência de calma e paz, outros podem notar um aumento em níveis de ansiedade.
A diferença pode ser tão simples quanto a química do próprio corpo, mas certas concentrações de THC também podem causar diferenças dependendo de como a pessoa se sente.
Se uma variedade de cannabis provoca sentimentos desagradáveis, outra pode levar a uma sensação de prazer.
O ideal é procurar informações necessárias para encontrar o que é o melhor para você. E como sempre é aconselhável começar aos poucos e ir devagar.
Além do mais, é importante lembrar que o efeito da cannabis pode durar por algumas horas, mas vai desaparecer.
Alguns efeitos curtos da substância incluem:
- Exaltação;
- Relaxamento;
- Sedação;
- Alivio na dor;
- Comprometimento da memória;
- Energia;
- Fome;
- Sonolência;
- Aumento de batimentos cardíacos;
- Boca seca;
- Olhos vermelhos;
- Percepção lenta;
- Risos;
- Tontura;
- Sensação de peso;
- Ansiedade.
O que é o THC na Maconha?
De maneira bem simples, a substância é a principal substância que gera os efeitos alucinógenos da maconha. Quando ele é aquecido, ele libera a substância que se conecta aos receptores do cérebro e do sistema nervoso central.
É por isso que ocorre a famosa larica, por exemplo. Estes mesmos receptores também controlam a fome e o apetite. Isso confunde o cérebro, ele não entende que já estamos satisfeitos e a fome vem mesmo quando se acaba de comer.
Outro fato interessante é que a presença do THC baixa a pressão arterial, que consequentemente, dilata os vasos sanguíneos. É por isso que os olhos ficam vermelhos depois de um cigarro de maconha.
Isso acontece porque a maconha gera um aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, que diminuem cinco a 10 minutos depois do fumo. Então, há uma redução da pressão e o fluxo sanguíneo aumenta, causando a vermelhidão.
Efeitos colaterais
No cérebro a maconha afeta o equilíbrio, a coordenação motora, a postura e a noção do tempo, por um curto período em que o indivíduo está fumando. Por isso, é muito importante que o indivíduo não dirija depois de consumir a maconha.
A maconha pode prejudicar também a memória, principalmente a de curto prazo. Efeito que acontece durante o uso, mas se a droga é consumida todos os dias, pode até reter informações.
Mas a memória pode voltar se ficar sem usar a substância em até sete dias, a maioria dos efeitos prejudiciais da maconha não são permanentes.
Outro efeito da maconha é a “falsa memória”. Um estudo realizado na Holanda pelo professor de psicofarmacologia Johannes Ramaekers, da Maastricht University, descobriu que pessoas que fumam maconha podem desenvolver ideias que pensem ser lembranças.
A suspeita é a ativação dos receptores no hipocampo, é como se fosse uma central da memória. O que pode produzir fragmentação do pensamento, desconexão de associações e aumento na distração.
Mesmo a maconha recreativa sendo diferente da maconha medicinal, ela gera efeitos colaterais como qualquer outro remédio, que podem variar de secura na boca, aumento do apetite, palpitações entre outros.
Quais são os riscos e os efeitos a longo prazo do THC?
Existem pequenas evidencias concretas que apoiam as teorias sobre os efeitos a longo prazo do composto.
Pesquisas continuam sendo feitas e ainda sem conclusões e, com o tempo algumas das teorias prevalecem e podem ser confirmadas ou podem ser descartadas por completo.
Atualmente pesquisas sobre os efeitos de longa duração do composto sugerem que o fitocanabinioide pode causar alterações anatômicas no cérebro.
Em um estudo de 2015 da Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos, pesquisadores descobriram uma ligação entre o alto consumo frequente de THC as alterações anatômicas em uma região do cérebro chamado de corpo caloso, que conecta os dois hemisférios cerebrais.
Usando dados de participantes que relataram seu uso de maconha, os pesquisadores descobriram que consumidores diários da substância apresentam diferenças no corpo caloso comparado com consumidores que usam ocasionalmente e aqueles que nunca consumiram.
Contudo, as diferenças anatômicas entre consumidores frequentes de cannabis com alto nível de THC e outros grupos não puderam ser associada a psicose.
- Memória: Um estudo de março de 2016, sugeriu uma diminuição na função cognitiva verbal durante um longo período de consumo consistente de cannabis. A cada 5 anos de uso, os participantes perdiam a memória de uma palavra em uma lista de 15 palavras.
Mas esse estudo teve pequenas amostras de usuários de cannabis a longo prazo. Então é difícil saber quais as conclusões sobre isso.
- Psicose: Se alguém já tem predisposição para o desenvolvimento da psicose, a substância pode ser ruim, apenas uma preocupação para aqueles sujeitos a condições psicóticas, como esquizofrenia e outros transtornos. Pesquisas descobriram que os sintomas podem se desenvolver em até três anos mais cedo com o uso de cannabis.
- Tolerância: O corpo naturalmente constrói uma tolerância ao canabinoide. A desvantagem disso é que será necessário um aumento o nível de consumo para alcançar os efeitos desejados.
Leia também: É possível desenvolver tolerância à maconha?
A seguir estão algumas coisas que você não deve se preocupar, com base em pesquisas.
- Câncer: Não há nenhuma evidência consistente que defende o aumento no risco do câncer com o consumo de THC. Contudo, o fumo deve ser evitado, pois, inalar fumaça pode ser arriscado para a saúde.
- Overdose: Nunca houve um documentado sobre o risco de cannabis em caso de overdose. Seria praticamente impossível uma overdose fatal.
Quais os efeitos medicinais?
Existem uma variedade de condições que esse composto pode oferecer como benefícios, entre elas são:
- TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático);
- Dor neuropática e cronica;
- insônia;
- Náuseas;
- Inflamação;
- Artrite;
- Enxaqueca;
- Câncer;
- Fibromialgia;
- Alzheimer;
- Esclerose múltipla;
- Glaucoma;
- TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade);
- Queda do apetite.
Muitas pesquisas com a cannabis ainda permanecem em estágios iniciais e outras já estão consolidadas. Mas é provável que conforme essas pesquisas continuem ganhando força, além do avanço da legalização, nosso entendimento de como o THC e outros canabinoides pode ser utilizado para o tratamento dessas e outras condições iram expandir.
No Brasil, os remédios e produtos feitos com a planta só podem ser vendidos através de receitas azuis, do tipo B.
Preço, importação e como comprar
O plantio da cannabis, mesmo para fins medicinais, ainda é proibido no Brasil, de acordo com a Lei de Drogas 11.343 de 2006. Salvo por decisões judiciais.
Por isso, o preço é bastante salgado. Mesmo se produzido no Brasil, a matéria prima precisa vir de fora. Para se ter ideia, o único óleo brasileiro custa cerca de dois salários mínimos.
Através da Resolução 327/19, que entrou em vigor em 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou que as farmácias vendessem o óleo com receita médica. Contudo, o produto precisa ser aprovado. Até agora, a agência já autorizou a venda de 11 óleos feitos com a planta.
Muitos ainda preferem importar. O preço varia de acordo com a concentração, tipo de produto e até a marca, com preços que variam de R$200,00 a R$3 mil.
Porém o processo não é tão simples. É necessário pedir uma autorização da Anvisa, que precisa ser renovada a cada dois anos. Além de receita e laudo médico. Entenda mais sobre isso aqui.
O número de adeptos á terapia canábica só aumenta. De acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Cannabis (BRCann), mais de 33 mil pessoas passaram a utilizar cannabis medicinal desde o começo da pandemia de COVID-19. Um aumento de 492%.
Quais as diferentes formas de consumir o THC?
Existem inúmeras formas para consumir o THC, a mais comum e óbvia tem sido através do fumo. A chamada Descarboxilação (acontece no aquecimento) e é a chave para desfrutar o componente.
Com tanto a ser dito sobre o canabinoide, as informações a cima pode agir como um salto para uma mente, e conforme as pesquisas crescem e expandem, obviamente haverá muito mais para aprender e entender.
Na sua forma bruta a cannabis não é intoxicante sendo o seu canabinoide primário o THCA. Contudo, através do calor, ao acender um cigarro de maconha ou até mesmo cozinhá-lo em óleo, o canabinoide é convertido na substância.
Existem muitos jeitos diferentes de apreciá-lo.
O cigarro de maconha é a forma mais comum. No entanto, o fumo é uma combustão, onde a fumaça vai direto para os pulmões. O problema é uma fumaça densa, que contém fuligem e resíduos de papel.
As altas temperaturas do cigarro também podem trazer outras desvantagens na garganta, como laringite e faringite.
- Vaporização Já os Vaporizadores são a escolha lógica para os consumidores que querem ter um equilíbrio entre a experiência e a saúde. São uma forma mais saudável de utilizar a maconha, que apesar dos efeitos positivos pode prejudicar algumas funções do organismo. Os famosos vapes nada mais são que a inalação da substância também. O segredo, aqui, é que a cannabis não entra em combustão, mas é cozida. Isto elimina até 95% da fumaça produzida.
- Chá. Assim como no chá de camomila o chá de maconha tem o efeito relaxante e calmante. No entanto, como o composto não é solúvel, é necessário acrescentar algum tipo de gordura, como manteiga.
- Na comida. Outra maneira de se consumir a cannabis, e que tem se tornado popular, principalmente para pessoas com dores crônicas, é adicioná-la na comida. Muitos fazem manteiga de maconha para acrescentar em qualquer receita. Em alguns países, já há chocolates, pirulitos cookies e até pipoca de maconha.
- Extrato. Este tipo de consumo é mais usado para tratamento, ele consiste na retirada das substâncias medicinais e é usado oralmente, colocando gotas de baixo da língua ou acrescentando na comida.
- Vaporizando. Este método é para aqueles que já consumiam os cigarros de maconha, mas agora estão mais conscientes. O segredo, aqui é que a cannabis não entra em combustão, mas é cozida. Isto elimina até 95% da fumaça produzida.
- Uso tópico. Acredite ou não, mas também é possível fazer pomada com maconha. Ela é geralmente usada para tratar queimaduras, dores musculares, inflamações de atletas e até no tratamento de câncer. Diferente dos outros métodos, este não causa efeitos alucinógenos, apesar de ser rico em THC.
- Suco. Como se fosse uma bebida detox, o suco de maconha é para aqueles mais preocupados com a saúde, pois é possível aproveitar de todos os seus benefícios terapêuticos sem se preocupar com os níveis da substância, pois, este só é liberado quando aquecido.
Quais as diferenças entre o THC e o CBD
A diferença entre esses dois fitocanabinodies está na forma como eles se conectam com os receptores canabinoides presentes em nossos corpos chamados de CB1 e CB2 e os como reagem e afetam o corpo ao se conectarem com esses receptores localizados em nosso Sistema Endocanabinoide.
Para facilitar, é como se cada um desses canabinoides fossem direcionados para cada receptor. Pense nisso como um plugue elétrico conectado a uma tomada na parede.
O tetrahidrocanabinol pode se conectar perfeitamente com os receptores CB1, causando um efeito de euforia mais conhecido como o famoso “barato” da cannabis.
Já o CBD ou canabidiol se conecta aos receptores CB2. Diferente do THC, ele causa efeitos mais relaxantes, por esse motivo na maioria é usado como um anti-inflamatório para alívio de sintomas de diversas doenças.
Diferente do que muitas pessoas acreditam, o CBD não é intoxicante, ao contrário do componente que na maioria deve ser usado em dosagem controlada com no máximo 0,3% do fitocanabinoide.
Existem outros fatores que diferem esses canabinoides como:
- O CBD não é uma substância controlada, o THC é;
- O CBD não vai deixar você chapado, o tetrahidrocanabinol, se for usado excessivamente sim;
- Eles têm diferentes arranjos atômicos;
- O CBD é mais abundante no cânhamo, já a susbstância psicoativa está em outras formas de cannabis;
- O CBD derivado do cânhamo é legal na maioria dos países, o THC apenas em quantidades mínimas.
Algumas pessoas têm equivocadamente rotulado o componente como um “Canabinoide mau” e o CBD como um ” Canabinoide bom”, o que não é verdade. Pois apesar de ter efeitos mais fortes do que o canabidiol, quando usado de forma controlada e de acordo com a necessidade, a substância pode sim ser benéfico.
Consulte um profissional
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento. Clique aqui.
Referencias
https://cannalize.com.br/thc-o-que-e-efeitos-riscos-e-formas-de-consumo/ Tudo Sobre Maconha: o que é, quais os tipos e legislação Você já se perguntou por que a maconha é uma planta tão polêmica? A erva mais popular do mundo é amada ou odiada pelas pessoas.Enquanto muitos consideram uma dor de cabeça por conta vício no uso recreativo, outros consideram uma bênção por suas propriedades medicinais.
Mas o que de fato é a maconha?
Primeiro que maconha é um nome popular, o nome científico é cannabis sativa. Ela faz parte do gênero de plantas cannabis, que aparece em três espécies: cannabis sativa, cannabis indica e a cannabis ruderalis.
Por causa do uso mais comum da sativa, associamos a palavra maconha a cannabis em geral. Vale ressaltar que há também inúmeros cruzamentos da planta com outras espécies.
A maconha é conhecida e usada há mais de mil anos para tratar a saúde. Também foi muito utilizada na época industrial, por conta da sua fibra, na fabricação de tecidos, papéis, cordas e até combustíveis.
No período colonial, pelo menos aqui no Brasil, a erva era incentivada, tanto que no final do século 19, era recomendada por médicos para tratar bronquite, asma e insônia.
No entanto, em 1930, influenciado pelos Estados Unidos, que havia adotado uma política antidrogas, o uso da maconha começou a ser reprimido.
Segundo muitos antropólogos, esta proibição se deu pelo preconceito racial, já que muitos negros haviam desenvolvido o hábito de fumar maconha.
Tipos de maconha
Há vários tipos de cannabis, que além da aparência e do cheiro, podem ter algumas modificações nos níveis de canabinoides e terpenos.
Vou te explicar melhor: O tipo da planta mais comum no Brasil é a sativa, certo? Dela vem subespécies bastante conhecidas, como o cânhamo e a famosa maconha.
Estas subespécies, por sua vez, também podem sofrer variações de diferentes tipos. Isso acontece de acordo com o lugar, a cultura e os cruzamentos genéticos.
Espécie VS Strains
As culturas, o clima e até mesmo a maneira em que as pessoas cultivavam a cannabis modificaram a planta criando as famosas cepas de raças e locais.
As famosas sativa, a indica e a cannabis ruderalis são espécies, que se diferem por suas formas e características.
Já as cepas indicam a linhagem da planta, efeitos específicos ou até aromas marcantes. Tanto que são vendidas de acordo com a preferência do consumidor.
Quais os efeitos da maconha?
Fumar maconha não causa só o relaxamento do corpo, mas também uma série de outros sintomas, como sonolência, angústia, olhos vermelhos e principalmente fome, a famosa larica.
Isso porque o THC também pode desencadear um surto de um hormônio chamado grelina, mais conhecido como hormônio da fome.
O hormônio geralmente é ativado quando o estômago está vazio, enviando uma mensagem para o cérebro dizendo que é hora de comer.
É também o tetrahidrocanabinol que dá a sensação de “barato”, fazendo com que o cérebro libere dopamina, o hormônio que dá a sensação de bem-estar.
Ele é parecido com a anandamida, que regula o nosso humor, sono, memória e apetite.
Efeitos ambíguos
No cérebro a maconha afeta também o equilíbrio, a coordenação motora, a postura e a noção do tempo, por um curto período em que o indivíduo está fumando.
Por isso, é muito importante que o indivíduo não dirija depois de consumir a maconha.
Uma coisa curiosa é que os efeitos são ambíguos, enquanto alguns sentem sonolência e diminuição da atividade motora, muitos tem uma reação contrária, sentirão euforia e intensificação dos movimentos. Sempre vai depender do indivíduo e da quantidade que ele ingere.
Quanto tempo dura uma brisa?
O tempo pode variar de acordo com cada indivíduo também.
Mas geralmente os efeitos aparecem até uma hora depois do fumo e podem se prolongar até 12 horas.
Já os efeitos no pensamento e na coordenação podem demorar até 24 horas, e a memória de curta duração pode durar semanas.
Efeitos na memória
Sim, a maconha pode prejudicar a memória. Efeito que acontece durante o uso, mas se a droga é consumida todos os dias, pode até reter informações.
Mas a memória pode voltar se ficar sem usar a substância em até sete dias, a maioria dos efeitos prejudiciais da maconha não são permanentes.
Outro efeito da maconha é a “falsa memória”. Um estudo realizado na Holanda pelo professor de psicofarmacologia Johannes Ramaekers, da Maastricht University, descobriu que pessoas que fumam maconha podem desenvolver ideias que pensem ser lembranças.
A suspeita é a ativação dos receptores no hipocampo, é como se fosse uma central da memória. O que pode produzir fragmentação do pensamento, desconexão de associações e aumento na distração.
Como ela funciona
No organismo, ela atua graças ao que chamamos de “receptores canabinoides”, que ficam nas membranas celulares que todos os mamíferos têm. Os principais receptores são chamados de CB1 e CB2. O primeiro é responsável pela absorção dos canabinoides por todo o corpo humano e o segundo, para o sistema nervoso e imune.
Dos mais de 120 canabinoides já estudados presentes na maconha, os mais famosos são o tetraidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), que dentro do sistema endocanabinoide do corpo, podem influenciar na dor, no apetite, na memória, sono e resposta imunológica.
Isso, porque eles são semelhantes aos canabinoides produzidos pelo nosso próprio organismo para controlar estas funções.
THC
A maior diferença entre o THC e o CBD é o efeito alucinógeno. O THC é o principal composto usado no uso recreativo, que causa o efeito psicoativo. Isso porque ele ativa o receptor CB1 que consequentemente gera efeitos no cérebro e no sistema nervoso.
Como eles se conectam a receptores diferentes, os efeitos de remédios também pode variar.
CBD
Já o CBD atua no CB2. Ele incentiva os receptores naturais do corpo a produzir os próprios canabinoides, o que ajuda no equilíbrio funcional do nosso organismo. Por isso, o CBD é muito utilizado na fabricação de remédios. Além de diminuir os efeitos do THC, ele não vicia.
É importante lembrar que não precisamos descartar o THC completamente, pois ele também já mostrou ter propriedades positivas na fabricação de medicamentos. Hoje há até remédios que são utilizadas em conjunto ao CBD, potencializando seu efeito.
Existem outras substâncias na cannabis que possuem benefícios ainda estudados, como terpenos, flavonoides e outros canabinoides, como o tetrahidrocanabivarina (THCV),o canabigerol (CBG), entre outros.
Consumo
No Brasil, a maconha ainda é ilegal para o uso recreativo de acordo com a Lei antidrogas de 2006. A pena pode variar de advertências, medidas educativas e prestação de serviço.
Contudo, não há um parâmetro específico para dizer quantas gramas é considerado consumo próprio ou tráfico, sempre vai depender da interpretação do juiz.
Mas se você pensa que as pessoas só fumam a erva, está enganado. Hoje o uso recreativo é mais responsável e também mais criativo. Os consumidores buscam maximizar os benefícios e diminuir os efeitos negativos.
Veja seis exemplos de como as pessoas utilizam ao redor do mundo:
- Como chá. Assim como no chá de camomila o chá de maconha tem o efeito relaxante e calmante. No entanto, como o THC não é solúvel, é necessário acrescentar algum tipo de gordura, como manteiga.
- Na comida. Outra maneira de se consumir a cannabis, e que tem se tornado popular, principalmente para pessoas com dores crônicas, é adicioná-la na comida. Muitos fazem manteiga de maconha para acrescentar em qualquer receita. Em alguns países, já há chocolates, pirulitos cookies e até pipoca de maconha.
- Extrato. Este tipo de consumo é mais usado para tratamento, ele consiste na retirada das substâncias medicinais e é usado oralmente, colocando gotas de baixo da língua ou acrescentando na comida.
- Vaporizando. Este método é para aqueles que já consumiam os cigarros de maconha, mas agora estão mais conscientes. O segredo, aqui é que a cannabis não entra em combustão, mas é cozida. Isto elimina até 95% da fumaça produzida.
- Uso tópico. Acredite ou não, mas também é possível fazer pomada com maconha. Ela é geralmente usada para tratar queimaduras, dores musculares, inflamações de atletas e até no tratamento de câncer. Diferente dos outros métodos, este não causa efeitos alucinógenos, apesar de ser rico em THC.
- Suco. Como se fosse uma bebida detox, o suco de maconha é para aqueles mais preocupados com a saúde, pois é possível aproveitar de todos os seus benefícios terapêuticos sem se preocupar com os níveis de THC, pois, este só é liberado quando aquecido.
Moderação
Mas atenção, apesar de tantos benefícios, o uso abusivo pode trazer consequências ruins. O pensamento que muita gente tem é que, por se tratar de um produto natural, pode ser consumido em grandes quantidades, o que não é verdade.
Usada de maneira irresponsável ela pode ser prejudicial a curto e a longo prazo.
A maconha causa vício?
Não vou mentir para você, a maconha pode sim causar dependência, se consumida em grandes quantidades. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificação da planta para induzir à dependência está entre leve e moderada.
Isso quer dizer que se alguém consumir em grandes doses e por muito tempo, pode sim levar a um tipo de dependência, mas certamente não é maior que álcool ou heroína. Dificilmente haverá uma busca desenfreada por maconha.
Não há estudos que afirmam de forma clara o porquê a planta vicia, quais são os mecanismos que levam a dependência. Mas o que se sabe é que a porcentagem de pessoas que ficam dependentes varia de 5% a 8%, uma porcentagem baixa se você for comparar com outras drogas como o cigarro, por exemplo.
No entanto, os sintomas de abstinência não passam de irritabilidade, falta de apetite e insônia.
Overdose de maconha
Foi descoberto em 1988 que para ter uma overdose o indivíduo precisa consumir cerca de 680 kg de maconha em no máximo 15 minutos, o que equivale a mais ou menos de 20 mil a 40 mil cigarros da erva.
Por isso é praticamente impossível morrer por uma overdose de maconha.
Outro fator é que a maconha tem os benditos canabinoides, por isso, o corpo absorve melhor.
No entanto, é importante lembrar que o exagero é perigoso. Você pode não morrer, mas as consequências são sérias.
Consumir uma quantidade maior do que o corpo pode aguentar pode levar a vômitos, náuseas, ansiedade paranoia e uma série de outras reações indesejáveis.
Redução de danos
Quando falamos sobre vício em substâncias, a primeira coisa que vem à sua cabeça são as clínicas de reabilitação, certo?
Estas instituições usam a abstinência e o isolamento como método central, combinado a atividades religiosas ou trabalho. Mas isso nem sempre dá certo. Até agora, os estudos sobre a efetividade do tratamento não são suficientes.
Contudo, há outras soluções para combater a dependência de forma mais eficaz, além de garantir a integridade do paciente, como a redução de danos.
Ao contrário do que muitos pensam, a redução de danos não é uma “tendência nova”, mas um conjunto de estratégias para minimizar os efeitos das drogas.
Ela pode incluir métodos que podem não estar diretamente ligados às substâncias, mas também ao cenário ao redor do tema.
“Maconhistas”
Há alguns grupos, conhecidos como “maconhistas”, que defendem a produção própria da maconha como uma forma de redução de danos. Isso garante um produto mais seguro, pois não é misturado com outras substância e é feito em um lugar conhecido pelo consumidor.
O movimento também não descarta o acompanhamento médico e social feito na redução de danos.
A maconha prensada, por exemplo, pode conter metais pesados, contaminantes e compostos que podem se agravar ainda mais quando entram em combustão.
O uso medicinal
Primeiro é importante ressaltar que a maconha não cura doenças. Há grandes estudos médicos e várias indicações para o tratamento de diversas enfermidades, em que é relatado uma melhora significativa nos quadros clínicos.
No entanto, infelizmente, não é a cura.
Mesmo a maconha recreativa sendo diferente da maconha medicinal, ela gera efeitos colaterais como qualquer outro remédio, que podem variar de secura na boca, aumento do apetite, palpitações entre outros.
Mas os efeitos mudam de acordo com o tipo de medicamento e a dosagem.
Apesar dos estudos sobre a planta serem relativamente novos, já foram descobertos mais de 400 compostos, responsáveis pelos efeitos psicoativos e medicinais.
Com isso, sementes da planta são modificadas para conter apenas certos componentes, de acordo com a sua finalidade.
As suas células são geneticamente modificadas e o seu genoma pode ser alterado, fazendo a planta produzir as moléculas desejadas.
É possível mudar até para a preferência dos consumidores, aumentando ou abaixando o nível das substâncias para mudar o gosto, o cheiro, a intensidade.
História
Em 2021 foi feita uma análise dos genomas de 110 plantas de todo o mundo e foi descoberto que a cannabis foi domesticada pela primeira vez no que hoje é o noroeste da China, há cerca de 12 mil anos.
Esta descoberta confirma a cannabis como uma das plantas cultivadas mais antigas da história.
Acredita-se que a domesticação original da cultura tenha sido o resultado dos muitos usos de muitas partes da planta.
As evidências coletadas em vários sítios arqueológicos de todo o mundo mostram que a cannabis / cânhamo (que possui níveis baixos de THC) tem sido usada para muitas coisas, como:
- Fibras para roupas;
- Armas;
- Comida;
- Óleo;
- Medicamentos;
- Em alguns casos até mesmo como uma ferramenta espiritual e religiosa.
Embora a planta tenha uma longa história na cultura humana, o acesso à cannabis ainda é bastante restrito, sendo necessárias pesquisas para descobrir a data de domesticação da cultura com suas dificuldades.
Crime
Influenciado pelos países que proibiram a cannabis, em 1921, a primeira lei de controle de drogas surgiu no Brasil.
Ela penalizava apenas a venda de cocaína, ópio e derivados, mas em 1932 a cannabis indica foi incluída, e seis anos depois, o Ato Fiscal da Maconha, abrangeu a cannabis sativa também, exceto para o uso medicinal.
Mas, no dia 4 de novembro de 1964, no início da ditadura militar, a simples posse de cannabis foi classificada como crime.
O aumento de encarceramento pode estar relacionado a subjetividade da lei, pois cabe ao juiz julgar se a pessoa é traficante ou usuário.
No último relatório da realizado pelo Infopen em junho de 2019 revelou que mais de 170 mil pessoas estão presas por porte de drogas, um aumento de 508% só no estado de São Paulo.
Apesar do número crescente de prisões, o tráfico de maconha não acaba. Segundo um levantamento feito pela câmara dos deputados em 2016, pelo menos mais de cem hectares da planta são descobertos todos os anos no Brasil, isso desde a década de 1990.
Legislação do uso adulto
Uso pessoal
A maconha para o uso adulto ainda é proibido no Brasil, mesmo para uso pessoal. De acordo com o artigo 28 da Lei 343/2006, as penas para quem possuir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, podem variar de advertência a prestação de serviços comunitários.
Ainda assim, é a principal droga ilícita mais consumida no país.
Para se ter uma ideia, 7% da população já usou maconha alguma vez na vida, o que representa 8 milhões de pessoas, segundo o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Política de Álcool e outras Drogas.
Narcotráfico
Ainda segundo a lei de 2006, o artigo 34 diz que é crime fabricar, distribuir, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar, possuir guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente maconha ou qualquer tipo de maquinário destinado a fabricação, preparação ou transformação de drogas.
Por isso, muitos pacientes, mesmo com o aval da justiça para cultivar medicinalmente, evitam plantar ao ar livre, mas dentro de casa com luzes de LED ou o sol da janela.
Quando é considerado tráfico pelo juiz, as consequências são mais severas. Segundo o código penal, a pena é de 5 a 15 anos de reclusão, que pode ser cumprido em regime semi-aberto.
O tráfico de drogas lidera ranking de prisões no Brasil há um tempo. Só em 2019, a incidência de crimes de tráfico de drogas era de 163,2 mil, de acordo com Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias realizado todos os anos.
Legislação medicinal
O uso medicinal é legalizado graças a duas resoluções vigentes.
A RDC 327/19 autorizou a venda de produtos à base de cannabis nas farmácias mediante a prescrição médica. Contudo, os produtos precisam ser autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Já a Resolução 335/15, que foi atualizada pela RDC 660/22, permite a importação de produtos derivados da planta. Contudo, o processo é um pouco mais burocrático.
É necessário, por exemplo, uma autorização excepcional da Anvisa, além do laudo médico do paciente e um termo de responsabilidade. Saiba mais sobre isso aqui.
Atualmente há também projetos de lei como a proposta sobre o cultivo e produção de produtos medicinais em tramitação no Brasil.
https://cannalize.com.br/tudo-sobre-maconha-o-que-e-quais-os-tipos-e-legislacao/