Ontem (26/10) tivemos uma live diferente. Dessa vez, a conversa foi entre dois youtubers do mundo canábico. O Bruno Logan, do canal RD com Logan, através do instagram da Cannalize, bateu um papo com o Caio Cézar, do Cozinha 420.
Caso tenha perdido a live, ela está salva no nosso canal do IGTV e ao final dessa matéria.
Junto com a interação do público, a conversa girou em torno da visão coletiva da maconha e como o papel da militância é importante para mudar o preconceito.
Também foi discutido que tipo de legalização estamos buscando e como isso pode acontecer. Bruno Logan ainda acrescentou que sem a voz do público, fica muito mais difícil traçar esta luta.
Recentemente, algumas conquistas foram alcançadas, como a legalização medicinal, mediante a prescrição médica e remédios disponíveis nas farmácias.
No entanto, comparado ao resto mundo, estamos caminhando a passos lentos que podem nos deixar em desvantagem.
Segundo os influenciadores, o primeiro passo para mudar essa realidade, é quebrar os estigmas pejorativos, em relação aos usuários.
“A gente tem que fazer barulho. Agora, em época de eleição, procurar candidatos que lutem de forma significativa pela causa” acrescentou o Caio.
Durante a conversa, eles mencionaram que figuras públicas e até mesmo comuns, mas com alguma influência, têm que falar abertamente sobre isso.
Hoje, a cannabis é associada a criminalidade, ao racismo e ao desocupado. Por isso, mostrar que o uso adulto da cannabis é normal, pode quebrar preconceitos e mostrar que a afirmação é falaciosa.
Bruno Logan ainda ressalta que pessoas com maiores presenças, devem ser as primeiras a falar.
“Quanto maior é o seu privilégio, mais você tem responsabilidade de assumir que é usuário de maconha” complementou.
Caio Cézar do Cozinha 420 ainda acrescentou que as pessoas tem receio de experimentar o tratamento alternativo porque ficam com medo de que a criança ou o paciente fique “chapado ou fora de si”.
No entanto, embora a cannabis medicinal não gere estes efeitos, as pessoas ignoram o fato de que as drogas vendidas nas farmácias também têm o poder de deixar alguém em um estado de “brisa”.
Além do mais, muitos pacientes já fazem o uso medicinal sem perceber. Por exemplo, em forma de cigarro de maconha, também libera canabinóides que podem agir de forma terapêutica.
Principalmente para pacientes com dores crônicas e espasmos.
“A maconha também ajuda as pessoas a sair do vício de outras drogas”, afirmou Bruno Logan.
E de fato isso é verdade. O nosso cérebro funciona com um sistema de recompensa, onde estão concentrados os estímulos de prazer.
Estes por sua vez, são responsáveis por mandar as sensações para o resto do corpo.
As drogas tem a capacidade de causar uma influência gigante nesta área, e o uso contínuo faz o corpo querer cada vez mais, perdendo o interesse em outros prazeres ou funções, como comer.
No entanto, há uma esperança para este caso. Isso porque o nosso corpo possui um sistema chamado Sistema Endocanabinóide, ele trabalha a nível celular ajudando a regular alguns efeitos do nosso organismo, como a fome, sono e humor.
Quando os canabinóides da cannabis entram no nosso corpo e interagem com os nossos, juntos podem recuperar o equilíbrio, fazendo as coisas voltarem ao normal.
Ele vai reduzindo gradativamente a compulsão pelos efeitos químicos, porque auxilia na regularização dos neurotransmissores.
Isso explica também porque não é possível uma pessoa ter uma overdose de maconha, por exemplo.
Os dois youtubers também ressaltaram que mais que falar sobre o assunto e mostrar as evidências, devemos pensar em que tipo de legalização vamos querer.
“Como essa legalização será realizada? Maconha só na farmácia? em casa? entregue pelo sus? estatal? Uma série de possibilidades que precisamos conversar. Não dá pra pegar o modelo de outros países.” acrescentou Bruno Logan.
Por fim, na live foi destacado que este é um tema muito abrangente e que precisa ser debatido por várias esferas, como economia, indústria, medicina, farmácia, religião, cultura e o que mais englobar.
Veja a live completa abaixo.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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