Homem admite ter usado cannabis e é impedido de voltar para sua casa

Homem admite ter usado cannabis e é impedido de voltar para sua casa

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Muitos dizem que a cannabis destrói famílias, mas na verdade não é bem assim. A seguir falaremos sobre a história de uma família que enfrentou diversas lutas para estarem juntos novamente.

Um pouco de honestidade fez com que um homem ficasse preso no México, separado de sua família e proibido de voltar aos Estados Unidos. Ele passou por um período de dois anos, após contar a verdade sobre ter fumado cannabis uma vez.

Este homem se chama José Palomar, um cidadão da Califórnia do Sul que finalmente pode voltar para sua casa no mês passado e surpreendeu seus filhos.

Durante esse incrível acontecimento, sua filha Emlily, com 7 anos, estava dormindo na sala de estar, então em poucos minutos ela percebeu que quem estava no mesmo lugar olhando para ela, era seu pai. Sem pensar duas vezes, ela se jogou nos braços dele e os dois choraram juntos.

Em seguida, ele subiu as escadas de sua casa para surpreender April, seu filho de 12 anos, que correu em sua direção chorando de felicidade em ver o pai.

Joshua, de 14 anos, estava na garagem, jogando vídeo games, mas ele também correu para abraçar e receber Palomar. 

‘’Ele está um pouco maior em comparação à última vez que o vi’’, disse Palomar.
                                     

Melanie, a bebê do casal, que tinha 6 meses quando Palomar saiu de casa, estava com a avó quando ele voltou. Infelizmente por uma injustiça, ele perdeu a oportunidade de ouvir suas primeiras palavras e ver seus primeiros passinhos.

Sua honestidade custou sua liberdade

O retorno de Palomar à Califórnia ocorreu quase dois anos depois que lhe negaram o que poderia ter sido um visto de imigrante bastante comum. 

O destinatário do DACA, que nasceu no México, mas cresceu no Sul da Califórnia, cruzou a fronteira em junho de 2019, em busca de documentos  para um green card e eventual cidadania americana.

Mas durante uma entrevista no México, Palomar respondeu de maneira sincera quando foi perguntado se alguma vez ele tinha consumido substancia ilegal, neste caso a cannabis.  A substância é legal na Califórnia, mas ilegal segundo a lei federal. 

Sua resposta sincera e honesta, o colocou em uma odisséia de quase dois anos, onde Palomar não tinha permissão para voltar para casa,e sua família lutou contra isso. 

A esposa de Palomar, Christine, que sempre apoiou a família ao mesmo tempo, defendia seu esposo constantemente e lutava pela sua volta com várias agências governamentais e órgãos legislativos.

Ela o ajudou com um apartamento em Tijuana e viajava até lá sempre que conseguia, às vezes com as crianças.

Enquanto isso, quando a pandemia virou e a vida de todos de cabeça para baixo, ela ficou sozinha em sua casa para cuidar das crianças, que por um período estudavam online.

Inevitavelmente, a luta doeu financeiramente e emocionalmente. Os carros do casal foram recuperados enquanto Christine trabalhava para manter a família estabilizada.

Então, cinco dias depois do natal, sua mãe inesperadamente faleceu. Entre o trauma da ausência de seu marido e a morte de sua mãe, Christine desenvolveu problemas de saúde e teve convulsões.

Depois disso, o estresse afetou toda a família. 

A certa altura, cansada e frustrada Christine se perguntou: ‘Eu tenho que morrer para que o governo deixe meu marido voltar para a casa?.’’

Mais recentemente, depois de tantos pesadelos, enquanto o casal viajava juntos para a cidade do México Ciudad Juárez para finalizar um visto da esposa que lhe renderia o cobiçado green card, ambos estavam mais confiantes.

Mesmo assim, a longa separação cobrou seu preço.

‘’Tirou literalmente tudo de mim para continuar’’, disse Christine

Palomar agradeceu a sua esposa por sua persistência, dizendo: ‘’Ela nunca desiste de nós.’’

Até hoje o casal e a família não conseguem entender e aceitar que Palomar foi impedido de voltar para sua casa durante tanto tempo, simplesmente por responder uma pergunta de forma sincera e ser punido por sua honestidade.

Palomar, agora com 28 anos, cresceu em Anaheim depois que foi trazido ilegalmente do México para os Estados Unidos quando tinha seis anos. 

Como beneficiário de um programa conhecido como DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals), ele teve alívio temporário de uma possível deportação.

Ele também conseguiu se qualificar para o green card porque é casado com uma cidadã americana.

Referências

  • Mercury News

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