Você sabe quanto custa o produto brasileiro à base de cannabis?

Você sabe quanto custa o produto brasileiro à base de cannabis?

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

O preço do novo produto à base de canabidiol pode chegar ao valor de até a dois salários mínimos, isso já com o desconto.

Depois da decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) sobre a venda de produtos à base de planta entrar em vigor em março, uma empresa brasileira já conseguiu o aval em abril para vender o produto no Brasil.

No entanto, com o cultivo no país ainda proibido, a matéria prima é importada do Canadá, o que faz o preço nacional não mudar muita coisa do produto importado.

O canabidiol de 200 mg/ml, de 30 ml, já à venda na Droga Raia, com o preço de R$2.143,30 com desconto, o valor original é de 2.500,00. O cliente ainda não consegue adquirir, mas tem a opção de “avise-me” quando o produto de fato estiver disponível.

O produto foi colocado recentemente no site da Droga Raia com tarja preta

Não é um medicamento

O novo produto à base de cannabis não chega a ser um medicamento, mas um produto com autorização sanitária. A farmacêutica Prati-Donaduzzi tem um prazo de cinco anos, sem prorrogação, para fazer os testes clínicos para o produto de fato se tornar um remédio.

No Brasil, só há um medicamento autorizado à base de cannabis. O Mevatyl não é de canabidiol (CBD), mas sim à base de THC e tem que ser importado. Custa em média R$ 2.800,00.

O Mevatyl foi regularizado em 2017 e é o único medicamento autoriado no Brasil.

Plantio

Apesar da indústria de cannabis estar mais otimista no Brasil, produtos e medicamentos à base da erva não são uma solução para todos, há um tipo certo de dosagem de CBD e THC para pessoas diferentes, por isso, o cultivo é tão defendido.

Outra questão é que para um paciente conseguir uma autorização para o plantio, ele deve seguir uma série de requisitos, um deles é alegar que não há um medicamento no Brasil para o tratamento. O advogado Erik Torquato membro da Rede Reforma e  ativista no plantio, relata que já viu pedidos negados pela alegação de que agora é possível comprar nas farmácias.

Para muitos, o preço alto só reforça a inacessibilidade da cannabis medicinal no Brasil. O advogado ressalta “É aviltante e desumano obrigar mães e pacientes a comprarem produtos que chegam ao custo de mais de 2 salários mínimos em um país em que mais da metade dos cidadãos vivem com menos da metade de um salário por mês.”

 

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