Votação na sede legislativa da cidade autorizou o PL 05/2022, que buscava a regulamentação da cannabis para fins medicinais. Mas o projeto ainda não é lei.
Na última terça-feira (22), a casa legislativa de Macaé, no Rio de Janeiro, aprovou, de forma unânime, a utilização da cannabis medicinal na cidade.
O PL 05/2022, proposto pelo vereador Edson Chiquini (PSD), prevê a distribuição gratuita de produtos canábicos para a população. Eles estarão disponíveis na rede pública, privada ou conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O projeto agora seguirá para a sanção do prefeito Welberth Resende.
O autor do projeto, também ressaltou a intenção de tornar os preços canábicos mais acessíveis:
“Hoje, uma família chega a pagar R$2 mil ao mês para ter acesso ao Canabidiol (CBD), o que o torna inacessível para a maioria dos pacientes que sofrem com distúrbios neurológicos. A nossa intenção ao regulamentar é criar uma associação, que poderá comercializar o óleo por cerca de R$ 80”.
Atualmente, o alto custo dos produtos é um dificultador para a comercialização. Os preços dos medicamentos autorizados pelo governo para serem vendidos nas farmácias são, em geral, inacessíveis para a população.
O Canabidiol Prati-Donaduzzi, por exemplo, varia entre R$200 e R$2.500, enquanto o Mevatyl pode chegar a R$2.800.
Segundo o parlamentar, o preconceito enraizado em torno da planta dificultou a aceitação sobre os seus benefícios medicinais. Macaé, portanto, quer romper com essas barreiras.
A cannabis, comprovadamente, vem se tornando uma solução no tratamento de muitas doenças e distúrbios. Em muitas situações, ou são as melhores opções ou as únicas que apresentam eficácia.
“Em todos esses casos há registros de melhora significativa no quadro neurológico, inclusive em crianças”, evidencia o político.
O cenário é distinto em outras cidades do estado. Diferente de Macaé, a regulamentação da erva não está no mesmo patamar nos demais locais.
Recentemente, a Câmara Municipal de Niterói vetou a disponibilização de produtos canábicos pela rede pública da cidade.
Já em Cabo Frio, o projeto apresentado pelo vereador Felipe Monteiro (PDT), ainda está em análise. O objetivo também é a distribuição de cannabis medicinal no município.
A realidade mais positiva é em Búzios, onde foi liberado a prescrição para tratamentos à base da planta. Além disso, há expectativa da cidade disponibilizar medicamentos canábicos em breve.
Até agora, o Rio Grande do Norte é o único estado com uma lei que disponibiliza o produto feito com a planta, tanto pelo poder público quanto por instituições privadas, mas sem o cultivo.
O texto ainda incluiu o incentivo à pesquisas com a planta e a divulgação de informações para pacientes e profissionais da saúde.
A primeira lei sobre o assunto foi aprovada em abril do ano passado em Goiânia, Goiás. Hoje, pacientes com baixa renda que precisam do tratamento com a cannabis podem receber medicamentos de forma gratuita, sejam remédios nacionais ou importados.
Além deles, no Mato Grosso também há uma iniciativa para a legalização da cannabis medicinal. Porém, o projeto apresentado pelo deputado estadual Wilson Santos (PSDB) ainda não obteve resposta.
Por fim, em Pernambuco, o tema vem sendo discutido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O PL 3098/2022, gerenciado pelo deputado João Paulo (PCdoB), visa a regulamentação da erva medicinal no estado.
Gustavo Lentini
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por futebol e pela comunicação.
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