Já falamos aqui algumas vezes que o uso da cannabis na pandemia cresceu de maneira considerável em países legalizados, como nos Estados Unidos, por exemplo.
Fenômeno que foi digno de estudo. O pesquisador Nathaniel Ashby, Ph.D., da Harrisburg University of Science and Technology no EUA, analisou dados de mais de 3 mil pontos de vendas voltados tanto para o uso adulto, quanto medicinal.
A pesquisa foi feita no comecinho da pandemia, entre dezembro de 2019 e abril de 2020. Parece que a visita às lojas aumentou por causa da saúde mental frente às incertezas sobre o futuro.
No estudo, questões como estresse, depressão e problemas emocionais foram as causas mais recorrentes.
Dados publicados no New Frontier Data também mostraram este crescimento, principalmente na frequência do uso.
Cerca de 42% dos entrevistados relataram estar consumindo bem mais na pandemia que antes e 25% mostraram um aumento sutil também.
No entanto, não é uma surpresa muito grande em países de fácil acesso. O que está chamando atenção é o aumento do uso no Brasil.
Apesar do preconceito e da maior dificuldade em adquirir cannabis no país, o crescimento tem se repetido aqui também.
Tema que já estava sendo discutido desde abril do ano passado. Em um webinar da Folha de S. Paulo, empresários que trabalham com o setor no país já estavam relatando um aumento, sobretudo para tratar ansiedade e insônia.
2020 também foi um ano em que muitas clínicas canábicas abriram as portas no Brasil e outras até expandiram.
Como por exemplo, um consultório especializado que fica no Rio de Janeiro. Com os teleatendimentos não sofreu baixas por causa da pandemia, mas viu seus números crescerem pouco depois do primeiro lockdown.
Em setembro do ano passado, a empresa Gravital até abriu uma nova unidade em Porto Alegre e anunciou mais três unidades ainda no primeiro semestre de 2021. Ainda espera encerrar o ano com 8 consultórios.
O aumento também pode ser consequência de um número maior de médicos prescrevendo. Apesar de mostrarem certa resistência no começo, cada vez mais profissionais estão recomendando o tratamento alternativo.
Segundo a revista Veja, o número saltou 72% em 2020, em relação ao ano anterior.
Autorizações para a importação e até o habeas corpus para o cultivo doméstico também dispararam desde o ano passado.
O número de importações, por exemplo, mais que dobrou nos últimos dois anos. Segundo a Coordenação de Controle e Comércio Internacional de Produtos Controlados (Cocic), de 10.862 em 2019 para 26.885 no ano passado.
A quantidade de solicitantes também aumentou. Só até julho de 2020 foram 5.100 pessoas.
Pessoas que começaram a plantar o remédio com o aval da justiça também cresceram. Salvo-condutos que não foram apenas para tratamentos mais conhecidos, como epilepsia refratária, por exemplo. Mas também para condições como ansiedade e enxaqueca.
Tanto que 2020, foi o marco do 100º habeas corpus no país. Atualmente a estimativa é que passe dos 200.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso