O que você sabe sobre maconha? Ao contrário do que muita gente pensa, não é tudo igual, mas há milhares de variedades da planta. Entenda
Engana-se quem pensa que toda maconha é a mesma coisa. Na verdade, há milhares de cepas (ou strains) da planta espalhadas pelo mundo, com cheiros, gostos, intensidades e características diferentes.
A cannabis é usada há milênios, há registros da planta em 1.700 A.C. A suspeita é que ela tenha se originado na Ásia Central e se espalhado ao redor do mundo, sofrendo modificações.
As conquistas e explorações a levaram para lugares diferentes, onde a planta era cultivada para determinados fins. São plantas com peculiaridades únicas, desenvolvidas a partir do clima, do ambiente, do cultivo, de cruzamentos e até modificadas por mãos humanas.
Para começar a entender, é importante ressaltar que a cannabis se divide em três tipos: Sativa, indica e ruderalis. Mas a maconha comumente é feita da cannabis sativa (embora existam híbridas também).
A cannabis ruderalis é a subespécie menos usada, e também a menos abundante. Por outro lado, é a mais ancestral das três.
Já a indica e sativa eram diferentes inicialmente por suas características físicas e seus efeitos, mas ao longo do tempo e das modificações climáticas e em laboratório, não é possível saber exatamente o que elas podem causar no organismo.
Contudo, a crença maior é que a sativa seja mais estimulante, enquanto a indica possui efeitos mais relaxantes.
As chamadas cepas, são plantas desenvolvidas a partir das três subespécies e modificadas de acordo com o clima do lugar, modificações em laboratório, o cultivo e os cruzamentos e outras cepas.
Elas possuem concentrações diferentes de terpenos, canabinoides e flavonoides.
As cepas ou strains indicam a linhagem da planta, efeitos específicos ou até aromas marcantes. Tanto que são vendidas de acordo com a preferência do consumidor.
Dependendo da planta, ela pode ter níveis de canabinoides e terpenos diferentes. As substâncias influenciam no gosto e nos efeitos que ela terá no organismo.
A cannabis possui centenas de canabinoides, no entanto, os mais conhecidos e presentes em maior abundância, são o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol).
O primeiro não possui os efeitos psicotrópicos da maconha, já o segundo, é o precursor da famosa “alta” da maconha.
Embora existam milhares de cepas, é possível classificá-las como:
As cepas podem se modificar tanto, que a mesma variante pode ter efeitos diferentes, dependendo do agricultor.
Na Califórnia, por exemplo, uma das plantas para o uso adulto mais conhecida é a OG Kush, que pode ser encontrada em quase todos os dispensários. No entanto, a experiência de quem compra pode ser diferente, dependendo do fornecedor.
Apesar das misturas, algumas características persistem, principalmente se tratando das subespécies.
A cannabis ruderalis, por exemplo, possui uma estrutura menor (cerca de 60 cm de altura) e uma folhagem que se adapta a temperaturas extremas, com o frio intenso.
Já a sativa é conhecida por ser mais alta e possuir as folhas mais finas, com tons mais claros de verde. Além de se adaptar melhor a climas mais quentes e úmidos.
Já a indica, por sua vez, é menor, possui folhas mais largas e com um tom mais escuro. Também são mais adaptadas a climas mais frios e secos.
Por outro lado, é importante ressaltar que atualmente é difícil encontrar plantas que não foram geneticamente modificadas.
Quando falamos sobre Haxixe, não é mais sobre uma cepa, mas um tipo diferente de maconha. Enquanto o THC da maconha é retirado das flores secas, o haxixe é extraído dos chamados tricomas, aquela pequena cobertura branca da planta que parece pelo.
Na verdade, elas são pequenas glândulas, que também são conhecidas como “keifs” ou “hash”. E é onde está a maior concentração dos chamados canabinoides, como o THC.
Como dito, há milhares de cepas de cannabis, que podem ser derivadas das três subespécies e até da mistura entre elas, que são chamadas de híbridas.
As plantas se diferem entre a quantidade de canabinoides, flavonoides, terpenos e podem mudar até no cheiro e no gosto.
Também conhecido como “super maconha”, o Skunk tem aparecido bastante nos noticiários policiais como uma “droga mais potente”. Para os fumantes, é apenas uma maconha que não é prensada.
Na verdade, trata-se de uma das mais famosas e antigas cepas canábicas. Ela nasceu da mistura entre subespécies e é considerada uma variedade híbrida bastante estável e uma das mais consistentes do mercado até hoje.
Ela possui esse nome por causa do cheiro forte de gambá (skunk em inglês). Outras características marcantes do skunk são as folhas grossas e crescimento compacto e um alto nível de THC (tetrahidrocanabinol), substância que gera a famosa “alta” da maconha.
Segundo a associação DrugWise, maconhas mais comuns têm uma porcentagem do composto entre 2% a 4%. Algumas cepas podem chegar até a 14%.
Já as variedades híbridas de Skunk tem um pouco mais. Elas variam de 15% e podem beirar até 30% de THC.
Já a Kush é uma cepa de cannabis indica, que ficou famosa na década de 1970 e 1980 depois do número crescente de ocidentais no noroeste da Índia, Afeganistão e Paquistão.
A planta possui sabores mais terrosos, cítricos e florais. As suas características físicas também são um pouco diferentes, com folhas densas, largas e estrutura pequena.
Pode causar sonolência e também tem uma quantidade alta de THC (cerca de 18%) que pode durar muito mais tempo no organismo.
Fruto de um cruzamento, esta é a variedade de maconha derivada da cannabis sativa que muitos consideram a mais psicodélica. Ela é conhecida por ter um forte aroma metálico e amargo, além de dar bastante energia.
Dela surgiram várias outras strains, como a famosa colombiana purple haze que também é bem conhecida pelos amantes do uso adulto da planta.
A cannabis medicinal é quase sempre feita com a cannabis sativa, principalmente do cânhamo. Trata-se de uma subespécie bastante utilizada não só na fabricação de medicamentos, mas também no uso industrial por causa das suas fibras.
O cânhamo é conhecido por ter bastante CBD e um nível pequeno de THC, que pode chegar até a 0,3%.
O uso dos canabinoides na medicina tem crescido de forma rápida, até no Brasil, pois pode funcionar de
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita.
Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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