Além da ansiedade e da depressão, entenda em quais condições a cannabis pode ajudar a tratar a saúde mental
Cannabis e saúde mental
A cannabis medicinal tem chamado atenção dos brasileiros ao longo dos anos. Aprovada em 2015, atualmente, já é tratamento para mais de 430 mil pessoas, de acordo com o último levantamento da Kaya Mind. Inclusive para a saúde mental.
Remédios derivados da planta são usados para uma série de condições, como Parkinson, Alzheimer, Dores Crônicas, Fibromialgia, insônia e muito mais. Mas problemas como ansiedade, por exemplo, estão no topo do ranking de patologias tratadas com a cannabis.
Os pacientes optam pelo tratamento com CBD na psiquiatria principalmente pela alta efetividade e os poucos efeitos colaterais relacionados, que variam entre sonolência e intestino solto.
A cannabis pode ser útil para condições como:
A cannabis funciona para tantas condições diferentes, porque trabalha através do chamado Sistema Endocanabinoide. Trata-se de um sistema que funciona em nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio das funções do corpo.
Se uma pessoa está com dor, por exemplo, é ele que envia os chamados canabinoides, produzidos pelo próprio organismo, até receptores que sinalizam quando algo está errado e precisa ser corrigido.
Felizmente é possível encontrar o composto em outros lugares, como em algumas plantas. O CBD (canabidiol), por exemplo, é um canabinoide. Apesar de ser o mais conhecido, a cannabis também possui uma centena de outros canabinoides que podem ser importantes para o tratamento de doenças.
Até mesmo quando falamos do THC (tetrahidrocanabinol). A substância é conhecida por gerar os efeitos psicoativos da maconha.
O Sistema Endocanabinoide também influencia no cérebro. Dessa forma, alguns estudos mostram que o CBD pode prevenir a decomposição de uma substância química no cérebro que ajuda a controlar a dor, o humor e a função mental.
Se ainda não está convencido sobre os benefícios da cannabis na saúde mental, vamos explorar um pouco o seu uso nas mais variadas condições:
Quando uma pessoa tem uma ansiedade maior do que o normal, ela pode se manifestar em algumas reações pelo corpo, como falta de ar, insônia, enxaqueca, tensão muscular, agitação, tremores, palpitação, enjoo e uma série de sintomas.
Ela pode apresentar também sinais psíquicos, como dificuldade de concentração, preocupação excessiva, pensamentos confusos, mau pressentimento, nervosismo e medo constante, que podem dificultar e muito a vida do paciente.
Cannabis e saúde mental
Ansiolíticos e antidepressivos podem ser aliados, tanto na hora das crises, como diariamente para reduzir os sintomas. Mas e quando os remédios não fazem mais efeito?
Estudos clínicos e também em animais sobre a eficácia da cannabis para o tratamento da ansiedade são feitos em vários países, inclusive o Brasil. Um exemplo é um estudo realizado aqui em 2012 onde mostrou que o canabidiol tem propriedades ansiolíticas.
Um estudo clínico realizado em 2004 mostrou que o efeito ansiolítico do CBD altera algumas atividades na região do cérebro que controla processos emocionais, no sistema límbico e paralímbico.
Quase sempre a doença é multifatorial, por isso, precisa ser tratada em todos os ângulos ao mesmo tempo. Tanto a parte emocional, se conhecendo melhor com a ajuda de um profissional, quanto a parte orgânica, com medicações.
Aqui, fatores químicos podem influenciar. Por isso, a administração de medicamentos é tão importante. Eles não são sedativos ou tranquilizantes, mas apenas um auxílio para regular as substâncias químicas do cérebro.
O sistema endocanabinoide pode trabalhar como um neuromodulador para o Sistema Nervoso Central, capaz de regular aspectos emocionais, cognitivos, nervosos e processos motivacionais das pessoas.
Na depressão, há uma baixa de canabinoides e neurotransmissores no cérebro, como a serotonina ou a dopamina Por isso, remédios ou a reposição de canabinoides pode elevar os níveis das substâncias químicas.
Um estudo pré-clínico em 2011 mostrou que quando o Sistema Endocanabinoide está funcionando bem, pode resultar em efeitos ansiolíticos e antidepressivos, também reduz a atividade estressante do sistema neuroendócrino e melhora a plasticidade do hipocampo.
O TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) é também um transtorno mental que carrega vários outros problemas, como depressão, ansiedade potencializada e até comportamentos suicidas. Pacientes com o distúrbio, tendem a buscar ajuda apenas dois anos depois do ocorrido.
Infelizmente o transtorno não tem cura e pode durar a vida inteira. No entanto, há tratamentos que ajudam a aliviar os sintomas e evitar pioras ou complicações. No caso, a terapia administrada junto com medicamentos é a melhor solução.
Os cientistas acreditam que um evento adverso ou um estresse crônico pode prejudicar a sinalização do Sistema Endocanabinoide. Assim, o cérebro não vê que tem algo de errado.
Quando se tem o transtorno, a ativação desses receptores é extremamente útil, uma vez que o Sistema Endocanabinoide desempenha um papel importante na influência do humor e também na construção da memória.
O receptor chamado CB1, por exemplo, é responsável por uma reação chamada “extinction learning”, que permite que novas memórias substituam a antiga. Isso ajuda o corpo a voltar a sentir estímulos que eram evitados, por causar pânico ou sentimentos ruins.
Uma metanálise feita em 2015, publicada no American Journal of Health-System Pharmacy, mostrou que militares veteranos que usaram a cannabis para tratar TEPT tiveram uma diminuição na gravidade dos sintomas da condição, como a redução da ansiedade, estresse e insônia.
Outra pesquisa de 2014 também mostrou os benefícios. Os cientistas compararam pacientes que utilizaram a planta e os que não utilizaram, chegando à conclusão de que aqueles que consumiram a planta medicinal, tiveram uma redução de 75% maior, em comparação com o outro grupo.
Também chamada de Esgotamento, a condição é caracterizada como um sentimento de exaustão excessivo, afetando diretamente a falta de energia em relação ao trabalho.
De acordo com a Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho), a doença afeta aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros, colocando o país lá em cima no ranking mundial. Para se ter uma ideia, o Brasil só perde para o Japão.
O psiquiatra especialista em traumas e memórias, Dr. Victor Lorenzetti, explica que a medicação é normalmente introduzida quando os sintomas do Burnout já estão graves e interferindo de forma significativa na capacidade da pessoa de funcionar no dia a dia.
O CBD pode ajudar a tratar os sintomas do Burnout, como reduzir a ansiedade, melhorar o sono e regular o humor.
Transtorno Bipolar
O Transtorno Bipolar faz com que a pessoa experimente momentos de mania e depressão. Essa condição é indesejada por todos, desde os que a possuem até para os que estão ao redor.
As crises são comumente caracterizadas por variações acentuadas do humor, e podem ser leves, moderadas ou graves. Elas podem durar dias, meses e até anos.
De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a ativação dos receptores canabinoides pode ajudar a estabilizar o humor.
Como dito, o sistema endocanabinoide pode trabalhar como um neuromodulador para o Sistema Nervoso Central, regulando aspectos emocionais, cognitivos, nervosos e processos motivacionais das pessoas.
Trata-se de um transtorno com causas genéticas, ambientais e biológicas, que, geralmente, se manifesta na infância. Entre as principais características, estão a desatenção, impulsividade e a inquietude motora ou também conhecida como hiperatividade.
Embora esse transtorno se manifeste desde a infância, os sintomas podem aparecer com mais clareza durante o período escolar.
De acordo com a psiquiatra Eliane Nunes, os canabinoides da planta possuem menos efeitos colaterais que os remédios convencionais, além de ajudar a amenizar as reações adversas dos medicamentos.
Cannabis e saúde mental
“A Cannabis equilibra e atenua os efeitos colaterais dos medicamentos, diminuindo a fissura dos tratamentos. E mesmo dos uso de drogas”, ressalta.
De acordo com um estudo publicado na revista Rambam Maimonides Medical Journal, pacientes que usam cannabis medicinal para Déficit de Atenção e Hiperatividade usam menos remédios prescritos.
Aqueles com poucos sintomas de TDAH, ainda interromperam por completo o uso dos medicamentos para usar apenas a cannabis.
O uso da Cannabis tende a ser um tópico debatido quando se trata de saúde mental, pois a condição está particularmente ligada à esquizofrenia.
Alguns acreditam que a Cannabis pode levar ao aumento da psicose, um sintoma comum na esquizofrenia. Enquanto isso, outros acreditam que ainda não seja esse o caso.
Dessa forma, para utilizar a cannabis medicinal, é necessário conversar com um médico especialista primeiro. Caso ele diga sim, será necessário ser acompanhado por todo o tratamento.
O valor do tratamento com a cannabis pode variar de acordo com a condição tratada e com a concentração indicada na prescrição médica.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento. Clique aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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