Entenda quando a cannabis pode passar no exame toxicológico e quanto tempo a substância pode fica na urina e no sangue
Em 2021 o até então vestibulando Eduardo Zidani, de 20 anos, estava concorrendo a uma das 150 vagas de Engenharia Aeroespacial no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), mas não passou na terceira fase porque um exame toxicológico apontou 0,39mg de CBD (canabidiol).
Mesmo sem ser detectado nenhum resquício de THC (tetrahidrocanabinol), substância da cannabis que gera os efeitos da maconha, o estudante foi desclassificado. Ele e outros estudantes considerados “inaptos” passaram por uma nova avaliação médica em São Paulo.
No Hospital das Forças Aéreas, Zidani explicou ao psiquiatra sobre o motivo de utilizar o canabidiol e ainda acrescentou que a substância não é considerada ilícita nem pela Agência Mundial Antidoping (WADA, sigla em inglês).
Três dias depois, o ITA manteve a sua posição e desligou o candidato do processo seletivo e ele precisou entrar com uma ação contra o instituto.
Na verdade, tanto o CBD quanto o THC, podem ser sim detectados no exame toxicológico. Eles podem ser identificados na urina, no sangue e até no cabelo. Mas o uso medicinal não pode ser um problema.
A terapia canabinoide é aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2015, quando a agência aprovou a importação de produtos para tratamento. Com isso, a cannabis passou da lista de substâncias proibidas para a lista de substâncias controladas.
Além da decisão do órgão público, o CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou uma resolução detalhada sobre os usos e o benefício da cannabis como tratamento para epilepsia resistente a medicamentos.
Dessa forma, quem utiliza o uso do CBD e até mesmo do THC e precisa fazer um exame toxicológico, pode ficar tranquilo. Basta comprovar que o uso é para fins medicinais.
Mas é importante lembrar que o THC pode ser um problema. Sobretudo quando falamos em atletas de alto rendimento. A agência mundial antidoping, por exemplo, só liberou o CBD puro e nada mais.
De acordo com o médico-cirurgião Rafael Pessoa, a duração da cannabis no organismo pode variar de acordo com as substâncias, conhecidas como canabinoides.
O Tetrahidrocanabinol, por exemplo, tem uma duração diferente do CBD. O médico também ressalta que não é porque a cannabis pode ser detectada no organismo que ela ainda continua tendo efeito.
As substâncias da planta podem continuar no corpo horas e até dias depois. A chamada meia-vida do canabidiol, o tempo em que ele pode ser eficaz, é de até cinco dias, dependendo da forma de administração. Mas após esse período, ele ainda pode ser detectado.
De acordo com os estudos disponíveis até agora, o CBD pode ser encontrado na urina até 24 horas depois da administração e até sete dias depois no sangue.
Já o THC pode ser detectado no sangue até 25 dias depois de usado e até 30 dias após na urina. Alguns estudos também já mostraram que é possível perceber a presença de THC na saliva 30 dias depois e até 90 dias no cabelo.
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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