Teste genético pode prever a quantidade de CBD e THC que a planta irá produzir

Teste genético pode prever a quantidade de CBD e THC que a planta irá produzir

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

O teste, desenvolvido por uma faculdade dos Estados Unidos, promete descobrir a quantidade de canabinóides que serão produzidos antes mesmo de plantar, ainda nas sementes.

Plantar cannabis não é uma tarefa fácil. Condições climáticas, qualidade da terra, quantidade de água, fatores externos, pragas e geadas podem facilmente influenciar no desenvolvimento da planta.

Consequentemente, isso pode alterar quais canabinóides e o nível deles na planta. O que gera incertezas nos cultivadores e até um certo prejuízo, quando a planta não produz o esperado.

Por isso, já pensou poder prever qual é o canabinóide que vai ser mais abundante na cannabis? Essa façanha foi alcançada pelos pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

 Mas o que são canabinóides?

Os canabinóides são uma descoberta relativamente recente e funcionam a nível celular. Eles ainda estão sendo inseridos no meio médico, mas muitos profissionais já estão reconhecendo a sua importância.

Nas pessoas e nos animais os canabinóides atuam através de um sistema chamado Sistema Endocanabinoide.

Ele funciona com receptores que são responsáveis de enviar as informações para as células sobre as mudanças que estão acontecendo.

A cannabis também possui canabinóides. Quando ingerimos, eles podem atuar de maneira bem parecida com os nossos.

Eles podem auxiliar como uma espécie de reforço, ajudando a equilibrar funções como fome, humor, sono, sistema imunológico e até o sistema nervoso.

Por isso a cannabis é usada em uma variedade de tratamentos.

Hoje, cada vez mais estudos descobrem tipos de canabinóides e os seus efeitos. Eles se diferem entre “grandes” e “pequenos”, onde a presença de alguns é mais maior que outros.

Boa parte deles são tão pequenos e difíceis de se estudar, por isso, não há muitas pesquisas.

Um fato curioso é que alguns tipos de canabinóides se transformam em outros, em estágios diferentes da planta.

Os mais conhecidos são o canabidiol (CBD) e o tetra-tetraidrocanabinol (THC). Também os maiores da cannabis.

Eles são bastante usados na medicina por suas propriedades antiinflamatórias, antitumorais e também porque influenciam nos neurotransmissores.

Uma das razões pela qual a cannabis funciona tão bem para pacientes com Epilepsia Refratária, por exemplo.

Outra coisa interessante é que alguns deles aparecem quando a cannabis ainda é nova e desaparecem quando ela envelhece, assim também como alguns outros canabinóides, que só aparecem quando a planta está velha. 

Todos eles têm diferentes propriedades e efeitos sobre o corpo humano, mas também algo em comum:

Eles afetam as percepções de dores e a interação com o sistema límbico, que está relacionado à cognição, memória, ações psicomotoras e também a vista mesolímbica, relacionada a sentimentos e reações gratificantes.

Por esta razão, saber a concentração dos canabinóides na cannabis ainda na planta é tão importante.


Regras de colheita

Assim como em boa parte dos países, os Estados Unidos têm uma política de 0,3% de THC para a produção de cannabis industrial.

Isso porque o cânhamo, derivação da planta voltado para o uso da indústria, só pode conter 0,3% do canabinóide.

Por esta razão, as fazendas vivem coletando amostras genéticas e enviando para laboratórios, para saber os níveis dos canabinóides conforme o desenvolvimento das plantas.

Caso exceda essa quantidade, os agricultores são obrigados a destruir as plantas. O que acaba tornando a produção um tanto quanto arriscada.

No entanto, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Minnesota pretende facilitar a vida dos agricultores.

Teste genético

O professor George Weiblen, da Faculdade de Ciências Biológicas e Diretor de Ciência & Curador de Plantas do Museu Bell, disse que um teste genético feito pela instituição já foi validado.

Ele poderá prever quais serão as moléculas, principalmente de CBD e THC que irão se desenvolver na planta cannabis.

Em entrevista ao jornal American Journal of Botany, o professor disse que o grupo usou três espécies de cannabis para o estudo:

O cânhamo, a cannabis selvagem e até a maconha, com amostras obtidas pelo Instituto Nacional Sobre o Abuso de Drogas.

Nos três casos, os estudos mostraram que a genética da planta é o fator precursor da proporção de CBD ou THC que a cannabis iria produzir.


Com o avanço das pesquisas, os cientistas perceberam impurezas em algumas sementes. Principalmente as que vinham do Canadá.

Elas ainda continham algumas porcentagens a mais de THC, o que não poderia atender as especificidades do cânhamo industrial no país.

A descoberta garante uma maior segurança para os profissionais que trabalham com o cânhamo.

Saber se a planta terá quantidades a mais de THC ainda nas sementes, pode garantir uma qualidade maior dos produtos e menos prejuízos para os agricultores

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