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Setembro Amarelo: live aborda cannabis e saúde mental



16/09/2023


Setembro Amarelo: live aborda relação entre cannabis e saúde mental.

Setembro Amarelo: live aborda relação entre cannabis e saúde mental.
Foto: Freepik

A campanha Setembro Amarelo foi criada no Brasil em 2015, com objetivo de conscientizar a população sobre a prevenção do suicídio. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ocorram cerca de 14 mil casos de suicídio por ano no país. Entre 2019 e 2019, foram mais de 112 mil mortes. 

Suicídios são situações extremas que precisam ser evitadas pela população, e o Setembro Amarelo discute justamente a importância deste tema e a necessidade de promover ações para a saúde mental.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2019 pelo IBGE, 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais receberam o diagnóstico de depressão.

Além disso, o Brasil é o país com maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo. Quase 27% da população tem ansiedade, e um terço dos brasileiros de 18 a 24 anos receberam o diagnóstico. 

O tratamento da saúde mental é individualizado, uma vez que cada paciente possui seu diagnóstico, sintomas ou formas pelas quais as patologias se manifestam.

Passar por consultas com psicoterapeutas, ter boa alimentação e praticar exercícios regularmente são algumas formas de melhorar algumas condições de saúde. 

Para casos mais graves, como quadros de pânico ou Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT), podem ser prescritos diferentes tipos e dosagens de antidepressivos. Contudo, nem todas as pessoas com transtornos mentais têm acesso ao tratamento e alguns fármacos convencionais podem causar efeitos colaterais graves.

Uma solução que vem se destacando é o tratamento com cannabis medicinal. 

Live sobre saúde mental

No dia 12 de setembro, a Dr.Cannabis, vertical de educação da Cannect realizou uma live com o médico pós-graduado em Psiquiatria, Dr. João Victor Lorenzetti

Ele também é especialista no tratamento com canabinoides para saúde mental e explica que embora ainda exista muita resistência contra o uso dessa terapêutica nesta área, os profissionais têm notado efeitos “pró-paciente” bem interessantes.

“Produtos à base de cannabis, que estão aumentando, são desenvolvidos para melhorar o bem-estar do paciente, e não apenas o diagnóstico”, esclarece. 

O médico explicou que sua base de atendimento são pacientes com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e outros traumas neurodivergentes. Por isso, além do óleo de cannabis, ele costuma receitar outros produtos com diferentes concentrações de canabinoides e formatos (gummies e cápsulas por exemplo).

Segundo Lorezetti, a individualização do tratamento é uma das mais importantes características da cannabis medicinal. Estudos recentes estão mostrando que a terapêutica pode ir muito além do canabidiol (CBD) e do tetrahidrocanabinol (THC), que são os componentes da planta mais conhecidos.

“Uma coisa que eu gosto muito do CBG (canabigerol) é o potencial de regulação emocional. Pensando em neurodivergências, parece que com o tempo a pessoa vai ganhando recursos internos para lidar com as coisas. É uma auto-regulação mais fácil, uma resiliência melhor, a “janela de tolerância” das emoções intensas vai se adaptando”, explica o médico.

Clique para assistir à live na íntegra

Evidências científicas

Desde que a cannabis foi permitida no Brasil, mais de 200 mil pessoas já iniciaram o tratamento para diversas patologias.

Por outro lado, a área da saúde mental é uma das que mais enfrenta discussões sobre a utilização dos canabinoides para substituir ou acompanhar os medicamentos convencionais.

Certamente mais evidências científicas precisam ser comprovadas a longo prazo. Hoje, alguns estudos iniciais estão sendo importantes para apontar que a terapêutica pode ser uma alternativa segura para ajudar cada vez mais pacientes.

Um exemplo é uma pesquisa de 2015 que testou o potencial terapêutico do CBD para tratar transtornos de ansiedade. Os resultados mostraram que a substância pode reduzir comportamentos ansiosos e não causa desconfortos físicos ou psicológicos. 

Já um estudo pré-clínico divulgado em 2011 apontou que quando o Sistema Endocanabinoide está funcionando corretamente, o próprio corpo consegue gerar efeitos ansiolíticos e antidepressivos. E um estudo randomizado e duplo-cego realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto analisou pacientes com idades entre 18 e 60 anos e que possuem (TEPT).

Os resultados mostraram que o canabidiol reduz os prejuízos causados pelos respectivos traumas e consolida a memória.

Cannect Talks

Ao final da live, o farmacêutico Guilherme Salgueiredo, que faz parte do Relacionamento Médico da Cannect, convidou os profissionais e estudantes de Saúde presentes a participarem da próxima edição do Cannect Talks, em Florianópolis.

O evento conta com uma aula sobre aplicações clínicas da cannabis medicinal, com evidências científicas e tipos de uso. Além disso, são apresentadas as ferramentas da Cannect para uma imersão personalizada dos profissionais de saúde

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Andrei Semensato

Jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Produz conteúdos sobre Política, Saúde e Ciência. Também possui textos publicados nos blogs da Cannect e Dr. Cannabis.